Startup promove atendimento inclusivo no varejo a pessoas com deficiência na hora das compras

Foto de Rodrigo Piris e Sonny Pólito, na seção de hortifrúti de mercado. Fundadores da Inclue, a startup promove atendimento inclusivo no varejo a PcDs e idosos.
Descrição da imagem #PraCegoVer: Foto colorida, em ambiente interno, com os fundadores da startup. À esquerda está Rodrigo Piris, homem branco com cabelos cacheados na altura dos ombros. À direita está Sonny Pólito, homem calvo de pela clara. Eles estão lado a lado, usam máscara de proteção e camiseta com o nome “Inclue”. Ao fundo, em segundo plano, a seção de hortifrúti de um mercado. (Imagem: Reprodução. Créditos: Divulgação)

A plataforma “Inclue” treina lojistas e disponibiliza aplicativo para clientes com deficiência e pessoas com mais de 60 anos

Proporcionar inclusão na experiência de consumo no varejo para pessoas com deficiência e quem tem mais de 60 anos. Esta é a proposta da startup Inclue , fundada em 2019, com plataforma que permite o atendimento personalizado para os públicos específicos na hora das compras.

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    Boa leitura!

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    Atendimento inclusivo no varejo

    Composta por três pilares – Treinamento, Sistema de Atendimento e Sistema de avaliação do atendimento – a Inclue é lançada no mercado para facilitar e proporcionar mais acessibilidade a quem tem necessidades específicas e uma maior conscientização e mobilização sobre inclusão social.

    A Inclue auxilia as empresas varejistas na implementação de estratégia de customer experience, com treinamentos em sistema de Educação à Distância (EaD). Já aos clientes das lojas cadastradas é disponibilizado um aplicativo para agendamento do dia, horário e a necessidade que possui na hora de ir até o estabelecimento comercial.

    Com as informações em mãos, o lojista e sua equipe, já treinada, disponibilizam atenção e oferecem um atendimento direcionado para a pessoa com deficiência ou o idoso, proporcionando independência e melhor experiência aos clientes.

    Experiência pessoal

    O Censo 2010 do IBGE aponta que cerca de 45 milhões de pessoas vivem com algum tipo de deficiência. Incluídos nesta estatística, os sócios fundadores da Inclue – Sonny Pólito, com deficiência visual, e Rodrigo Piris, com Transtorno do Espectro Autista (TEA) – buscaram alternativas para reduzir ou excluir atendimentos improvisados no varejo.

    Conhecendo na prática as barreiras da falta de acessibilidade (física e atitudinal) encontradas por este público, Pólito e Piris mostram que as marcas podem fazer muito mais para melhorar o relacionamento e fidelizar clientes com necessidades específicas (PCD ou 60+).

    Depois de dois anos sendo planejada, organizada e estruturada, a Inclue lançou as ferramentas de treinamento e aplicativo disponível para baixar nos sistemas Android ou IOS. A startup foi iniciada via bootstrapping, assim como 80% das startups surgem.

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    Pesquisa de campo

    Para fundamentar o trabalho desenvolvido pela startup, Pólito e Piris elaboraram pesquisa junto à varejistas sobre como realizam o atendimento inclusivo. Também questionaram o público alvo sobre as experiências vivenciadas na hora das compras.

    “As marcas não estão preparadas para atender as pessoas com deficiência e idosos e ainda não oferecem a elas uma boa experiência de compra. Isso faz com que tenham muitos obstáculos para consumir e pouco acesso ao varejo”, afirma Sonny Pólito.
    Foto de funcionárias de loja treinada pela startup Inclue, com atendentes usando vendas nos olhos e bengalas para pessoas com deficiência visual
    Descrição da imagem #PraCegoVer: Foto colorida, em ambiente interno, com funcionárias de loja já treinada pela startup Inclue. Algumas atendentes estão com vendas nos olhos e bengalas usadas por pessoas com deficiência visual. (Imagem: Reprodução/web. Créditos: Inclue) Foto de funcionárias de loja treinada pela startup Inclue, com atendentes usando vendas nos olhos e bengalas para pessoas com deficiência visual

    “O atendimento ajuda as pessoas com deficiência, por exemplo, a pegar os produtos que precisa, passar no caixa, acompanhar até o carro”, exemplifica Piris.

