Especial Tóquio 2020: Uma dose de adrenalina

Arte com foto de torcedor, o título Especial Tóquio 2020, com descrição na legenda do artigo "Uma dose de adrenalina".
Descrição da imagem #PraCegoVer: Imagem de capa do artigo “Uma dose de adrenalina”, abrindo a série “Especial Tóquio 2020” (tema sobreposto à imagem, na cor branca). Fotografia de uma pessoa segurando a bandeira Olímpica, com os arcos coloridos – que representam a união dos cinco continentes. A pessoa está de costas, é branca, usa camiseta azul, e segura a bandeira acima da cabeça, com os braços esticados. A imagem ao fundo tem tons de azul e violeta. Na lateral direita aparece o logo oficial (em inglês): “Tokyo 2020, Paralympic Games”. Mais abaixo os nomes com os pictogramas das modalidades: “Triatlo, Ciclismo e Paratletismo”. Créditos: Edição JI

Fique por dentro das regras básicas do Paratletismo, Triatlo e Ciclismo Paralímpicos

Iniciando a nova série ‘Especial Tóquio 2020’, da coluna Sem Barreiras, Murilo Pereira explica três importantes modalidades paralímpicas e traz uma dose de adrenalina aos leitores do JI

Hoje, iniciamos no Jornalista Inclusivo, a série de artigos do Especial Tóquio 2020 sobre as modalidades que irão compor o quadro paralímpico no Japão. Aqui, na coluna Sem Barreiras, o objetivo é ser o mais simplificado possível para que você, leitor(a), compreenda as regras dos esportes adaptados e possa torcer por nossos Paratletas na Terra do Sol Nascente.

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Para uma boa didática, vamos associar paradesportos com características em comum. Nessa primeira edição, o foco será em Paratletismo, Triatlo e Ciclismo Paralímpicos. O atletismo, por ser um dos esportes pioneiros dos Jogos Olímpicos e por ter uma cobertura maior por parte da mídia é uma das práticas que o público possui mais familiaridade. Contudo, as outras duas modalidades também têm a velocidade e a força como instrumentos de trabalho e constroem uma dinâmica bem interessante.

O Paratletismo divide-se em três subdivisões específicas: Campo, Pista e Paratletismo de Rua. A primeira é representada pela letra F, simbolizando a palavra em inglês Field (campo). Estão englobadas nessa categoria as provas de lançamento de club, dardo, disco e o lançamento de peso.

Já o segundo grupo é sinalizado pela letra T, do inglês Track (pista), para as disputas de velocidade e saltos. Com a finalidade de garantir a lealdade desportiva, ficou estabelecida uma classificação funcional de acordo com as limitações de cada Paratleta. As classes F11, F12 e F13 são destinadas à Pessoas com Deficiência Visual, assim como a T20 abriga as Pessoas com Deficiência Intelectual, por exemplo.

Foto de paratleta correndo com seu atleta-guia, descritos na legenda.
Descrição da imagem #PraCegoVer: Na foto, uma Paratleta está com seu atleta-guia em uma pista de atletismo com piso azul e linhas brancas. Há também cones de sinalização na cor laranja. A corredora usa camiseta regata com tons de azul e verde, com sua credencial presa no abdômen e bermuda térmica verde. Ela também usa óculos de sol espelhado e cabelo preso em rabo de cavalo. O guia usa colete de identificação laranja, bermuda térmica verde e tênis verde fluorescente. Os dois estão conectados pelo braço esquerdo dele e o direito dela. Créditos: Tony Takimoto

Além das duas determinações, também há o Paratletismo de Rua, com a maratona de 42 km e a meia-maratona (21 km). No Brasil, inclusive, as últimas temporadas foram marcadas por nomes já conhecidos que, com frequência, são sinônimos de medalha, como: Claudiney Batista, Alessandro Silva e Petrúcio Ferreira.

Atualmente, o ciclismo é um esporte que ganha cada vez mais amantes ao redor do mundo, principalmente por incentivar a exploração de novos destinos, paisagens e por promover a interação entre os praticantes. Nas Paralimpíadas, ele marca presença e gera bastante rivalidade. Quem tem Paralisia Cerebral, por exemplo, pode correr com bicicletas convencionais ou triciclos, dependendo das dificuldades. Quem tem deficiência visual utiliza o modelo chamado ‘Tandem’  (são dois bancos e quatro pedais), com lugar também para o guia. Já os Paratletas com mais limitações motoras podem usar a Handcycling (ou Handbike), em que o atleta vai quase deitado e pedala com as mãos.

Paratleta de ciclismo em handbike.
Descrição da imagem #PraCegoVer: Algumas placas de publicidade, nas cores azul e branco aparecem no canto esquerdo da imagem. No asfalto, existem linhas de demarcação brancas. Ao centro, o Paratleta conduz sua Handcycling (ou Handbike) deitado, usando camiseta amarela, calça azul, óculos de sol e capacete de proteção. Créditos: Girohandbike

As provas, que acontecem tanto no velódromo quanto nas pistas, variam na duração. No ambiente fechado, elas vão de 250 a 325 metros. Já nas estradas, a distância pode chegar até 120 quilômetros. E além dessas duas competições, ainda existe o contrarrelógio, em que um participante é liberado de minuto a minuto, no circuito. Sagra-se vencedor(a) quem fizer o menor tempo. Em termos de agrupamento por deficiência, são quatro:

  1. Pessoas com poucas limitações;
  2. Com um dos membros amputados e que utilizam prótese;
  3. Com um dos membros, mas que não usam prótese;
  4. Corredores com maior comprometimento motor.

Todas as classes recebem a marca LC, que remete ao inglês Locomotor Cycling (ciclismo locomotor). Na Rio 2016, por exemplo, Lauro Chaman foi o primeiro medalhista Paralímpico nessa modalidade.

Paratleta de triatlo, de costas para a fotografia. Descrição na legenda.
Descrição da imagem #PraCegoVer: É possível visualizar alguns totens da competição no quadrante direito da imagem. No meio da foto, o Paratleta de costas, usa camiseta regata vermelha e preta. Centralizado e com a fonte branca, está um logotipo com o nome “Triatlon Claveria”. Ele também usa uma viseira branca, com a aba virada para trás e a marca da Adidas. Créditos: Cesar March

Fechando esse primeiro episódio da série Especial Tóquio 2020 a natação em mar aberto. São 5 km de corrida, 20 km de ciclismo e 750 m na água. Podem participar pessoas com deficiências físicas, além de amputados e com deficiências visuais. Os praticantes são organizados em seis classes funcionais: PTWC para cadeirantes, PT2 a PT5 para pessoas com limitações motoras, indo dos casos mais severos aos mais brandos e PTVI para deficiências visuais. A principal figura brasileira no Triatlo é Fernando Aranha.

Esperamos que a nova série de textos promova uma maior identificação da torcida com os Esportes Adaptados e, de alguma forma, possibilite uma plena representatividade da Pessoa com Deficiência.

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Murilo Pereira

O Jornalista Murilo Pereira dos Santos é Paratleta pela categoria BC1 de Bocha Paralímpica Ituana. Ele é editor do "Prosa de Gol" (@prosadegol), nas redes sociais, e da página "Sem Barreiras" (@_sem_barreiras), esta última oriunda do seu blog, que também dá nome a sua coluna aqui no site Jornalista Inclusivo, sobre paradesporto e outras questões relacionadas a paralisia cerebral, acessibilidade e inclusão.

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