Autismo: 10 sinais de alerta para detectar o TEA

Criança usando óculos de grau, interage com fotógrafo, para ilustrar 10 sinais de alerta para detectar o TEA.
Descrição da imagem #PraCegoVer: Fotografia em área interna, ilustrando os 10 sinais de alerta para detectar o TEA. Criança branca de pele morena e cabelos castanhos, usa óculos de grau e está interagindo com o fotógrafo. O garoto está próximo à lente da máquina fotográfica, sorrindo e acenando com a mão. Ao fundo, em segundo plano, outras crianças sentadas no chão entre brinquedos. Créditos: Karine Xavier/Folhapress

De acordo com a antiga Apae de SP, sintomas que envolvem problemas na interação social do indivíduo podem ser percebidos em 10 sinais de alerta para detectar o TEA

É provável que a maioria das pessoas nunca tenha ouvido falar tanto no Transtorno do Espectro Autista (TEA) quanto atualmente, mas ainda há dúvidas sobre o que realmente é, seus sintomas e as implicações para a pessoa. O TEA é conhecido também de diferentes maneiras, como Transtorno Autístico (Autismo), Transtorno/Síndrome de Asperger, Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno Global ou Invasivo do Desenvolvimento sem outra especificação e é considerado um dos Transtornos do Neurodesenvolvimento.

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Entre as organizações que oferecem avaliação diagnóstica para identificar casos de TEA está o Instituto Jô Clemente. Por meio do Ambulatório de Diagnóstico, profissionais investigam sinais característicos dessa condição em crianças, jovens e adultos. Os atendimentos podem ser realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou por planos de saúde e consultas particulares.

No diagnóstico é detectado se o paciente possui características que envolvam prejuízos na interação social, na linguagem/comunicação, e se há padrões repetitivos de comportamento. A orientação é para que os pais, professores e/ou responsáveis procurem auxílio médico quando há os seguintes sinais:

Duas pessoas, de costas, em atendimento ambulatorial, no Instituto Jô Clemente e uma profissional da saúde.
Descrição da imagem #PraCegoVer: Fotografia em ambiente interno, no ambulatório do Instituto Jô Clemente. Duas pessoas estão sentadas, em atendimento, e aparecem de costas. À frente delas, mesa de escritório e uma profissional da saúde, usando jaleco branco, avalia um documento sobre a mesa. Na sala há duas janelas com bastante claridade. Créditos: Divulgação/IJC
  1. Pouco contato visual: a criança não olha quando é chamada pelo nome ou não sustenta o olhar;
  2. Não interagir com outras pessoas: não interage com outras pessoas por meio de sorrisos, por exemplo;
  3. Bebês que não fazem jogo de imitação: os bebês começam a imitar atitudes e comportamentos por volta dos seis a oito meses de vida, portanto, deve-se ficar atento quanto à ausência desse comportamento;
  4. Não atender quando chamado pelo nome: a criança pode parecer desatenta, pois não atende quando é chamada pelo nome;
  5. Dificuldade em atenção compartilhada: não demonstra interesse em brincadeiras coletivas e parece não entender a brincadeira;
  6. Atraso na fala: criança acima de dois anos que não fala palavras ou frases;
  7. Não usar a comunicação não-verbal: não usa as mãos para indicar algo que quer;
  8. Comportamentos sensoriais incomuns: se incomoda com barulhos altos, por vezes colocando as mãos nos ouvidos diante de tais estímulos; não gosta do toque de outras pessoas, irritando-se com abraços e carinho;
  9. Não brinca de faz de conta: não cria suas próprias histórias e não participa das brincadeiras dos colegas. Também não utiliza brinquedos para simbolizar personagens. Suas brincadeiras costumam ser solitárias e com partes de brinquedos, como a roda de um carrinho ou algum botão;
  10. Movimentos estereotipados: apresenta movimentos incomuns, como chacoalhar as mãos, balançar-se para frente e para trás, correr de um lado para outro, pular ou girar sem motivos aparentes. Os movimentos podem se intensificar em momentos de felicidade, tristeza ou ansiedade.

Não há medicação para o TEA, mas há casos em que são necessárias medicações para controlar quadros associados ao autismo, como insônia, hiperatividade, impulsividade, irritabilidade, atitudes agressivas, falta de atenção, ansiedade, depressão, sintomas obsessivos, raiva e comportamentos repetitivos. Em alguns casos, o indivíduo desenvolve problemas psiquiátricos.

Criança de costas em atendimento com profissional de fonoaudiologia.
Descrição da imagem #PraCegoVer: Fotografia em ambiente interno, com criança em atendimento fonoaudiológico. À esquerda, de costas, criança de pele clara e cabelos castanhos na altura dos ombros. Está com os cotovelos apoiados na mesa. À direita, profissional de pele clara, cabelos escuros na altura dos ombros e jaleco branco. Segura peça com imagem na mão direita e aponta com a esquerda. Créditos: Divulgação/IJC

O acompanhamento do autismo baseia-se em estratégias como:

  • Treinamento dos pais: é a família que mais interage e estimula o comportamento das crianças, portanto, um tratamento eficaz depende do auxílio dos familiares e amigos.
  • Análise Aplicada do Comportamento (ABA): a Metodologia de Análise Aplicada do Comportamento (ABA – Applied Behavior Analysis) é um conjunto de procedimentos aplicados com o intuito de melhorar o comportamento socialmente adaptável e a aquisição de novas habilidades por meio de práticas intensas.
  • Tratamento e Educação para Crianças Autistas e Crianças com Déficits relacionados com a Comunicação (TEACCH): é um programa desenvolvido para educadores. Desenvolvido na Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill, e iniciado em 1972 por Eric Schopler, tem sido amplamente incorporado nos contextos educativos e contribuído para uma base concreta de intervenções do autismo. É também chamado de estrutura de ensino, pois de baseia na evidência e observação de que indivíduos com autismo compartilham um padrão de comportamento semelhante na maioria dos casos.
  • Psicoterapia em abordagem cognitivo-comportamental (TCC): a abordagem psicológica demonstra ter eficácia nos quadros de ansiedade, autoajuda e habilidades de vida diária.

Para os especialistas do Instituto Jô Clemente e, de acordo com os estudos científicos, o diagnóstico precoce é fundamental para que o indivíduo receba o tratamento adequado e desenvolva uma vida produtiva e inclusiva, com chances de estudar e trabalhar. A Organização atua há 60 anos para promover assistência e desenvolver o potencial das pessoas apoiadas, a fim de capacitá-las e incluí-las na sociedade.

*Artigo produzido pela equipe de neuropsicólogos do Ambulatório de Diagnóstico do Instituto Jô Clemente.

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