Recomendações da OMS evitaram 300 milhões de novos fumantes no mundo; apesar da redução no uso do tabaco nos últimos 15 anos, o fumo ainda mata 8.7 milhões anualmente.
Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado nesta segunda-feira em inglês ↗, destaca que o número de fumantes caiu nos últimos 15 anos. E graças a uma série de diretrizes implementadas, o mundo tem menos pessoas usando o tabaco. No topo da lista de nações que implementaram as medidas da OMS estão Brasil e Turquia, que foram elogiados pela agência da ONU.
Menos fumantes no mundo
Com cerca de 71% da população mundial protegida com pelo menos uma recomendação para restringir o acesso ao tabaco, a OMS estima que as medidas evitaram 300 milhões de novos fumantes.
Segundo a OMS, o número de pessoas protegidas com iniciativas de prevenção aumentou cinco vezes. O levantamento aponta que 40% dos países têm locais públicos internos totalmente sem cigarro, evitando o fumo passivo.
O relatório avalia ainda o progresso no controle do tabagismo e mostra que mais duas nações, Ilhas Maurício e Países Baixos, também implementaram as recomendações.
O estudo aponta que oito países estão a apenas uma política de se juntar aos líderes no controle do tabaco: Etiópia, Irã, Irlanda, Jordânia, Madagascar, México, Nova Zelândia e Espanha.
Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, os dados mostram que, lentamente, mais pessoas estão sendo protegidas contra os dados do tabaco e afirmou que a agência está pronta para apoiar mais países a implementar as recomendações.
Fumo passivo
Cerca de 1,3 milhão de pessoas morrem anualmente devido ao fumo passivo. No relatório, a agência destaca que todas essas mortes são totalmente evitáveis.
As pessoas expostas ao tabaco correm o risco de perder a vida para doenças cardíacas, respiratórias derrames, diabetes tipo 2 e câncer.
A OMS defende que os espaços públicos livres de cigarro são apenas uma política no conjunto de medidas de controle para ajudar os países a implementar as recomendações e conter a epidemia do tabagismo.
Para a agência, ambientes livres de fumaça ajudam as pessoas a respirar ar puro, protegem do fumo passivo, motivam os fumantes a parar, combatem o hábito e ajudam a impedir que jovens comecem a fumar ou usar cigarros eletrônicos.
Recomendações da OMS
Mesmo com o progresso, a OMS destaca que 44 países não implementaram nenhuma das diretrizes e 53 ainda não possuem proibições completas de fumo em unidades de saúde.
Enquanto isso, apenas cerca de metade dos países têm locais de trabalho e restaurantes privados sem fumo.
O diretor de Promoção da Saúde da OMS, Ruediger Krech, faz um apelo para que as políticas sejam implementadas e lembra que fumar mata anualmente 8,7 milhões de pessoas em todo o mundo.
As diretrizes da OMS sugerem que os países monitorem o uso do tabaco e as políticas de prevenção, protejam as pessoas da fumaça e ofereçam ajuda para quem queira parar de fumar.
A agência recomenda alertas aos usuários para os perigos do tabaco além da aplicação das regras de proibições de publicidade, promoção e patrocínio do produto.
Uma outra proposta da agência é subir os impostos sobre o tabaco.
Ranking contra tabagismo
No extenso relatório da OMS, o Brasil aparece entre os países com maior desempenho em:
- Monitoramento da prevalência do uso de tabaco;
- Ambientes livres de fumo;
- Tratamento da dependência do tabaco;
- Rótulos de advertência de saúde;
- Proibições de aplicação de publicidade, promoção e patrocínio;
- Aumento dos impostos sobre o tabaco;
- Programas nacionais de controle do tabaco;
Neste ano, temos a satisfação de parabenizar dois países, Ilhas Maurício e Países Baixos, que se juntam ao Brasil e à Turquia como países que alcançaram uma conquista importante, implementando integralmente o pacote MPOWER no nível de melhores práticas. E com apenas uma medida restante para adotar, mais oito países em breve poderão se juntar a esse grupo. Estabelecer todas as medidas MPOWER no nível de melhores práticas significa que o impacto combinado dessas medidas será maior do que a soma de suas partes, e é a melhor forma de proteger a população de um país e oferecer-lhes a melhor chance de reduzir o uso do tabaco e melhorar a saúde das gerações futuras, diz o relatório.
Dia Mundial Sem Tabaco 2023
O cultivo do tabaco é prejudicial a nossa saúde, à saúde dos agricultores e à saúde do planeta. A indústria do tabaco interfere nas tentativas de substituir o cultivo do tabaco, contribuindo assim para a crise alimentar mundial.
Esta campanha incentiva os governos a acabar com os subsídios para o cultivo do tabaco e usar esses recursos para ajudar os agricultores a mudar para culturas mais sustentáveis que melhoram a segurança alimentar e a nutrição.
Objetivos da campanha
1. Mobilizar os governos para acabar com os subsídios ao cultivo do tabaco e direcionar os recursos para programas de substituição de cultivos que ajudem os agricultores a fazer a transição e aumentar a segurança alimentar e a nutrição;
2. Conscientizar as comunidades que cultivam tabaco sobre os benefícios de abandonar o tabaco e optar por culturas sustentáveis;
3. Apoiar a luta contra a desertificação e a degradação ambiental por meio da redução do cultivo do tabaco;
4. Denunciar as manobras da indústria para criar obstáculos ao trabalho em prol de meios de subsistência sustentáveis.
A principal variável para medir o sucesso da campanha é o número de governos que se comprometem a acabar com os subsídios ao cultivo do tabaco.
O PDF da campanha, em português, pode ser acessado no link. ↗
Assista ao vídeo
Mensagem do Dr. Jarbas Barbosa, diretor da OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde, pelo Dia Mundial sem Tabaco 2023: Cultive alimentos, não tabaco.
Confira todas as informações da campanha, chamados à ação, perguntas e respostas sobre o tema, entre outros recursos em português, acessando o site da OPAS no link ↗.
Da Equipe de Redação