Acessa BH 2022: Igualdade, empatia e representatividade PcD ganham a cena em Minas

Quatro fotografias em miniatura dos espetáculos e logo do Acessa BH 2022, 2ª edição do Festival, no topo.
Descrição da imagem #PraCegoVer: Arte com fotografias em miniatura e logo do Acessa BH 2022, 2ª edição do Festival, no topo. No rodapé, quatro fotografias dos espetáculos: “AVE”, “Kiua Matamba”, “Frida” e “A Corda em Si”. (Fotos: Divulgação/ Acessa BH. Imagem: Edição de arte)

Com cerca de 50 atrações na programação presencial e online, 2ª edição do festival segue até 31 de outubro com espetáculos teatrais, de dança, música e literatura de artistas com e sem deficiência

Espetáculos protagonizados por artistas com deficiência, rodas de conversa, debates e oficinas estão na programação da 2ª edição do Festival Acessa BH. O evento, que tem o intuito de dar o protagonismo às pessoas com deficiência, tanto nos palcos, como no centro dos debates e trazer o assunto da inclusão e da acessibilidade para a pauta e prática cotidiana, acontece até  31 de outubro, de forma virtual (www.youtube.com/AcessaBH ) e também presencialmente em Belo Horizonte.

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    Boa leitura!

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    Acessa BH 2022

    Em sua segunda edição, o Acessa se expande passando de 05 para cerca de 50 atividades na programação. O evento promoverá 04 debates, 04 oficinas, 05 rodas de conversa, 26 apresentações de artes cênicas, 04 de música, 02 de literatura, uma mostra de processo e o pré-lançamento de um festival teatral. 

    “Para o Festival e Seminário online, ampliamos o alcance, convidando artistas e profissionais de dez estados brasileiros e com olhar não só para diferentes corpos, mas também para a diversidade, com o protagonismo também de artistas mulheres e LGTBQIA+“, explica Lais Vitral, idealizadora e curadora do evento. 

    Assista ao teaser

    Destaques da 2ª edição do Festival

    Dentre os destaques deste ano estão a estreia do espetáculo híbrido de dança e teatro “Ave”, composta por artistas da Ananda Cia de Dança Contemporânea e do Núcleo de Criação e Pesquisa Sapos e Afogados, Live seguida de apresentação com o “Maestro João Carlos Martins” e mediada por Brisa Marques, show dos “Batuqueiros do Silêncio e o Som da Inclusão”, um dos poucos grupos formados por pessoas com deficiência que já se apresentou em vários cantos do Brasil e participou do encerramento dos Jogos Paraolímpicos Rio 2016, e a exibição do espetáculo “Kiuá Matamba” – Salve a Força dos Ventos , com Mona Rikumbi, primeira mulher negra e cadeirante a atuar no Theatro Municipal de São Paulo.

    Igualdade, empatia e representatividade PcD

    O Coletivo Desvio Padrão, de São Paulo, também estará nesta edição do Festival. Composto por pessoas que transitam nas pontas da curva normal: cegos, videntes, surdos e ouvintes atuantes em linguagens diversas do campo da cultura. O Coletivo está na programação com os espetáculos “Só se fechar os olhos” e “Para Além do gesto”, em sessões mediadas com o público. Os espetáculos são duas versões da mesma história, sendo a primeira concebida para o público com deficiência visual, e a segunda para o público com deficiência auditiva.

    Esta edição também conta com trabalhos que já integram a acessibilidade desde a concepção dos espetáculos, como as montagens da Cia Fluctissonante, do Paraná, um coletivo curitibano formado por artistas surdos e ouvintes que se dedicam à criação cênica contemporânea e bilíngue (Libras e português), sendo precursora nacional na criação em arte acessível, destacando-se justamente pela união de duas das línguas oficiais do Brasil dentro da cena. A Fluctissonante estará no Acessa BH com dois espetáculos, “Elevador” e “O Pequeno Príncipe”, além de uma mostra de processo do novo espetáculo “O Barco”.

