Fique por dentro das regras básicas do Paratletismo, Triatlo e Ciclismo Paralímpicos
Iniciando a nova série ‘Especial Tóquio 2020’, da coluna Sem Barreiras, Murilo Pereira explica três importantes modalidades paralímpicas e traz uma dose de adrenalina aos leitores do JI
Hoje, iniciamos no Jornalista Inclusivo, a série de artigos do Especial Tóquio 2020 sobre as modalidades que irão compor o quadro paralímpico no Japão. Aqui, na coluna Sem Barreiras, o objetivo é ser o mais simplificado possível para que você, leitor(a), compreenda as regras dos esportes adaptados e possa torcer por nossos Paratletas na Terra do Sol Nascente.
Para uma boa didática, vamos associar paradesportos com características em comum. Nessa primeira edição, o foco será em Paratletismo, Triatlo e Ciclismo Paralímpicos. O atletismo, por ser um dos esportes pioneiros dos Jogos Olímpicos e por ter uma cobertura maior por parte da mídia é uma das práticas que o público possui mais familiaridade. Contudo, as outras duas modalidades também têm a velocidade e a força como instrumentos de trabalho e constroem uma dinâmica bem interessante.
O Paratletismo divide-se em três subdivisões específicas: Campo, Pista e Paratletismo de Rua. A primeira é representada pela letra F, simbolizando a palavra em inglês Field (campo). Estão englobadas nessa categoria as provas de lançamento de club, dardo, disco e o lançamento de peso.
Já o segundo grupo é sinalizado pela letra T, do inglês Track (pista), para as disputas de velocidade e saltos. Com a finalidade de garantir a lealdade desportiva, ficou estabelecida uma classificação funcional de acordo com as limitações de cada Paratleta. As classes F11, F12 e F13 são destinadas à Pessoas com Deficiência Visual, assim como a T20 abriga as Pessoas com Deficiência Intelectual, por exemplo.
Além das duas determinações, também há o Paratletismo de Rua, com a maratona de 42 km e a meia-maratona (21 km). No Brasil, inclusive, as últimas temporadas foram marcadas por nomes já conhecidos que, com frequência, são sinônimos de medalha, como: Claudiney Batista, Alessandro Silva e Petrúcio Ferreira.
Atualmente, o ciclismo é um esporte que ganha cada vez mais amantes ao redor do mundo, principalmente por incentivar a exploração de novos destinos, paisagens e por promover a interação entre os praticantes. Nas Paralimpíadas, ele marca presença e gera bastante rivalidade. Quem tem Paralisia Cerebral, por exemplo, pode correr com bicicletas convencionais ou triciclos, dependendo das dificuldades. Quem tem deficiência visual utiliza o modelo chamado ‘Tandem’ ↗ (são dois bancos e quatro pedais), com lugar também para o guia. Já os Paratletas com mais limitações motoras podem usar a Handcycling (ou Handbike), em que o atleta vai quase deitado e pedala com as mãos.
As provas, que acontecem tanto no velódromo quanto nas pistas, variam na duração. No ambiente fechado, elas vão de 250 a 325 metros. Já nas estradas, a distância pode chegar até 120 quilômetros. E além dessas duas competições, ainda existe o contrarrelógio, em que um participante é liberado de minuto a minuto, no circuito. Sagra-se vencedor(a) quem fizer o menor tempo. Em termos de agrupamento por deficiência, são quatro:
- Pessoas com poucas limitações;
- Com um dos membros amputados e que utilizam prótese;
- Com um dos membros, mas que não usam prótese;
- Corredores com maior comprometimento motor.
Todas as classes recebem a marca LC, que remete ao inglês Locomotor Cycling (ciclismo locomotor). Na Rio 2016, por exemplo, Lauro Chaman foi o primeiro medalhista Paralímpico nessa modalidade.
Fechando esse primeiro episódio da série Especial Tóquio 2020 a natação em mar aberto. São 5 km de corrida, 20 km de ciclismo e 750 m na água. Podem participar pessoas com deficiências físicas, além de amputados e com deficiências visuais. Os praticantes são organizados em seis classes funcionais: PTWC para cadeirantes, PT2 a PT5 para pessoas com limitações motoras, indo dos casos mais severos aos mais brandos e PTVI para deficiências visuais. A principal figura brasileira no Triatlo é Fernando Aranha.
Esperamos que a nova série de textos promova uma maior identificação da torcida com os Esportes Adaptados e, de alguma forma, possibilite uma plena representatividade da Pessoa com Deficiência.
O Jornalista Murilo Pereira dos Santos é Paratleta pela categoria BC1 de Bocha Paralímpica Ituana. Ele é editor do "Prosa de Gol" (@prosadegol), nas redes sociais, e da página "Sem Barreiras" (@_sem_barreiras), esta última oriunda do seu blog, que também dá nome a sua coluna aqui no site Jornalista Inclusivo, sobre paradesporto e outras questões relacionadas a paralisia cerebral, acessibilidade e inclusão.