Exposição Assexybilidade revela imagens inéditas no Rio de Janeiro sábado (11)

Pessoa com cabelos longos em pose de ensaio fotográfico da exposição Assexybilidade, sobre a sexualidade de pessoas com deficiência. (Foto: Letícia Laet)

Descrição da imagem: Pessoa com cabelos longos em pose de ensaio fotográfico da exposição Assexybilidade, sobre a sexualidade de pessoas com deficiência. (Foto: Letícia Laet)

Iniciativa do diretor e roteirista Daniel Gonçalves, a exposição Assexybilidade traz imagens do documentário homônimo, com recursos de acessibilidade.

“Eu aposto que você nunca ficou com uma pessoa com deficiência”. Esse questionamento é o ponto de partida do projeto Assexybilidade, que pretende mostrar que a sensualidade e a sexualidade também estão presentes nos corpos não normativos. Desdobrado em uma exposição fotográfica, que estreia dia 11 de maio no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, no Rio de Janeiro, a iniciativa começou com um documentário homônimo que já foi exibido em festivais nacionais e internacionais e será lançado para o grande público em breve.

Neste artigo

Boa leitura!

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Como será a exposição Assexybilidade

“A exposição Assexybilidade surgiu da vontade de aproveitarmos todo o conteúdo gerado para o documentário homônimo. Além disso, também queríamos que o filme extrapolasse as salas de cinema e ocupasse espaços que, geralmente, não são ocupados por artistas DEF (com deficiência)”, explica Daniel Gonçalves, diretor e curador da exposição e um dos criadores do projeto.

As fotografias que estarão expostas foram feitas por Letícia Laet e Gabvsky, duas mulheres com deficiência que contribuíram em sua totalidade para o resultado das obras ao auxiliar os modelos em poses e com um olhar cuidadoso voltado para aqueles corpos. O público que for ao Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica poderá ver ainda um vídeo, que mistura trechos de entrevista que não foram usadas no filme com imagens do making of dos ensaios fotográficos, projetado na obra Penetrável “Nas Quebradas”, de Oiticica.

“Ao brincar com enquadramentos em tela cheia, dividida, duplicados e com trechos em preto, o vídeo, com recursos de acessibilidade, foge do padrão das telas do cinema e avança na busca por uma estética DEF no audiovisual”, completa Daniel.

Ao todo, a mostra terá 35 fotos que estarão dispostas a 1,10m de distância do chão, de forma a corresponder com a altura de pessoas com nanismo ou em cadeiras de rodas. A exposição Assexybilidade terá QR codes com versões de todos os textos em Libras ou audiodescrição. O vídeo também será totalmente acessível. 

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A exposição é uma produção da TvZero com a SeuFilme e recebeu o fomento da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e da Secretaria Municipal de Cultura, por meio do Programa de Fomento à Cultura Carioca – FOCA.

Uma pessoa em uma cadeira de rodas levantando um haltere em pose para o projeto Assexybilidade
Descrição da imagem: Esta imagem captura Andrezinho Carioca, reconhecido como 1°Cadeirante do Mundo a surfar o fenômeno da Pororoca. uma pessoa em uma cadeira de rodas, fazendo um exercício de levantamento de peso. A pessoa está segurando um haltere preto, e está inclinada para frente, concentrada no exercício. A cadeira de rodas é visível mas não é o foco principal da imagem. (Foto: Gabvsky)

Projeto sobre sexualidade de pessoas com deficiência

O movimento Assexybilidade, que inclui a exposição e o documentário de mesmo nome, tem uma proposta inclusiva, não só na temática, como também no processo de realização e contou com algumas pessoas com deficiência em sua equipe, a começar pelo diretor Daniel Gonçalves, que tem uma deficiência de origem desconhecida que afeta sua coordenação motora. Com previsão de lançamento para o segundo semestre, o longa é dirigido por Daniel, que se inclui em cena como um personagem, mas também dá voz a diferentes entrevistados que refletem como a sexualidade em suas vidas é afetada pelo preconceito de uma sociedade capacitista. 

Prêmios e Reconhecimentos

O filme Assexybilidade recebeu vários prêmios e reconhecimentos, incluindo:

  • Première mundial:Ocorreu em julho de 2023, no OutFest Los Angeles.
  • Primeira exibição brasileira:Foi no Festival do Rio, onde ganhou o Prêmio de Melhor Direção de Documentário e uma menção honrosa do Prêmio Félix.
  • Outros prêmios:Recebeu o prêmio de Melhor Direção de Longa-Metragem no Festival For Rainbow, em Fortaleza, e o Grande Prêmio do Júri – Melhor Longa-Metragem Documentário no NewFest, em Nova York.

Exibições Internacionais

O filme Assexybilidade foi exibido em vários festivais e eventos ao redor do mundo, incluindo:

  • Mix Brasil
  • Oslo Fusion (Noruega)
  • Pink Screens (Bélgica)
  • Gender Bender (Itália)
  • Roze Filmdagen (Holanda)
  • Excéntrico Festival (Chile)
  • Ljubiliana LGBT Film Festival (Eslovênia)
  • Queertactis Vienna (Áustria)
  • Des Images Aux Mots (França)
  • Écrans Mixtes (França)
  • FIFDH Geneva (Suíça)
  • Patois New Orleans International Film Festival (EUA)
  • San Diego Latino Film Festival (EUA)
  • Panorama Internacional Coisa de Cinema (Brasil)
  • Cleveland International Film Festival (EUA)
  • Zinentiendo (Espanha)

O filme é uma produção SeuFilme e TvZero, em coprodução com a GloboNews, Globo Filmes e RioFilme. O filme conta com investimento do BRDE, FSA e ANCINE. Tem distribuição nacional da Olhar e vendas internacionais da The Open Reel. 

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Serviço: Exposição Assexybilidade

Data: De 11 de maio a 08 de junho
Local: Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica
Endereço: Rua Luís de Camões, 68, Rio de Janeiro
Horário de funcionamento: De segunda a sábado, das 10 às 18h.
Ingresso: Entrada gratuita

Sinopse

ASSEXYBILIDADE é uma exposição sobre a sexualidade de pessoas com deficiência. Abordamos as experiências amorosas e sexuais vividas por nós. Rompemos paradigmas ao nos mostrarmos sem as amarras e os tabus que nos são impostos. Porque sim, nós fodemos!

Sobre o curador

Formado em jornalismo pela PUC-Rio e pós-graduado em Cinema Documentário pela Fundação Getúlio Vargas, Daniel Gonçalves tem uma deficiência de origem desconhecida que afeta sua coordenação motora. Trabalhou na TV Globo e hoje é sócio da produtora SeuFilme. Dirigiu os curtas-metragens Tem Bala Aí? (2008); Luz Guia (2012); Como Seria? (2014); e Pela Estrada Afora (2015). Meu Nome é Daniel, seu primeiro longa-metragem, foi exibido em mais de 20 festivais, como IDFA, Festival do Rio, Mostra de São Paulo, Festival de Sydney, Festival de Cartagena e Mostra de Tiradentes. Assexybilidade, segundo longa de Daniel, será lançado ainda em 2024.

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Jornalista Inclusivo

Da Equipe de Redação

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Este post tem 2 comentários

  1. Redação

    Esse trabalho é realmente muito bacana, Sandra.

    Agradecemos sua participação por aqui!

  2. SANDRA REGINA FERRAZ CARPI

    Muito bacana