Brasil na Assembleia Mundial da Saúde: “Equidade em saúde e cultura da paz”

Ministra da Saúde, Nísia Trindade, em pronunciamento no Palais des Nations, em Genebra, Suíça, representando o Brasil na Assembleia Mundial da Saúde da OMS.
A Ministra da Saúde Nísia Trindade, o presidente do Conselho Nacional de Saúde Fernando Pigatto e outros especialistas representam o Brasil na Assembleia Mundial da Saúde. (Foto: Divulgação. Créditos: Secom/MS)

Em sua 76ª edição, a Assembleia Mundial da Saúde (AMS) tem como tema “OMS aos 75: Salvando vidas, levando Saúde para Todos”.

A 76ª Assembleia Mundial da Saúde (AMS), promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), está em andamento no Palais des Nations, em Genebra, Suíça. Celebrando o 75º aniversário da OMS, o evento reúne líderes, especialistas e representantes de diversos países para discutir questões-chave no campo da saúde. Aberta no domingo (21), com o tema “OMS aos 75: salvando vidas, levando saúde para todos”, a AMS segue até 30 de maio.

Neste artigo

Boa leitura!

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Brasil na Assembleia Mundial da Saúde

O Brasil se destaca com a participação da delegação brasileira na AMS, com a Ministra de Estado da Saúde, Nísia Trindade, o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, e de outros especialistas, reafirmando o compromisso com a saúde global e a busca por soluções conjuntas. 

No segundo dia da AMS, a ministra Nísia Trindade fez um discurso enfatizando a importância da defesa da equidade em saúde e da cultura da paz. Ela declarou que “o Brasil está de volta”, indicando o compromisso renovado do país com esses valores ”fundamentais neste tempo”.

De acordo com Nísia, é necessário fortalecer os sistemas de vigilância e saúde de forma abrangente, além de promover maior inovação, transferência de tecnologia e financiamento direcionados a sistemas de saúde mais equitativos. 

“Em tempos de inteligência artificial e avanços na saúde digital, é crucial que essas sejam ferramentas acessíveis e eticamente orientadas”, declarou a ministra.

Trindade destacou o impacto da pandemia de COVID-19, com 6 milhões de vidas perdidas em todo o mundo e um grave impacto nos sistemas de saúde, na saúde mental e na economia. Além disso, ela ressaltou a necessidade de sistemas nacionais de saúde mais preparados para futuras emergências.

Equidade em saúde e cultura da paz

Os desafios das mudanças climáticas

A Ministra da Saúde também enfatizou os desafios relacionados às mudanças climáticas e seus impactos na área da saúde. Trindade alertou que, apesar dos avanços alcançados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), muitas regiões do mundo estão em situação pior do que antes da pandemia. Ela ressaltou a importância de abordar essas questões urgentes e destacou a necessidade de ações coletivas para proteger o meio ambiente e promover a saúde.

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O CNS e a governança participativa

Outro destaque na AMS é a participação do Conselho Nacional de Saúde (CNS), com o presidente Fernando Pigatto, que participou da mesa “Um chamado à ação: Institucionalizando a participação social”, junto da ministra Nísia Trindade, na tarde de segunda-feira (22).

Pigatto também participou da mesa redonda estratégica intitulada “O mundo unido: iniciativas lideradas pelos Estados Membros para fortalecer a prevenção, preparação e resposta a pandemias”. A mesa contou com a presença da Secretária Nacional de Vigilância e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, e do Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom.

A participação do CNS foi anunciada durante a 1ª Conferência Livre Nacional de Gestão Interfederativa e Participativa , ressaltando a importância da governança participativa no contexto da saúde pública. O envolvimento do Conselho Nacional de Saúde nas discussões da AMS reforça a voz dos diversos atores da sociedade na tomada de decisões relacionadas à saúde e destaca o compromisso do Brasil com a participação social.

Banner dos 75 anos da Organização Mundial da Saúde, com o tema Saúde para Todos.
Descrição da imagem #PraGeralVer: Banner azul dos 75 anos da Organização Mundial da Saúde, com o tema “Saúde para Todos”. À direita, a ilustração de uma mulher, e no rodapé os logos da World Health Organization (WHO) e da Organização Pan Americana da Saúde (OPAS). O banner foi estilizado com sobreposição translúcida da bandeira do Brasil, enfatizando sua participação na 76ª Assembleia Mundial da Saúde. (Banner: Who. Bandeira do Brasil: Shutterstock. Imagem: Edição de arte)

Especialistas representando o Brasil

Quem também representa o Brasil é a neurologista Sheila Ouriques Martins, primeira presidente mulher e latino-americana da World Stroke Organization (WSO), entidade voltada a prevenção e tratamento do AVC (Acidente Vascular Cerebral). A participação de Sheila Martins, que também atua à frente da Rede Brasil AVC, é fundamental para compartilhar boas práticas e fortalecer parcerias internacionais no combate a essa importante questão de saúde.

“Participar da Assembleia Mundial de Saúde é uma valiosa oportunidade de construir, conjuntamente com lideranças do mundo todo, resoluções fundamentais para a saúde global, democratizando cada vez mais o acesso à saúde, para cuidar, com qualidade, dos cidadãos”, disse Sheila.

Por meio de trabalho voltado à redução do risco de hipertensão populacional feito pela WSO, a neurologista Sheila Martins recebeu em maio a premiação “Daniel Lackland Excellence Award in Collaboration and Advocacy for Population Hypertension Risk Reduction”, concedido pela World Hypertension League (Liga Mundial de Hipertensão). A especialista também é chefe do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

O financiamento sustentável da OMS

Durante a 76ª AMS, as discussões estão focadas em questões cruciais, como o financiamento sustentável da OMS . A organização desempenha um papel central na arquitetura global de emergências de saúde, especialmente em momentos de crise, como a recente pandemia da COVID-19. Garantir recursos adequados para a OMS é fundamental para fortalecer sua capacidade de resposta a emergências de saúde e promover programas de prevenção e tratamento em todo o mundo.

“Ao comemorarmos o 75º aniversário da OMS, podemos nos orgulhar de nossas conquistas, mas devemos estar atentos às lições aprendidas, na medida em que fazermos a transição da fase emergencial da COVID-19 e criamos um futuro no qual todas as pessoas tenham acesso aos serviços de saúde de que necessitam”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Isso significa fortalecer a arquitetura internacional de saúde para preparação, resposta e resiliência a emergências, apoiando países que não estão no caminho da cobertura universal de saúde e construindo uma OMS mais forte, com financiamento sustentável e responsável”.

A Assembleia Mundial da Saúde (AMS), também conhecida como World Health Assembly (WHA) em inglês, é o órgão decisório da Organização Mundial da Saúde (OMS), composto pelos ministros da saúde dos 194 países-membros. Seu papel principal é estabelecer as políticas da organização, nomear o Diretor-Geral, supervisionar as políticas financeiras e revisar e aprovar o orçamento do programa proposto. Os membros da Assembleia se reúnem anualmente em maio, na cidade de Genebra, sede da OMS.

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Jornalista Inclusivo

Da Equipe de Redação

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