Espetáculo infantil acessível, ‘O Musical da Passarinha’ estreia em SP no próximo dia 19

Imagem de divulgação de “O Musical da Passarinha” e foto da atriz Júlia Sanchez, uma das personagens, mulher negra de pele morena, cabelos cacheados.
Descrição da imagem #PraCegoVer: Imagem de divulgação do espetáculo “O Musical da Passarinha”, com foto e informações em texto: Agência Dramática e Governo do Estado de SP; nome dos atores; texto e direção de Emílio Rogê, música de Eric Jorge e Kiko Pessoa, dramaturgia de Ana Carolina. Na sequência aparecem as informações: Espetáculo acessível em Libras e audiodescrição. Protocolos de segurança. Estreia em 19 de fevereiro, no Teatro Sérgio Cardoso, Sala Paschoal Carlos Magno. Sábado e domingo, 15h, R$40/R$20 – Classificação livre”. Fotografia da atriz Júlia Sanchez, uma das personagens, mulher negra de pele morena, cabelos cacheados e volumosos. Está sorrindo e apoia o queixo nas mãos, que estão fechadas. Usa blusinha de crochê azul e saia marrom. (Foto: Reprodução/Site. Créditos: Rubens Crispim Jr)

Elenco estudou como tornar artes cênicas acessíveis e inclusivas para ‘O Musical da Passarinha’, sobre encontros e despedidas, sonhos e a descoberta da própria voz

Pensado para discutir e promover o acesso a todas as pessoas – com ou sem deficiência – ao teatro, ‘O Musical da Passarinha’, com texto, letras e direção geral de Emílio Rogê, estreia presencialmente no Teatro Sérgio Cardoso, no dia 19 de fevereiro. Os arranjos e a direção musical são de Eric Jorge, que assina as músicas ao lado de Kiko Pessoa.

O espetáculo segue em cartaz até 10 de abril, com sessões aos sábados e domingos, às 15h (exceto nos dias 26 e 27 de fevereiro, quando não há espetáculo). Às sextas, estão programadas apresentações gratuitas, exclusivas para escolas e instituições que atendam crianças com deficiência

“Estamos contando uma história que leva em consideração a vontade de chegar ao maior número de crianças possível, pensando em suas singularidades e necessidades. Foi preciso inventar uma nova gramática teatral, em que nenhum sentido seja destacado em detrimento de outro. Como cantar para quem não ouve? Aprendemos Libras! Como mostrar a encenação para quem não vê? Estamos conhecendo e entendendo a audiodescrição. Assim, formatamos o texto para todas essas linguagens, que, para nós artistas, são pouco conhecidas. E é nosso dever aprendê-las”, conta Rogê.

O professor de Libras, inclusive, tornou-se parte do elenco. Harrison Adams é um ator surdo, muito apaixonado pelas artes cênicas, que tem sido fundamental no processo de criar um espetáculo totalmente inclusivo. Juntam-se a ele os atores e atrizes Júlia Sanchez, Ananza Macedo, Stacy Locatelli, Felipe Hideki, Luísa Grilo e Daniel Costa. 

Foto de duas personagens de O Musical da Passarinha, atrizes negras trocando olhares.
Descrição da imagem #PraCegoVer: Foto colorida, com duas personagens da peça. À esquerda, personagem feminina, negra, com cabelos black e roupa colorida. Ela interpreta a mãe chamada Carmen, e está olhando para outra pessoa sentada à sua frente, que faz o papel da filha Rita. A personagem que está sentada também é negra, tem longos cabelos cacheados e volumosos e usa roupa azul. Está olhando para cima, oferecendo um pequeno ramalhete de flores e sorrindo. (Foto: Divulgação. Créditos: Rubens Crispim Jr)

Na trama, o público conhece personagens delicados e sonhadores: a menina Rita deseja conhecer o teatro, mesmo vivendo em uma cidade onde não existe o palco; sua mãe Carmen gostaria de voar; e seu melhor amigo Miguel, que é surdo, quer dançar. 

Certo dia, algo milagroso acontece, e esse trio recebe a visita de uma cantora de ópera. Depois desse encontro, a vida ganha outros contornos e voos, convidando os espectadores a descobrir e a imaginar novas possibilidades. 

Por meio de uma narrativa delicada, o musical evoca questões sobre a acessibilidade no teatro. Afinal, quais elementos básicos são necessários para que uma peça aconteça? O ponto de partida para a construção do espetáculo foi uma reflexão do escritor português José Saramago (1922-2010):

“E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos? Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?”