    ONG Escola de gente

    A ONG Escola de Gente – Comunicação em Inclusão, reconhecida internacionalmente por seu trabalho em prol de uma sociedade inclusiva, também marca presença no Acessa BH no Dia Nacional do Teatro Acessível, em 19 de setembro. A organização participa de duas formas:

    Às 19 horas, com plena acessibilidade digital, terá início um bate-papo com Claudia Werneck, idealizadora da Escola de Gente, e os representantes do “Os Inclusos e Os Sisos – Teatro de Mobilização pela Diversidade” Carolina Godinho, Diego Molina e Natália Simonete. Teatro acessível e inclusão na arte serão pauta e, também, durante a live será apresentado um novo projeto de alcance nacional que envolve o grupo teatral e a Escola de Gente: o ETA Festival! – Esquetes de Teatro Acessível, online, gratuito e ao vivo. 

    Na sequência, às 20 horas, será possível acompanhar, de forma gratuita com Libras, legenda e audiodescrição, o espetáculo teatral “Ninguém mais vai ser bonzinho”, de autoria de Diego Molina, por meio do grupo “Os Inclusos e Os Sisos”, que em quase 20 anos de atuação, sempre com peças plenamente acessíveis, já se apresentou para mais de 200 mil pessoas.  O espetáculo aborda, com muito humor, questões cotidianas de preconceito e discriminação. 

    Arte acessível

    Apesar de existir uma legislação específica, a acessibilidade cultural ainda deixa muito a desejar na prática. Segundo Daniel Vitral, coidealizador do Festival, aos poucos se vê um aumento de atividades culturais com acessibilidade, mas muitas vezes elas estão restritas a cumprir um protocolo.

    “Vemos temporadas de espetáculos ou festivais com apenas uma sessão com recursos de acessibilidade. Ou ainda, uma sessão exclusiva para pessoas com deficiência. Em alguns projetos, vemos que a acessibilidade já é pensada desde o início das produções, mas eles ainda são minoria”, revela Daniel, reconhecendo que, recentemente, começamos a ter certa popularização dos intérpretes de Libras. 

    “Mas muito tem sido feito apenas de forma protocolar, porque a Lei de Incentivo à Cultura , por exemplo, passou a exigir medidas de acessibilidade para pessoas com deficiência em todos os projetos. Mas não é suficiente contar com um intérprete de Libras, e não ter um material de divulgação adequado, ou não informar que haverá intérprete de Libras, ou colocar o intérprete num cantinho, praticamente fora do palco, de forma que a pessoa com deficiência auditiva não consiga ver a cena e o intérprete ao mesmo tempo, com facilidade”, explica.

    O Festival Acessa BH parte do princípio de que a pessoa com deficiência deve ter seu direito à cultura garantido, e para isso deve poder escolher o melhor dia/horário, bem como comparecer com seus amigos e familiares. 

    Programação completa dos espetáculos online e presenciais, atividades formativas online, debates e oficinas disponíveis no canal do evento no YouTube . Inscrições e mais informações sobre o Acessa BH no site do festival .

    Serviço
    Recursos de acessibilidade
    • Espetáculos presenciais: Acessibilidade física, Audiodescrição e Libras
    • Espetáculos online: Audiodescrição, Libras e Legendas
    • Debates, lives e oficinas online: Libras e Audiodescrição.

    *Na live da Escola de Gente, realizada em 19/09, haverá Libras, legenda e audiodescrição em canal fechado. 

    O “Festival Acessa BH” é realizado por Lais Vitral e Vitral Bureau Cultural, com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, com o patrocínio da MGS, e patrocínio da Vallourec através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

    O “Seminário Acessa BH” é realizado por Lais Vitral e Vitral Bureau Cultural, com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

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    Jornalista Inclusivo

    Da Equipe de Redação

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