    As pessoas com deficiência ou com mais de 60 anos já podem utilizar o aplicativo e ter o atendimento personalizado nas lojas do Grupo Pão de Açúcar e no Supermercado Prezunic, nas unidades da Barra e Recreio, no Rio de Janeiro.

    Curso

    As empresas que buscam oferecer o melhor atendimento para as pessoas com deficiência e acima de 60 anos, clientes da Inclue, selecionam funcionários – gerente, atendente, coordenadores de equipes – para receberem o treinamento de acordo com a necessidade apresentada pelo público-alvo.

    Importante ressaltar que não é necessário que a empresa tenha um funcionário específico para essa ação. O profissional capacitado pode desenvolver outras funções, já que o atendimento inclusivo terá data e horário agendados, permitindo ainda, uma preparação até a chegada do cliente.

    Aplicativo

    O aplicativo é de fácil utilização dos clientes. Pode ser baixado tanto no Sistema Android , quanto no IOS . O app consome pouco espaço de memória do smartphone e é bem simples de ser utilizado.

    Basta fazer o cadastro, efetuar o login, selecionar a loja cadastrada na qual quer efetuar a compra, indicar data e horário e selecionar as necessidades específicas. Os dados apresentados são recebidos pela loja escolhida.

    Sobre os fundadores da Inclue

    Sonny Pólito, aos quatro anos foi diagnosticado com alta miopia e astigmatismo. Aos 10 anos, soube que tinha retinose pigmentar, doença ocular rara, hereditária e degenerativa que causa deficiência visual grave. Três anos depois, não conseguia ler e teve ajuda dos pais e professores para não desistir. 

    Mesmo com a visão comprometida, seguiu nos estudos. Aos 19 anos, entrou no Curso de Comunicação Social na FAAP, se formou em 2003 e iniciou carreira em uma multinacional americana. Passou por uma instituição financeira e por empresas de tecnologia, atuando na área comercial e suporte de vendas. Contribuiu na formação de comitês de inclusão de pessoas com deficiência nas empresas. 

    Em 2016, foi convidado para liderar o movimento de pessoas com baixa visão no Brasil, por meio do Movimento da Bengala Verde que já existe em 14 países. 

    Em 2019, ao participar da primeira Startup Weekend de diversidade e inclusão, teve contato com mentores e surgiu a ideia de fundar a Inclue para tornar o varejo mais inclusivo, recebeu o prêmio de 1º lugar e motivou-se a empreender.

    Rodrigo Piris começou a falar e andar apenas com três anos. De origem humilde em uma comunidade da Zona Sul de São Paulo, teve uma infância reprimida por bullying. Iniciou aulas de informática aos nove anos. Aos 16 anos aventurou-se em hacking de computadores. Iniciou sua carreira como programador e web designer. 

    Posteriormente, como analista de sistemas e arquiteto da informação no setor de e-commerce. Cursou superior em Sistemas para Internet e Gestão de Marketing, mas decidiu trancar ambos os cursos por ter sofrido bullying, optando por aprender como autodidata. 

    Em 2011, criou o Movimento Queremos Ética, que foi destaque nas em suas campanhas digitais e passeatas contrárias à corrupção, cujas ações receberam destaque nas mídias sociais e na televisão. Recebeu 11 prêmios em inovação. 

    Em 2021, ao observar autistas junto à Inclue, revendo sua própria história e o perfil de alguns familiares, decidiu procurar atendimento psicológico e psiquiátrico e recebeu o diagnóstico de TEA, nível 1 de apoio, com altas habilidades e hiperfoco em escrita. Atualmente cursa Gestão de Tecnologia na FIAP.

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    Jornalista Inclusivo

    Da Equipe de Redação

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