O conhecimento essencial sobre três Paradesportos que têm as mãos como protagonistas
Na série sobre os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, Murilo Pereira aborda as principais regras de esportes onde são as mãos que triunfam
Continuando a abordagem sobre as modalidades paralímpicas, nossa segunda edição do Especial Tóquio 2020+1 desvendará alguns esportes praticados com as mãos e que necessitam de acessórios marcantes. São eles: Tênis de Mesa Paralímpico, Tênis em Cadeira de Rodas e Esgrima Paralímpica.
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Uma das práticas mais frenéticas entre as adaptadas, o Tênis de Mesa Paralímpico é dividido em 11 classes funcionais ↗. As cinco primeiras são destinadas aos cadeirantes, da sexta à décima estão as pessoas sem dificuldades de locomoção e na décima primeira os Atletas com Deficiências Intelectuais Andantes. Lembrando que o grau é decrescente, ou seja, quanto maior a classe, menor é a limitação do Paratleta.
Já as partidas são organizadas em cinco sets de dez pontos cada. Caso haja empate, aquele jogador que abriu uma diferença de dois pontos é declarado vencedor. As demais regras são semelhantes às da versão olímpica. Duas das referências no Tênis de Mesa são: Danielle Rauen, da classe 9 e Israel Stroh, ocupando a classe 7.

Saindo das mesas e chegando às quadras, observamos o Tênis em Cadeira de Rodas. As dimensões do local de jogo e alguns dos princípios são idênticos ao tênis convencional. A diferença mais relevante são os toques que a bola pode dar no chão antes de ser rebatida para a quadra adversária. Com a intenção de tornar a modalidade mais dinâmica, chegou-se em um consenso que seriam permitidos dois quiques no solo.
Todas as pessoas que são impedidas de jogar o tênis não adaptado por alguma limitação física podem ser elegíveis ao Tênis em CR ↗, que se divide em duas grandes categorias: aberta, para deficiências em membros inferiores e quad, quando o participante possui três ou mais extremidades comprometidas. Dois nomes marcantes nas quadras são: Daniel Rodrigues, da classe aberta e Ymanitu Silva, da quad.

Além da raquete, outro instrumento sinônimo de Paradesporto é a espada. Assim, chegamos na Esgrima Paralímpica, disputada por indivíduos com lesões medulares, paralisados cerebrais e amputados. A modalidade exige o uso de uma cadeira de rodas durante as disputas em passarelas de 1,5 metros. O principal objetivo é tocar o corpo do adversário em um determinado local, variando de acordo com a categoria. A primeira delas é o florete, que precisa encostar no tronco do oponente. Nos duelos com espada, o foco é em qualquer ponto acima da cintura e no sabre precisa-se chegar até o quadril.
Com isso, então, a divisão dos grupos para garantir a lealdade dos confrontos de Esgrima em CR ↗ é feita da seguinte forma: A, englobando os atletas com maiores funcionalidades, B significa intermediário e no C estão os integrantes com comprometimentos mais severos. Jovane Guissone e Mônica Santos são dois dos Paratletas que representam o Brasil na esgrima.

Pronto! Agora você, leitor, já pode vibrar com esses três esportes de tirar o fôlego e que sempre rendem medalhas e conquistas para o nosso país. No Paradesporto, o conhecimento é muito mais intuitivo do que teórico. Sendo assim, mãos à obra e olho em Tóquio.
Confira mais sobre o Especial Tóquio 2020, do JI, e o conteúdo da coluna Sem Barreiras, por Murilo Pereira.

O Jornalista Murilo Pereira dos Santos é Paratleta pela categoria BC1 de Bocha Paralímpica Ituana. Ele é editor do "Prosa de Gol" (@prosadegol), nas redes sociais, e da página "Sem Barreiras" (@_sem_barreiras), esta última oriunda do seu blog, que também dá nome a sua coluna aqui no site Jornalista Inclusivo, sobre paradesporto e outras questões relacionadas a paralisia cerebral, acessibilidade e inclusão.