Mudanças climáticas e seus impactos na saúde é tema de congresso de biologia

Foto em ambiente externo mostra uma pessoa sentada de cócoras em um solo com erosão, retratando as mudanças climáticas e seus impactos na saúde. A pessoa usa chapéu de palha e olha para o céu.
Em dezembro, congresso brasileiro de biologia discutirá sobre as mudanças climáticas e seus impactos na saúde única: humana, animal e ambiental; entenda o conceito (Foto: jcomp / Freepik)

26º ConBio: Aquecimento global e seus impactos na vida, desde a proliferação de vetores de doenças até a migração de espécies e vírus zumbis.

Profissionais da biologia no Brasil se reunirão, entre 4 a 6 de dezembro, para discutir sobre “a maior ameaça à saúde humana” , segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS): as mudanças climáticas. O Congresso de Biólogos do CRBio-01 (26º ConBio) será em formato híbrido, com sessões presenciais em São Paulo e transmissão online para todas as pessoas interessadas que se inscreverem gratuitamente. 

Neste artigo

Boa leitura!

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Saúde única em risco é a vida em risco

“O conceito de saúde única estabelece a indissociabilidade entre saúde humana, animal e ambiental, três aspectos de um todo diretamente impactado pelo aquecimento global. Vamos discutir essas questões no 26º ConBio”, afirma André Camilli Dias, presidente do CRBio-01.

Os efeitos diretos das alterações climáticas na saúde humana são variados e estão apenas no início. Em todo o mundo, temos observado um aumento na intensidade de eventos climáticos extremos nos últimos anos, resultando em perda de vidas e uma série de impactos negativos na saúde e nos direitos fundamentais das pessoas, especialmente nas grandes metrópoles. No Brasil, exemplos desses eventos incluem ondas de calor nas cidades, secas prolongadas, inundações, tufões e deslizamentos de terra causados por chuvas intensas.

Mudanças climáticas e seus impactos na saúde

O aumento da temperatura global contribui para a propagação de doenças transmitidas por vetores, como os mosquitos, que se multiplicam em ambientes de calor e umidade. Doenças que antes eram limitadas a áreas tropicais, como dengue, zika e chikungunya, agora atingem populações em regiões temperadas durante os meses de verão.

A leishmaniose tegumentar, que antes era confinada à região da Amazônia, agora é encontrada na Região Sudeste. O aumento da temperatura proporcionou condições favoráveis para a presença do mosquito palha no Sudeste, que transmite a doença através de sua picada.

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Vírus zumbis: Uma realidade alarmante

No Ártico, o aumento das temperaturas está causando o derretimento do permafrost, uma camada de solo permanentemente congelada abaixo da superfície. Isso está resultando no ressurgimento de vírus “zumbis” que estavam inativos por dezenas de milhares de anos, representando um risco para a saúde humana e animal. As implicações podem ser sérias, pois os sistemas imunológicos de humanos e animais não possuem resistência a esses vírus.

Outra ameaça potencial à saúde é o deslocamento de espécies animais. Com as mudanças climáticas, os animais estão se movendo para áreas com temperaturas e precipitações semelhantes às quais estão adaptados. Isso resulta em espécies que nunca interagiram antes coexistindo, criando condições novas para a transmissão de patógenos, como vírus e bactérias. Existem estudos que alertam que esse processo pode levar ao surgimento de novas doenças entre humanos e animais.

O 26º ConBio será aberto para todas as pessoas. Quem tiver interesse pode se inscrever gratuitamente no link https://doity.com.br/26conbio  para assistir às sessões online.

10 prioridades para proteger o mundo

Publicado em outubro de 2021 , o relatório em inglês COP26 também aponta dez ações que, se executadas, podem ajudar a avançar a saúde global em meio a incerteza climática:

  1. comprometimento com uma recuperação saudável, ecológica e justa da COVID-19;
  2. assegurar que a COP26 seja a ‘COP da Saúde’, colocando a saúde e a justiça social no centro das discussões;
  3. priorizar as intervenções climáticas com os maiores ganhos de saúde, sociais e econômicos;
  4. construir sistemas de saúde resilientes ao clima e apoiar a adaptação da saúde em todos os setores;
  5. garantir a transição para energias renováveis, para salvar vidas da poluição do ar;
  6. promover projetos urbanos e sistemas de transporte sustentáveis e saudáveis;
  7. proteger e restaurar a natureza e os ecossistemas;
  8. promover cadeias de abastecimento de alimentos sustentáveis e dietas para resultados climáticos e de saúde;
  9. garantir a transição para uma economia de bem-estar;
  10. mobilizar e apoiar a comunidade de saúde na ação climática.

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Política Nacional sobre Mudança do Clima

A Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC)  é uma iniciativa do Brasil que oficializa o compromisso voluntário do país junto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de redução de emissões de gases de efeito estufa entre 36,1% e 38,9% das emissões projetadas até 2020. Instituída em 2009 pela Lei Nº 12.187 , a PNMC estabelece princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos para a adaptação e mitigação dos efeitos adversos da mudança do clima.

A PNMC é um marco na luta contra as mudanças climáticas e seus impactos na saúde única. Ela reconhece a necessidade de iniciativas para reduzir a vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos frente aos efeitos atuais e esperados da mudança do clima.

Além disso, um recente projeto estabelece que o Brasil irá neutralizar 100% das emissões até o ano de 2050 , na forma da Estratégia Nacional de Longo Prazo. Essa estratégia será elaborada pelo Fórum Brasileiro de Mudança do Clima, instância já prevista na lei do PNMC.

Essas políticas são fundamentais para enfrentar os desafios oriundos das mudanças climáticas e garantir a saúde única para as presentes e futuras gerações. O 26º ConBio é uma excelente oportunidade para discutir essas questões e buscar soluções eficazes. Para mais informações e inscrições, visite https://doity.com.br/26conbio .

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Rafael F. Carpi

Editor na Jornalista Inclusivo e na PCD Dataverso. Formado em Comunicação Social (2006), foi repórter, assessor de imprensa, executivo de contas e fotógrafo. É consultor em inclusão, ativista dedicado aos direitos da pessoa com deficiência, e redator na equipe Dando Flor e na Pachamen Editoria.

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