Inclusão Interseccional: Desafios na Representação da Deficiência na Mídia

Três pessoas se abraçam em celebração de formatura, entre elas, um jovem com deficiência usando beca e capelo. Ilustra a deficiência na mídia, com a inclusão interseccional na narrativa da deficiência na web.
Pesquisa da Getty Images & iStock mostra os desafios da inclusão interseccional na web, onde apenas 2% das imagens e vídeos mais populares promove a representação da deficiência na mídia. (Foto: Drs Producoes/GettyImages)

Potencial econômico e social não aproveitado escancara a escassez da inclusão interseccional de pessoas com deficiência no marketing e na publicidade.

A comunidade de pessoas com deficiência (PcDs) corresponde a aproximadamente 16% da população mundial. No entanto, essa parcela frequentemente não recebe a devida atenção na economia global. De acordo com a pesquisa VisualGPS , realizada pela colaboração da Getty Images & iStock, somente 2% do conteúdo mais popular de imagens e vídeos, representa as pessoas com diferentes tipos de deficiência na web.

Neste artigo

Boa leitura!

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O Potencial Financeiro na Representação da Deficiência

Um estudo publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ressalta as possibilidades de obter retornos financeiros ao adotar medidas e fomentar o cuidado dessas pessoas, permitindo-lhes uma participação plena na sociedade. De acordo com as estimativas, cada R$1 investido nessa área tem o potencial de gerar um retorno de até R$10. Apesar desses dados, a representatividade das pessoas com deficiência no campo do marketing ainda é extremamente limitada.

“Os números não corroboram com as expectativas do consumidor, e sim perpetuam preconceitos e falsa representação da comunidade. É crucial que marcas e negócios aumentem e promovam a visibilidade de PCDs. Ao incluir conteúdo visual inclusivo, empresas podem moldar narrativas, romper com estereótipos e promover conexões genuínas com um público diverso”, explica Kate Rourke, Diretora de Creative Insights para APAC na Getty Images & iStock.

A Inclusão Interseccional na Narrativa da Deficiência

Ao escolher um conteúdo visual que retrate com autenticidade as Pessoas com Deficiência (PCDs), é essencial reconhecer a diversidade das deficiências, incluindo situações visíveis e não visíveis aos olhos. Aproximadamente de 15% a 20% da população global é identificada como neurodiversa, levando em conta fatores como gênero, idade e etnia. Para combater a falta de representação e a distorção, a incorporação de vozes variadas na criação de conteúdo pode contribuir para ampliar perspectivas e contar histórias abrangentes e genuínas.

Recentemente, o aplicativo de amizade e encontros Hiki, voltado para a comunidade de pessoas autistas, e a Getty Images lançaram a campanha internacional #AutisticOutLoud . Essa iniciativa apresenta uma coleção cuidadosamente selecionada de imagens e vídeos que retratam de forma verdadeira a diversidade e a resiliência das pessoas no espectro autista. Esses conteúdos são criados por pessoas que se identificam como autistas. Através de ações como essa, é estabelecido um espaço onde identidades complexas e experiências vividas são reconhecidas e validadas.

Ampliar a Autenticidade das Camadas de Representação

O conteúdo visual autêntico deve intencionalmente abranger uma ampla gama de experiências, refletindo a interseção das identidades das pessoas com deficiência, considerando aspectos como idade, etnia, orientação sexual, gênero, situação socioeconômica, religião e origens culturais.

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A pesquisa VisualGPS também revela que quase metade das pessoas entrevistadas enfrentou preconceitos relacionados a diferentes aspectos de sua identidade. Isso ressalta a importância de escolher imagens através de uma abordagem interseccional. Ao reconhecer as diversas identidades das Pessoas com Deficiência (PCDs), as marcas podem criar representações inclusivas e autênticas que se conectam com suas experiências vividas, ao mesmo tempo em que desafiam a concepção de que a deficiência é definida por uma única interpretação.

