Relato da jornalista Renata Capucci mostra como o diagnóstico precoce pode impedir a progressão da doença e manter a qualidade de vida do paciente
Embora a prevalência da Doença de Parkinson seja em pessoas com mais de 60 anos, estima-se que em cerca de 10% a 20% ↗ dos pacientes a doença se manifeste antes dos 50 anos, como aconteceu com a jornalista Renata Capucci. Aos 49 anos, ele revelou no podcast “Isso é Fantástico” ↗ (TV Globo), que tem a doença desde 2018, quando surgiram os primeiros sintomas motores — ela começou a mancar e depois um dos braços passou a subir sozinho, enrijecido.
“Chegou a minha vez de me libertar. Porque viver com esse segredo é ruim. Você se sente vivendo uma vida fake, porque parte de você é de um jeito e você fica escondendo a outra parte de outras pessoas, no meu caso, a maioria das pessoas, porque eu sou uma pessoa pública. Eu fui diagnosticada com doença de Parkinson em outubro de 2018, quando eu tinha 45 anos. Hoje, eu tenho 49″, afirmou Capucci.
Boa leitura!
Diagnóstico precoce do Parkinson
O relato da jornalista alerta para a importância de estar atento aos sinais do corpo e de buscar um especialista, caso a própria pessoa ou alguém próximo a ela identifique alterações no movimento. Um relatório divulgado em junho pela Organização Mundial de Saúde (OMS) revela que a prevalência da Doença de Parkinson dobrou nos últimos 25 anos (dados de 2019), mostrando que 8,5 milhões de indivíduos no mundo vivem com a doença. O levantamento também aponta que as mortes e os impactos na saúde como consequência do Parkinson estão aumentando de forma mais rápida que qualquer outro distúrbio neurológico. No Brasil, estima-se que 200 mil pessoas tenham a patologia.
“O aumento dos diagnósticos também está relacionado ao crescimento do número de especialistas que trabalham com distúrbios de movimento e que são capazes de identificar mais rapidamente a doença”, afirma Renan Rocha, gerente de produto da linha de Neurologia da Zambon. Ele participou recentemente do PD Academy, evento anual promovido pela farmacêutica Zambon na Europa, com a presença de 250 neurologistas especialistas em distúrbios do movimento do mundo inteiro para debater sobre novos estudos, técnicas e medicamentos.
A Doença de Parkinson é uma das prioridades da Zambon, que tem investido de maneira significativa em pesquisas de doenças crônicas e degenerativas. O objetivo é promover a qualificação médica e a globalização das informações, de forma a antecipar o diagnóstico, retardar a progressão da doença e manter a qualidade de vida dos pacientes.
O que é a Doença de Parkinson?
O Parkinson é causado por uma degeneração progressiva dos neurônios ↗ que produzem uma substância chamada dopamina, um neurotransmissor que ajuda na comunicação entre as células nervosas e é essencial para o controle dos movimentos dos músculos. A ausência da dopamina causa tremores, ou seja, movimentos involuntários de braços, pernas e cabeça.
Mas nem sem sempre os tremores são o primeiro sintoma da doença. Na maioria das vezes, antes deles a pessoa desenvolve bradicinesia, caracterizada pela lentidão dos movimentos, quase sempre de um lado só do corpo. De acordo com a Dra. Yvi Gea, diretora médica da Zambon, existem outros sintomas que podem aparecer — os não motores – e que dificilmente são relacionados ao Parkinson, tais como quadros de tristeza, ansiedade, distúrbios de humor e do sono, depressão, problemas urinários, sintomas gastrointestinais e dor.
