Novo tratamento para esclerose múltipla é incorporado ao SUS

Imagem de uma cadeira de rodas em um corredor de hospital.
Ministério da Saúde tem prazo máximo de 180 dias para disponibilizar nova opção de tratamento para esclerose múltipla a pacientes da rede pública. (Foto: Shutterstock)

Cladribina oral adicionada à lista de medicamentos do SUS pelo Ministério da Saúde após consulta pública e aprovação da Conitec.

Em 31 de outubro, o Ministério da Saúde do Brasil anunciou que a cladribina oral, um medicamento para tratar a esclerose múltipla remitente recorrente, será incluída no Sistema Único de Saúde (SUS). Esta decisão, publicada no Diário Oficial da União (Portaria Nº 62/2023) , foi tomada após uma recomendação favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que foi feita após uma consulta pública em 19 de setembro de 2023.

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Tratamento para esclerose múltipla no SUS

“A disponibilização de mais opções de medicamentos no SUS nos permite individualizar o tratamento com base nas características da doença e nas necessidades específicas de cada paciente, já que a esclerose múltipla é uma doença complexa que se manifesta com gravidade e de maneiras muitos diferentes”, explica Dr. Herval Ribeiro Soares Neto, Coordenador do ambulatório de Esclerose Múltipla do Hospital do Servidor Estadual de São Paulo.

A cladribina oral é um medicamento usado para tratar adultos com uma forma mais grave de esclerose múltipla chamada esclerose múltipla remitente recorrente altamente ativa¹. Antes desta decisão, havia apenas duas opções de tratamento disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).

O medicamento é administrado em forma de comprimido durante 20 dias nos primeiros dois anos de tratamento e sua eficácia pode durar pelo menos quatro anos². A facilidade de administração do medicamento pode ajudar os pacientes a terem acesso ao tratamento e a aderirem a ele. Segundo o Dr. Herval Ribeiro Neto, essa decisão pode melhorar a qualidade de vida de muitos pacientes que sofrem desta forma grave da doença.

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Doença é mais comum em mulheres

A esclerose múltipla é uma doença neurológica autoimune que pode ser incapacitante. Ela é mais comum em mulheres entre 20 e 40 anos³. Como a doença pode afetar diferentes áreas do sistema nervoso central, os sintomas podem variar de pessoa para pessoa. Além disso, um mesmo paciente pode apresentar mais de um sintoma.

Esses sintomas podem aparecer e desaparecer ou causar danos permanentes. Alguns dos sintomas incluem fadiga extrema, fraqueza muscular, dificuldade para andar, alterações na sensibilidade como formigamento e dormência nos braços e pernas, esquecimento ou confusão mental e perda de visão.

A imagem mostra uma caixa do medicamento MAVENCLAD® 10 mg comprimidos, utilizado no tratamento para esclerose múltipla incorporado ao SUS.
Descrição alternativa #PraGeralVer: A imagem mostra uma caixa do medicamento MAVENCLAD® 10 mg comprimidos. A caixa é branca com detalhes em laranja e azul. No rótulo, além do nome do medicamento e da dosagem, há instruções em espanhol para ler o prospecto antes de usar o medicamento e manuseá-lo com precaução, pois é citotóxico. O logotipo da empresa farmacêutica Merck também está presente na caixa. A caixa contém 4 comprimidos. (Foto: Divulgação/reprodução)

Primeiro tratamento do tipo

Mavenclad® é o primeiro tratamento oral de curta duração que atua seletivamente sobre os linfócitos B e T, seguidos de um padrão definido de reconstituição das células de defesa, sem supressão contínua do sistema imunológico¹.

Estudos recentes mostraram que a eficácia da cladribina oral se manteve após 9-15 anos de acompanhamento dos pacientes. Durante esse período, 90% dos pacientes não precisaram de cadeira de rodas, 81,2% não precisaram de qualquer apoio para caminhar e 55,8% não precisaram usar nenhum outro medicamento para a esclerose múltipla.

Em termos de segurança a longo prazo, os dados após a aprovação regulatória não mostraram novos eventos adversos relacionados a infecções, malignidades e leucoencefalopatia multifocal progressiva (LEMP), uma doença com alta taxa de mortalidade.

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Recentemente, no 39º Congresso do Comitê Europeu para Tratamento e Investigação em Esclerose Múltipla (ECTRIMS), foram apresentadas novas análises do estudo de cladribina oral. Essas análises mostraram que pacientes com esclerose múltipla remitente recorrente (EMRR) tiveram uma redução sustentada do neurofilamento de cadeia leve sérico (NfL), indicando que o medicamento reduziu a lesão neuronal ao longo de dois anos. Além disso, os escores Z séricos medianos do NfL foram reduzidos em todos os grupos de pacientes em comparação com a linha de base. Isso sugere que o medicamento reduziu efetivamente a lesão neuronal nos subgrupos de resultados de ressonância magnética (MRI).

Sobre a Merck

A Merck é uma empresa líder em ciência e tecnologia, atuando em Saúde, Life Science e Electronics. Com cerca de 60.000 colaboradores, a empresa se esforça para melhorar a vida de milhões de pessoas diariamente, buscando maneiras mais qualitativas e sustentáveis de viver. A Merck tem contribuído para o avanço das tecnologias de edição de genes e descoberta de tratamentos para doenças desafiadoras, além de viabilizar o uso da inteligência dos dispositivos.

A empresa, fundada em 1668, tem prosperado através da exploração científica e do empreendedorismo responsável. A família fundadora ainda detém a maioria das ações da empresa de capital aberto. Globalmente, a empresa é conhecida como Merck, exceto nos Estados Unidos e Canadá, onde opera como EMD Serono na área da saúde, MilliporeSigma em ciências da vida e EMD Electronics.

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Referências
  1. MAVENCLAD™ Product Monograph. November 2017.
  2. Ministério da Saúde, Conitec, Bula, Mavenclad. Disponível em: Link . Acesso em setembro de 2023.
  3. Federação Internacional de Esclerose Múltipla. Link . Acesso em setembro de 2023.
  4. Ministério da Saúde Link . Acesso em setembro de 2023.
  5. Giovannoni G et al. ECTRIMS 2021 [P975]
  6. Giovannoni G et Al. Presented at ECTRIMS 2021 [P766]

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