Ao mesmo tempo, “O Musical da Passarinha” é uma declaração de amor ao teatro. “Eu acredito muito nessa linguagem, que mudou os rumos da minha vida. Falar de teatro com as crianças é falar de uma esperança crítica. Uma reflexão sobre quem somos e o que podemos ser. Quero que elas desejem de coração estar no teatro, sentindo-se em casa dentro dele, sem qualquer tipo de exclusão”, completa. 

E, em um país onde apenas 23,4% das cidades possuem teatros, sendo que a maioria delas fica na região Sudeste – de acordo com dados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais divulgada pelo IBGE em 2015 –, é preciso discutir essas questões. Emílio Rogê está interessado em atrair as pessoas para esse lugar. 

“Quero que todos e todas enxerguem o teatro como esse espaço anárquico das vozes que vão ser ouvidas e enxergadas, cada uma a sua maneira. É um tempo de narrativas singulares, mas que se nutrem em comunidade”, afirma.

Foto com três personagens, um homem e duas mulheres, o nome "O Musical da Passarinha e as logos da produção, apoio institucional e realização.
Descrição da imagem #PraCegoVer: Foto colorida, com três personagens da peça e o nome “O Musical da Passarinha”. À esquerda aparece o personagem Miguel, homem branco de cabelos loiros na altura dos ombros. Veste um casaco e está sorrindo. À direita estão as duas personagens Carmen e Rita. No rodapé da imagem, com sobreposição de uma tarja azul estão as logos da produção, apoio institucional e realização. (Foto: Reprodução/Site. Créditos: Rubens Crispim Jr)

EMÍLIO ROGÊ

Mineiro, natural de Luz, Emílio Rogê está em São Paulo desde 2016. Seus últimos trabalhos incluem a direção de movimento do musical “Bertoleza” (Prêmio APCA de Melhor espetáculo do ano – 2020), da Gargarejo Cia Teatral, que cumpriu temporada no SESC Belenzinho. A direção, ao lado de Luiza Gottschalk, de “[ENTRE]” (2019) – peça percurso que cumpriu temporada na Escola Estadual Alarico Silveira. Na Cia. de Teatro Os Satyros (2017/2018), dirigiu e assinou a dramaturgia do espetáculo infantil “Hora de Brincar” e foi coreógrafo dos espetáculos “Pink Star” e “Cabaret Trans Peripatético”. Foi também assistente do diretor Rodolfo García Vázquez nos espetáculos “O Incrível Mundo dos Baldios”, “Pink Star” e “Cabaret dos Artistas”. Pelo núcleo experimental Satyros LAB dirigiu “Sonho de uma noite de verão”, espetáculo em que assinou também a coreografia.  

ERIC JORGE

Compositor, arranjador e operador de mesa, atua como educador e profissional da música há mais de 10 anos. Formado em Música e Musicoterapia, concluiu o curso de sonoplastia na SP Escola de Teatro e participou, como diretor musical, do espetáculo “Bertoleza”, que recebeu o APCA de melhor espetáculo de 2020. Atualmente, está se especializando em engenharia de mixagem e masterização.   

SINOPSE

A história da Passarinha acontece em uma pequena cidade do interior que não tem teatro. Lá mora uma menina que quer muito conhecer essa arte, uma mulher que tem o nome de ópera e sonha em voar e um menino surdo que quer dançar. Um dia, quase que por milagre, eles recebem a visita de uma cantora de ópera. Depois dessa visita-ave-música, a vida ganha outros contornos, outros voos.

SERVIÇO:

  • O Musical da Passarinha’
    (temporada popular)
  • Local: Teatro Sérgio Cardoso – Sala Paschoal Carlos Magno – Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista, São Paulo (SP)
  • Temporada: 19 de fevereiro a 10 de abril, aos sábados e aos domingos, às 15h
    (Não acontecem apresentações nos dias 26 e 27 de fevereir)
  • Projeto Escola: Às sextas-feiras, as sessões são gratuitas e exclusivas para escolas e instituições que atendem crianças deficientes.
    (Agendamentos são feitos pelo e-mail agenciadramatica@gmail.com )
  • Ingressos: R$40 (inteira) e R$20 (meia-entrada)
  • Classificação: Livre
  • Informações: https://www.omusicaldapassarinha.com.br/
*Haverá interpretação de libras e audiodescrição em todas as apresentações
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Rafael F. Carpi

Editor na Jornalista Inclusivo e na PCD Dataverso. Formado em Comunicação Social (2006), foi repórter, assessor de imprensa, executivo de contas e fotógrafo. É consultor em inclusão, ativista dedicado aos direitos da pessoa com deficiência, e redator na equipe Dando Flor e na Pachamen Editoria.

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