Em momento histórico para monoculares, nova lei da visão monocular é sancionada pelo Governo e classificada como deficiência visual – o que garante a essas pessoas os mesmos direitos assegurados pela LBI.
Protocolado há quase dois anos pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE), o Projeto de Lei (PL Nº 1.615/2019 ↗), que classifica a visão monocular como deficiência visual acaba de ser sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro. A proposta transformada na Lei 14.126/2021 ↗ beneficia pessoas com visão igual ou inferior a 20% em um dos olhos.
Agora, pessoas com essa deficiência sensorial têm direito a benefícios previdenciários, como aposentadorias por invalidez, e isenções tributárias na compra de automóveis e outros equipamentos. A nova lei também assegura aos monoculares o acesso gratuito a medicamentos e próteses pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Com o Poder Executivo sendo obrigado a criar instrumentos de avaliação desse tipo de deficiência, o governo publicou o Decreto 10.654 ↗, que regulamenta a nova lei. Com isso, a pessoa monocular deverá passar por avaliação para verificar a situação incapacitante, e comprovar a deficiência através de avaliação biopsicossocial por equipe multiprofissional e interdisciplinar.
O projeto que deu origem à nova lei teve seu texto aprovado no Senado em novembro e na Câmara dos Deputados no início de março, com parecer favorável da relatora, deputada Luisa Canziani (PTB-PR), como publicado pela redação do JI.
- Leia também: PL da visão monocular vai à sanção do Presidente
O senador Rogério Carvalho, autor do projeto que originou a Lei Amália Barros – jornalista e influencer que luta pela conquista histórica para os monoculares, tem visão monocular desde o nascimento. Ele publicou um vídeo nas redes sociais comemorando a sanção da lei.
“Ao longo de toda a nossa história, nunca tivemos esse reconhecimento. E essa lei coloca luz na cegueira dos direitos dos monoculares do Brasil inteiro. Agora temos a lei”, publicou.
Confira no vídeo abaixo:
Descrição da imagem #PraCegoVer: Senador Rogério Carvalho está em área aberta, iluminada. Usa camisa clara. Já a jornalista Amália aparece em interna, de camiseta branca.
A visão monocular já era considerada uma deficiência pela Lei de Cotas (Lei 12.711, de 2012 ↗) e para disputas em concursos públicos, com vagas reservadas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a visão monocular é caracterizada quando a pessoa tem visão igual ou inferior a 20% em um dos olhos, enquanto no outro mantém visão normal.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a visão monocular é caracterizada quando a pessoa tem a visão normal em um dos olhos e cegueira no olho contralateral – ou com acuidade inferior a 20% com a melhor correção visual.
De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a visão monocular limita a sensação tridimensional, gerando dificuldades com noções de distância, profundidade e espaço, o que prejudica a coordenação motora e, consequentemente, o equilíbrio. A deficiência pode ser ocasionada por algum tipo de acidente ou por doenças, como glaucoma, toxoplasmose e tumores.
Sobre Amália Barros
Jornalista mato-grossense que dá nome a lei, Amália Barros (35) tinha 20 anos quando acordou sem enxergar com o olho esquerdo, em 2006. Diagnosticada com toxoplasmose, ela passou meses tomando medicação para recuperar a visão, até sofrer uma queda que deslocou sua retina, prejudicando ainda mais sua situação. Até o procedimento cirúrgico para retirar o olho e colocar a prótese, foram doze cirurgias para tentar voltar a enxergar. Amália colocou a prótese no início de abril de 2016.
Em entrevista ao portal de notícias R7, publicada em 2019 ↗, Amália conta que pagou cerca de R$ 1.500, preço que considera acessível. Porém, ao compartilhar sua história, percebeu que muitas pessoas não tinham acesso às próteses. “Com meu Instagram, consegui fazer campanhas para oferecer próteses a algumas pessoas (…), foi aí que comecei a tentar chamar a atenção de algum político para criar uma lei para isso e para unificar o reconhecimento da deficiência em todo o país”, afirma.
FONTE:
Agência Senado
Agência Câmara de Notícias
Portal de Notícias R7
Olá, Marcos. Muito obrigado. Ficamos bastante felizes com seu comentário.
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