IA na Saúde Clínica: 5 aplicações de inteligência artificial na saúde

À direita, profissional da saúde com braço esticado toca nos ícones de IA na saúde clínica, à esquerda da imagem. No canto direito inferior, o texto: Inteligência artificial - como a IA tem se destacado na área da saúde.
Diretor de tecnologia com foco na transformação digital na saúde explica as vantagens da IA na saúde clínica em instituições. (Imagem: Freepik. Créditos: Edição de arte | CC BY NC 4.0)

Descubra como a IA pode melhorar a eficiência diagnóstica e o atendimento clínico em instituições de saúde com essas 5 aplicações práticas

Tema de recente simpósio organizado pela Faculdade de Medicina da USP, a Inteligência Artificial é capaz de aprimorar habilidades e desempenho através do uso de técnicas de aprendizado de máquina, permitindo literalmente que as máquinas aprendam a partir de dados e experiências passadas para tomar decisões cada vez mais precisas e eficientes.

Neste artigo

Boa leitura!

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Benefícios da IA na Saúde Clínica

O uso da inteligência artificial já é uma realidade capaz de melhorar a prestação de serviços e tem se destacando em diversos setores. Na saúde não é diferente. Os aplicativos com IA permitem várias possibilidades, tanto para pacientes, como os profissionais e as instituições de saúde.

“A tecnologia pode aprimorar o diagnóstico, agilizar a triagem do paciente, auxiliar no trabalho dos médicos, no controle de farmácias, entre outras funções, ou seja, pode ser usada como um grande apoio em prol da saúde.”, afirma Andrey Abreu, diretor de Tecnologia da MV, multinacional focada na transformação digital na saúde.

Abaixo, o especialista comenta sobre cinco possibilidades de aplicação da Inteligência Artificial no atendimento clínico e instituições de saúde.

A) Complemento para prontuários

O prontuário eletrônico é uma ferramenta muito importante para as equipes de enfermagem e médicos acompanharem a evolução do estado de saúde de pacientes e das ações realizadas.

Com a IA, é possível compilar a conversa entre profissional de saúde e paciente, sem perder detalhes importantes para a linha de tratamento e diagnóstico, criando, assim, uma espécie de banco de dados personalizado para agilizar o processo de informações, por exemplo.

“A ferramenta ajuda muito neste processo para o médico não perder nenhum detalhe e poder armazenar as particularidades do que foi relatado, poupando seu trabalho braçal. Isso possibilitaria uma análise segura e a tomada de decisão com praticidade e precisão”, ressalta Andrey.

B) Geração de dados e alertas

A IA pode gerar alertas e colaborar com o monitoramento do tratamento. Segundo Andrey, os alertas são importantes, podendo envolver os horários para ministrar medicamentos, a medição da pressão e sinais vitais, o desenvolvimento dos devidos procedimentos para avaliar o estado do paciente, entre outros.

“Se um paciente está com dores que não foram amenizadas com determinados medicamentos, é sinal que pode se tratar de um caso mais agudo, como uma infecção ou outras doenças mais graves, por exemplo. Os alertas podem ajudar a captar os sinais e a IA poderia sugerir o motivo pelo qual o paciente não está melhorando, auxiliando os médicos no diagnóstico preciso.”

Um ponto crucial é a intersecção entre a prescrição de medicamentos e a administração desses medicamentos, o que pode ser monitorado por meio da farmácia hospitalar. Se um medicamento for devolvido à farmácia, a IA pode gerar e comparar alertas clínicos, sugerir possíveis razões para a devolução e a não utilização do medicamento. Isso ajuda a prevenir erros de devolução e, consequentemente, a evitar prejuízos a pacientes.

C) Apoio à medicina de precisão

A IA colabora no registro dos medicamentos, indicando os mais eficientes para um devido tratamento. A medicina de precisão alia os dados já convencionalmente utilizados para diagnosticar sinais, sintomas, história pessoal/familiar e exames complementares amplamente utilizados – ao perfil genético de cada pessoa.