Mulher com deficiência física nas mãos, dentro de oficina, selecionando vasos artesanais em uma caixa. Ao fundo, em segundo plano, uma bancada e parede com ferramentas e materiais. Ilustra a deficiência na mídia, com a inclusão interseccional na narrativa da deficiência na web.
Descrição alternativa #PraGeralVer: Mulher branca com deficiência física nas mãos, está em uma oficina, selecionando vasos artesanais que estão dentro de uma caixa. Ao fundo, em segundo plano, há uma bancada materiais e madeira, e uma parede com ferramentas penduradas. (Foto: Lujan Agusti/GettyImages)

Celebrando a Autenticidade: Pessoas genuínas. Vidas autênticas.

É crucial romper com os clichês e evidenciar a diversidade nas experiências de vida da comunidade. Tradicionalmente, as pessoas com deficiência têm sido retratadas de forma isolada, o que perpetua preconceitos. No entanto, essa abordagem não reflete a realidade nem a amplitude de vivências. As marcas têm a oportunidade de desafiar as narrativas de “diferenciação” e exclusão ao incorporar imagens que retratam pessoas que levam uma vida plena. Essas imagens e vídeos devem capturar pessoas engajadas em atividades sociais, trabalho, esportes, educação e passatempos.

Dessa forma, as marcas podem combater os estereótipos e ressaltar que ser uma Pessoa com Deficiência (PCD) é uma parte natural e intrínseca da identidade de alguém, porém não é a única perspectiva através da qual a vida é vivida.

O poder da autenticidade na comunicação visual

“A autenticidade na representação visual pode ser alcançada por meio de um processo contínuo de escuta, aprendizagem e adaptação com base no feedback da comunidade. Ao optarem por imagens e vídeos que representam um conjunto amplo de experiências, as marcas podem criar mais confiança na comunidade, ao mesmo tempo que promovem ligações duradouras com um público vasto. Mostrar as experiências do mundo real de PCDs terá um impacto duradouro que promove o diálogo e minimiza os estereótipos”, afirma Kate.

Ao incorporar um conteúdo visual autêntico que retrata toda a gama de experiências humanas, abraçar a diversidade e a interseccionalidade, e garantir múltiplas camadas de diversidade tanto atrás quanto à frente das câmeras, as marcas podem dar passos significativos para desafiar estereótipos e cultivar uma conexão autêntica com seu público.

Criatividade de um jeito inteligente com o VisualGPS

O VisualGPS é um programa de pesquisa contínua da iStock by Getty Images. Sua metodologia combina pesquisas de mercado que capturam o sentimento de clientes de pequenas empresas em todo o mundo, pesquisa proprietária, dados de download da iStock.com, testes de imagens e análises de um grupo de especialistas em pesquisa criativa e tendências visuais e de consumo.

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A pesquisa VisualGPS utiliza dados de 25 países na Ásia, Europa, África, Oriente Médio, América do Norte e América Latina. A pesquisa é baseada em uma amostra de 7.000 adultos com idades entre 18 e 65 anos ou mais. A pesquisa mais recente foi realizada entre 14 de julho e 22 de agosto de 2022. Para obter mais informações, acesse VisualGPS.com.

Sobre a iStock

iStock by Getty Images é a oferta de valor da Getty Images e é uma fonte global líder de conteúdo visual que oferece a pequenas e médias empresas, bem como a pessoas, uma maneira poderosa de destacar suas mensagens para as pessoas consumidoras. A iStock oferece mais de 145 milhões de fotos, ilustrações, vetores e vídeos de qualidade premium disponíveis por meio de preços simples e acessíveis. Ao combinar a comunidade exclusiva de pessoas colaboradoras globais da iStock com os amplos recursos e a experiência em tendências criativas da Getty Images, a iStock vai além, mantendo a renomada qualidade da empresa e selecionando conteúdo de estoque criativo distinto e autêntico, acessível apenas em www.istock.com no Link .

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Rafael F. Carpi

Editor na Jornalista Inclusivo e na PCD Dataverso. Formado em Comunicação Social (2006), foi repórter, assessor de imprensa, executivo de contas e fotógrafo. É consultor em inclusão, ativista dedicado aos direitos da pessoa com deficiência, e redator na equipe Dando Flor e na Pachamen Editoria.

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