Atualmente, o diagnóstico da doença é feito com base na história clínica do paciente e no exame neurológico. Segundo Dra. Yvi, não há, por enquanto, nenhum teste específico para diagnóstico precoce ou prevenção da patologia. Por isso, a orientação é procurar um neurologista sempre que surgirem alguns dos principais sintomas:
- Tremores involuntários em repouso
- Rigidez muscular
- Andar mais lento e arrastado
- Perda de expressão facial
- Depressão
- Ansiedade
- Dores musculares
- Constipação
Origem gastrointestinal
Durante o evento anual da Zambon, os especialistas debateram sobre uma possível correlação entre a Doença de Parkinson e problemas no intestino:
“Evidências recentes sugerem que uma mudança na composição do microbioma gastrointestinal pode desempenhar um papel importante na patogênese da DP. Antes o foco das pesquisas era o cérebro; agora está sendo redirecionado do cérebro para os intestinos”, ressalta Mônica Bognar, coordenadora de Assuntos Médicos da Zambon.
Dois estudos publicados no início deste ano por pesquisadores brasileiros reforçam a hipótese de que a evolução dos distúrbios neurovegetativos pode ser influenciada pela microbiota intestinal ↗. Os trabalhos descrevem a forma pela qual o desequilíbrio entre as bactérias patogênicas e benéficas do intestino — a disbiose — pode facilitar o surgimento da doença de Parkinson.
Em artigo publicado na revista iScience, em março, pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), de Campinas, descobriram que a proteína aSyn, agregada nos intestinos pela proliferação descontrolada de bactérias, pode migrar para o Sistema Nervoso Central, iniciando um provável mecanismo do surgimento da patologia. Ou seja, há evidências de que células específicas do epitélio intestinal possuem propriedades semelhantes às dos neurônios e podem estar relacionadas ao Parkinson e outras doenças degenerativas.
Dados
A prevalência da Doença de Parkinson está aumentando mais rapidamente que outros distúrbios neurológicos. Em 2016, cerca de 6 milhões de indivíduos tinham diagnóstico de Parkinson, o que significa um aumento de 2,4 vezes, se comparados com os dados de 1990. Nos Estados Unidos, 930 mil pessoas convivem com a doença. Na Espanha são 300 mil, o que representa um novo caso a cada 10 mil pessoas por ano.
Alguns estudos internacionais estimam que o número de pacientes com Parkinson no Brasil dobrará até 2030 ↗. Como o número de pessoas diagnosticadas com a patologia representa em torno de 3% da população com 60 ou anos ou mais, é possível que 630 mil indivíduos passem a conviver com a doença até o final desta década, levando em consideração que existem, hoje, aproximadamente 21 milhões de pessoas nessa faixa etária de 60 anos.
Tratamento
Como a doença é progressiva e não tem cura, as terapias ajudam a controlar os sintomas e permitem que o indivíduo continue exercendo suas atividades. O tratamento com medicamentos estimula a oferta de dopamina, aumentando a sua presença ou evitando a sua degradação, além da deterioração das funções cerebrais e do controle dos sintomas.
Quanto mais cedo se obtém o diagnóstico, mais chances de diminuir a progressão da doença e de melhorar a qualidade de vida ao lado de amigos e familiares, além de ampliar a capacidade produtiva dos pacientes. Além dos remédios, existem outros recursos terapêuticos como fisioterapia, cirurgia e até o implante de um marcapasso cerebral que reduz os tremores e a rigidez dos músculos.
Sobre a Zambon
A Zambon é uma multinacional italiana que atua na linha farmacêutica e de química fina desde 1906. É globalmente reconhecida por sua linha respiratória com produtos de ação mucolítica e antioxidante, e no Brasil atua em 5 grandes áreas terapêuticas: respiratória, saúde feminina, dor, sistema nervoso central e doenças raras. Mantendo seu foco em inovação e cuidado com as pessoas, a farmacêutica investe no lançamento de medicamentos e soluções de saúde modernas para que os pacientes, consumidores e colaboradores desfrutem profundamente cada momento, afinal, está no centro de nosso propósito a diferenciação entre viver e viver verdadeiramente.
Esta é a Zambon: uma empresa inovadora composta por pessoas altamente qualificadas, que partilham os mesmos valores e estão em constante evolução para lidar com cenários em constante evolução.