Além disso, a medicina de precisão permite criar tratamentos personalizados para cada paciente, levando em consideração suas particularidades genéticas e outros fatores de risco. Com a ajuda da IA, é possível analisar grandes quantidades de dados genômicos e clínicos, fazendo com que a medicina de precisão seja uma abordagem promissora para o tratamento de diversas doenças, desde o câncer até as doenças cardiovasculares.

D) Auxílio na decisão clínica

Um dos principais desafios do médico é diagnosticar uma doença com base em diversos sintomas e situações apresentados pelo paciente. Com a ajuda da Inteligência Artificial e da facilidade de criação de relatórios e prontuários eletrônicos, é possível identificar as opções mais previsíveis para cada condição, auxiliando o médico na tomada de decisão precisa e pertinente.

“A IA pode ajudar tanto na decisão de medicamentos que podem causar efeitos positivos ou negativos no paciente, quanto dar as opções do que o paciente pode ter. Baseado em dados de exames, ele cria hipóteses clínicas para assim, o médico decidir. Apesar disso, o médico é quem deve diagnosticar, pois a IA é uma ferramenta para apoiar e não para substituir a atividade médica.”, explica Andrey.

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E) Auxiliar na prevenção de epidemias

A Inteligência Artificial pode desenvolver um perfil epidemiológico, analisando o panorama geral de uma população específica e permitindo a implementação de medidas preventivas.

“Por exemplo ao atender cerca de 10 pacientes de uma mesma região com o mesmo quadro de saúde, pode ser o sinal de identificação do início de uma epidemia.”, explica o especialista.

No entanto, Andrey destaca que, embora as ferramentas de IA possam ser úteis, elas também estão sujeitas a erros. Portanto, é essencial ter uma colaboração entre o médico e a IA, onde a perspectiva humana é indispensável, especialmente no diagnóstico de pacientes.

“A Inteligência Artificial vem para aprimorar, mas não vai substituir o trabalho do ser humano. É muito importante que haja uma curadoria das informações e decisões que a inteligência está indicando.”, conclui o profissional.

Princípios Éticos e Governança

Para a inteligência artificial melhorar a prestação de serviços de saúde e tratamentos em todo o mundo, a ética e os direitos humanos devem ser colocados no centro de seu desenho, implantação e uso, de acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicadas em junho de 2021 .

O relatório Ethics and governance of artificial intelligence for health  (Ética e governança da inteligência artificial para a saúde – em tradução ao português) é resultado de dois anos de consultas realizadas por um painel de especialistas internacionais indicados pela OMS.

“Como toda nova tecnologia, a inteligência artificial possui um enorme potencial para melhorar a saúde de milhões de pessoas em todo o mundo, mas como toda tecnologia, também pode ser mal utilizada e causar danos. […] Este novo relatório importante fornece um guia valioso sobre como maximizar os benefícios da IA, minimizando seus riscos e evitando suas armadilhas”, afirmou o então diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Sobre a MV

A MV é uma multinacional de tecnologia focada na Transformação Digital do setor de Saúde no Brasil e na América Latina. Norteada pela missão de tornar a saúde mais eficiente por meio do conhecimento de gestão e tecnologia contribuindo para uma sociedade saudável, a MV é uma healthtech brasileira que oferece, há 35 anos, tecnologias que facilitam a rotina de todo o ecossistema da saúde e contribuem para salvar vidas. 

Com intuito de conectar as demandas do presente sem deixar de olhar o futuro, a companhia construiu o seu legado focado na transformação da saúde digital, investindo na criação de soluções de gestão integradas para hospitais, clínicas, operadoras, centro de medicina diagnóstica, rede pública de saúde e pacientes.

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Rafael F. Carpi

Editor na Jornalista Inclusivo e na PCD Dataverso. Formado em Comunicação Social (2006), foi repórter, assessor de imprensa, executivo de contas e fotógrafo. É consultor em inclusão, ativista dedicado aos direitos da pessoa com deficiência, e redator na equipe Dando Flor e na Pachamen Editoria.

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