Turismo inclusivo como ferramenta de inclusão da pessoa autista

Pessoa capturando um momento afetuoso entre duas pessoas, simbolizando o turismo inclusivo para pessoas autistas.
Neste Dia Mundial do Autismo, entenda como o turismo inclusivo pode ser uma ferramenta de inclusão para pessoa com transtorno de espectro autista e sua família. (Foto: Freepik)

Promovendo a Consciência Social através do Turismo Inclusivo para Pessoas com TEA

Em 02 de abril é celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, uma data dedicada a promover conhecimento sobre o transtorno, bem como sobre as necessidades e os direitos das pessoas autistas. Legalmente, as pessoas dentro do espectro são consideradas pessoas com deficiência e, portanto, têm garantido o acesso igualitário à cultura, esporte, lazer e turismo, conforme estabelecido pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) .

Neste artigo

Boa leitura!

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Ferramenta de Inclusão

Nesse contexto, o turismo desempenha um papel fundamental na promoção da inclusão social e no desenvolvimento individual de pessoas autistas. Dados da pesquisa “Turismo Acessível: Mapeamento do Perfil do Turista com Deficiência”, realizada em 2023 pelo Ministério do Turismo (MTur) , mostram que o grupo de pessoas com deficiência intelectual ou com transtorno do espectro autista é aquele que mais viaja acompanhado.

Direito ao Transporte

Algumas normativas municipais e estaduais estabelecem direitos específicos para pessoas com autismo em relação ao transporte público e turismo, incluindo prioridade de acesso, adequações em locais turísticos e, no caso de São Paulo, gratuidade no transporte intermunicipal rodoviário.

Já em relação ao transporte aéreo, embora a passagem aérea do autista não tenha algum tipo de desconto no valor, a do acompanhante sim. Para Joselia Gärtner de Freitas, Diretora Comercial à frente da Turismo DKlassen, essa possibilidade torna a viagem muito mais agradável não somente para autistas, mas também para suas famílias e cuidadoras.

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“Por lei, as pessoas com deficiência têm direito ao acompanhamento gratuito quando comprovado que não podem viajar sozinhas. Por isso, esse programa da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac oferece desconto de até 80% na passagem aérea do acompanhante escolhido pelo autista”, explica ela.

A resolução nº 280, de 11 de julho de 2013, que dispõe sobre os procedimentos relativos à acessibilidade de passageiros com necessidade de assistência especial ao transporte aéreo, pode ser acessada no site da Anac no Link.

Família de três pessoas explorando a cidade juntos.
Descrição da imagem: A imagem mostra uma família de três pessoas em frente a um edifício histórico de uma cidade turística. Eles estão vestidos de forma casual e parecem estar desfrutando de um passeio juntos. O ambiente é urbano, com semáforos e prédios ao fundo. (Foto: Freepik)

Navios de Cruzeiros

Além desses exemplos relacionados ao transporte, empresas de cruzeiros marítimos oferecem programas personalizados e serviços adaptados para passageiros autistas e suas famílias. Segundo Joselia, isso não apenas beneficia pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), mas também contribui com a conscientização e aceitação da diversidade em nossa sociedade como um todo.

“Essas iniciativas permitem que as pessoas dentro do espectro autista possam participar e realmente viver as melhores experiências que o turismo proporciona”, explica ela. “Na prática, temos uma oportunidade de ouro para que autistas e suas famílias se sintam capazes de ter autonomia, liberdade e serem integrados socialmente durante suas viagens.”

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Reconhecer e Respeitar

Este ano, o tema do Dia Mundial de Conscientização do Autismo é “Valorize as capacidades e respeite os limites!“, e traz uma abordagem sobre a importância de reconhecer e respeitar as habilidades e as particularidades de pessoas autistas. No contexto do turismo, isso inclui ser atendido com empatia por profissionais treinados para compreender as necessidades específicas de cada autista, gratuidade na entrada de pontos turísticos, reserva de assentos em transportes rodoviário, ferroviário e aéreo, assim como prioridade no check-in em hotéis, portos, rodoviárias e aeroportos.

“É essencial que as medidas sejam pensadas em todos os aspectos, desde a redução de ruídos, isolamento acústico e diminuição de ecos nas hospedagens, até a utilização de figuras e símbolos para ilustrar explicações verbais que facilitam a compreensão e interação dos autistas. Tudo isso proporciona não somente inclusão, mas segurança e tranquilidade ao viajante autista”, finaliza Joselia.

Conclusão: Empatia e Compreensão

Em conclusão, o estudo revelou que a receptividade e a empatia são fatores cruciais para a realização de viagens por turistas com deficiência. Este mapeamento do perfil de turistas PCDs, incluindo as  informações fornecidas por Joselia, destaca a importância de criar ambientes acolhedores e compreensivos. Isso melhora a experiência de viagem para quem tem deficiência, e abre novas oportunidades para o setor de turismo se tornar mais inclusivo e acessível. Portanto, é essencial que continuemos a promover a empatia e a compreensão em todas as nossas interações turísticas.

Resumo de Insights: Turismo e Autismo

1. Acompanhamento nas Viagens: Pessoas com deficiência física, intelectual e mobilidade reduzida frequentemente viajam acompanhadas. Isso sugere a necessidade de serviços e acomodações que considerem não apenas o turista com deficiência, mas também seus acompanhantes.

2. Deficiência Intelectual e Autismo: Pessoas com deficiência intelectual, mental ou com transtorno do espectro autista são as que têm a maior porcentagem de sempre viajar acompanhados. Isso ressalta a importância de treinamento e sensibilização para prestadores de serviços turísticos para entender e atender às necessidades específicas desses grupos.

3. Serviços Personalizados: A alta incidência de viagens acompanhadas entre pessoas com deficiência sugere uma demanda por serviços turísticos personalizados. Isso pode incluir assistência especializada, acomodações adaptadas e atividades acessíveis.

4. Educação e Sensibilização: Há uma necessidade de aumentar a conscientização sobre as necessidades dos turistas com deficiência. Isso pode ser alcançado através de campanhas de educação e treinamento para prestadores de serviços turísticos.

5. Políticas de Inclusão: Os resultados do mapeamento destacam a necessidade de políticas de inclusão eficazes no setor de turismo. Isso pode incluir legislação que garanta a acessibilidade e a não discriminação, bem como incentivos para empresas que implementem práticas inclusivas.

6. Turismo inclusivo e serviços flexíveis: Esses insights podem ajudar a orientar o desenvolvimento de estratégias e políticas de turismo inclusivo. É importante lembrar que cada pessoa com deficiência é única e pode ter necessidades diferentes, por isso é essencial oferecer serviços flexíveis e personalizados.

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Jornalista Inclusivo

Da Equipe de Redação

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