Complexo HCFMUSP possui acolhimento inclusivo em Libras

Intérprete de Libras Valéria Toniolo atendendo paciente surdo no Instituto do Coração, do complexo HCFMUSP.
A interprete de Libras Valéria Toniolo (de preto) em atendimento com paciente surdo em consulta no Instituto do Coração, parte do complexo HCFMUSP. (Foto: Divulgação InCor)

Um novo padrão de hospitalidade para pacientes, transforma a experiência das pessoas surdas ou com deficiência auditiva que buscam atendimento.

O Dia Nacional da Libras é celebrado a 24 de abril desde 2014. A data homenageia a adoção da Lei Federal nº 10.436 de 2002 , que reconheceu a Libras como meio legal de comunicação e expressão no Brasil. A Libras é fundamental para a comunicação e participação das pessoas surdas na sociedade, sendo sinónimo de integração e equidade e um compromisso contínuo com a inclusão e acessibilidade. O InCor – Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), destaca-se pela jornada inclusiva para pessoas com surdez e com deficiência auditiva.

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Complexo HCFMUSP: Acolhimento inclusivo em Libras

O Instituto do Coração , centro de referência em saúde cardíaca e pulmonar, apresenta-se pelo acompanhamento integral na jornada de pacientes com surdez ou com deficiência auditiva. A trajetória é cuidadosamente traçada, desde o primeiro contato para agendamento de consultas, até o acompanhamento especializado, cirurgias, farmácias e interpretações das receitas por vídeo.

Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), 5% da população brasileira apresenta alguma deficiência auditiva, o que representa mais de 10 milhões de pessoas, sendo 2,7 milhões com surdez profunda.  

“O InCor destaca-se como um dos hospitais de referência a oferecer esse tipo de suporte, evidenciando a importância de melhorar a comunicação para garantir que todos tenham acesso ao cuidado médico adequado”, reforça o Prof. Dr. Roberto Kalil Filho, presidente do Conselho Diretor do InCor. Dos atendimentos a pessoas com deficiência no Instituto, 23% são a pacientes com surdez ou com perda auditiva, evidenciando a necessidade urgente de uma abordagem inclusiva na saúde. 

Essa iniciativa não se limita apenas a oferecer cuidados médicos, há duas décadas, o InCor implantou um serviço de intérprete de Libras, garantindo apoio desde a pré-consulta até a internação. Pacientes com surdez recebem atenção específica, permitindo um preparo adequado para o atendimento presencial. 

Dentro do InCor, as pessoas atendidas têm acesso a um canal interno para solicitar a presença de intérpretes durante sua jornada hospitalar, incluindo o pós-operatório, alta hospitalar e acesso a farmácia, promovendo uma inclusão humanizada e acolhedora, que agrega toda a jornada da pessoa atendida. 

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Formação de pessoas colaboradoras em Libras  

A área de Diversidade e Inclusão forma pessoas colaboradoras em Libras – Língua Brasileira de Sinais, visando atender de forma qualificada a essa parcela da população. Atualmente, 172 pessoas funcionárias, de todos os institutos do HC, estão em processo de formação e, cada turma estuda por um ano e seis meses, distribuídos em três módulos de 40 horas cada.

Para Márcia Valéria Toniolo, responsável pela área de Diversidade e Inclusão do InCor, que implantou o atendimento em Libras no complexo HCFMUSP desde 2009, é essencial proporcionar autonomia e conhecimento às pessoas surdas ou com deficiência auditiva. “A falta de acessibilidade em informações de saúde limita a compreensão sobre sua condição e pode comprometer o tratamento”, explica.  

No InCor, a busca por atitudes proativas e inovadoras é constante, visando superar os desafios de acesso à saúde e garantir que as necessidades específicas de pacientes sejam atendidas de forma digna e respeitosa. Em um ambiente que valoriza a diversidade e a inclusão, o Instituto está comprometido em assegurar que todas as pessoas tenham acesso a uma saúde mais integrada e equitativa. 

Intérprete de Libras André Farias atendendo paciente surdo no InCor - Instituto do Coração.
Descrição da Imagem: A imagem mostra o intérprete de Libras André Farias, vestido de camiseta branca, em uma consulta com um paciente surdo no InCor - Instituto do Coração. André está em pé ao lado do paciente, que está sentado e parece estar passando por um exame médico. A cena ocorre em um ambiente hospitalar. Equipamentos médicos, incluindo monitores e outros dispositivos, podem ser vistos ao fundo. (Foto: Divulgação InCor)

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Diversidade e Inclusão hospitalar 

Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada em 2023, apontam que 5% da população brasileira é composta de pessoas que apresentam alguma deficiência auditiva. Essa porcentagem significa que mais de 10 milhões de pessoas apresentam a deficiência e 2,7 milhões têm surdez profunda, ou seja, não escutam nada. 

De acordo com Valéria Toniolo, é urgente garantir o acesso e informação adequada para essa parcela da população:

“A falta de acessibilidade em informações de saúde restringe a autonomia das pessoas surdas ou com deficiência auditiva, privando-as de conhecimento sobre sua condição e submetendo-as à administração de medicamentos sem o devido entendimento dos fármacos”, esclarece.  

É o que sinaliza o paciente Franklin Nunes, de 36 anos, paciente do InCor. Ele conta que desde a infância o “InCor é um porto seguro médico”, explicando sua história com a instituição:

“Aqui enfrento as dificuldades da minha condição auditiva ao lado da minha mãe. Durante anos, as consultas passavam sem que eu pudesse expressar minhas preocupações, até que um médico permitiu que eu compartilhasse minhas dores diretamente. Mas, a verdadeira mudança veio com a presença de uma intérprete de libras, que trouxe uma nova dimensão à nossa comunicação, permitindo-me expressar detalhes e diferenças da minha saúde. 

Sou atendido aqui há 35 anos e com o passar dos anos, presenciei a rotina do InCor em direção integração das pessoas com as mesmas condições que as minhas, graças à presença de intérpretes que não só facilitou a comunicação, mas também aumentou minha segurança durante consultas e exames. Agora, aos 36 anos, encaro o futuro com mais confiança, sabendo que tenho acesso a um cuidado de saúde verdadeiramente compreensivo e centrado no paciente, agradecendo ao InCor por tornar minha jornada de saúde mais acessível e digna. 

Quero ser independente e poder ir nas consultas médicas ou exames sozinhos com a companhia apenas da intérprete. É bom lembrar também que o fato da minha mãe estar junto é importante já que ao longo dos anos ela adquiriu muita experiência também”.

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Sobre o InCor

O InCor é um hospital de alta complexidade, especializado em cardiologia, pneumologia e cirurgias cardíacas e torácicas. Reconhecido pela sua excelência, o Instituto oferece atendimento para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), convênio e particular. Além de ser um polo de assistência – desde a prevenção até o tratamento, se destaca também como um grande centro de pesquisa, ensino e inovação. Integra o Hospital das Clínicas e é afiliado à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). 

O Instituto recebe suporte financeiro da Fundação Zerbini, uma entidade privada sem fins lucrativos. Sua equipe é composta por médicos e especialistas multiprofissionais de renome nacional e internacional. Equipado com tecnologia de ponta, o InCor oferece os mais modernos e avançados equipamentos de diagnóstico cardiopneumológico da América Latina. 

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Jornalista Inclusivo

Da Equipe de Redação

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