Como o avanço tecnológico está mudando o esporte de alto nível e a performance de paratletas como Vinícius Rodrigues, recordista mundial e medalhista em Tóquio
O ano de 2023 ainda está no segundo mês, mas os treinos do paratleta Vinícius Rodrigues ↗, prata na Paralimpíada de Tóquio 2021, estão a todo vapor. Mesmo em pré-temporada, o vice-campeão da categoria T-63 do atletismo no Japão (para velocistas amputados de membros inferiores) treina diariamente, duas vezes por dia, 2h30 cada, uma vez pela manhã e outra pela tarde. Tudo isso com o objetivo de chegar aos primeiros lugares das principais competições deste ano.
Boa leitura!
Esporte de elite e alta performance
Vinícius tem 28 anos e iniciou no esporte após sofrer um acidente e ter a perna esquerda amputada quando tinha 19 anos. Hoje, para o atleta profissional chegar aos índices que espera no decorrer da temporada, realizada os treinos com três equipamentos fundamentais: um joelho eletrônico controlado por microprocessador, uma prótese de pé e uma lâmina de corrida, mais conhecida como “perna de carbono”.
“Essas tecnologias ajudam muito na qualidade do movimento e na segurança dos meus treinamentos”, comenta o paratleta Rodrigues. Atual Embaixador da Ottobock América Latina ↗, ele bateu o recorde mundial dos 100m rasos da classe T63 em 2019, conquistando o direito de representar o Brasil nos Jogos Parapan-Americanos e no Mundial de Atletismo, ambos em 2019.
Próteses de alta tecnologia
Um dos equipamentos que Vinícius usa é o joelho para pessoas com amputação transfemoral, quando ela acontece entre a articulação do quadril e o joelho. O equipamento criado em 1997 é um dos mais vendidos com mais de 100 mil pessoas utilizando o produto da marca, referência mundial em próteses, órteses e mobility.
O C-LEG 4 é um grande parceiro no cotidiano de Rodrigues. Um dos diferenciais que o paratleta encontra é a estabilidade nos movimentos durante os exercícios. O joelho se adapta a diferentes situações, como descer escadas e rampas e percorrer terrenos irregulares.
Outra vantagem é a função de recuperação de tropeço: o joelho pode detectar movimentos que aparentam uma queda e ativar a resistência necessária, recuperar o equilíbrio e manter a estabilidade da pessoa.
Ajustes por app
Um detalhe tecnológico apontado pelo corredor como facilidade neste equipamento é o controle por meio de aplicativo.
“Desta forma, durante treinos de bicicleta e na prática de exercícios físicos, eu consigo verificar funções do joelho e acompanhar a durabilidade da bateria de forma mais rápida e prática”, afirma.
De acordo com a fabricante alemã, as pessoas que utilizam o C-LEG 4, podem ajustar as configurações, rastrear atividades e realizar autoteste de articulação de joelho. O app está disponível tanto para iOS quanto com Android.
Próteses de pé e lâmina
Conforme o tipo de treino, Rodrigues troca o equipamento que se encaixa ao joelho. O Pé Triton é utilizado principalmente na academia, sendo mais indicado para esse tipo de atividades mais intensas. O equipamento ainda oferece mobilidade de alto nível, com tecnologia de reação e controle, próprios para quem pratica exercícios de grande impacto.
Já a Lâmina Sprinter é a parceria de Vinícius nas corridas de fato, seja nas pistas paralímpicas ou na esteira. A tecnologia, de acordo com a empresa, proporciona direção precisa e giros estáveis. A dinâmica e a rigidez da prótese se adaptam aos requisitos individuais de cada esportista.
Pouca manutenção
Outra facilidade para os paratletas está nas revisões. Rodrigues comenta que, mesmo com a rotina de treinos constante, as manutenções nos equipamentos são básicas.
“Geralmente eu faço isso quando troco meu encaixe (a parte que liga o joelho ao membro residual). O que eu mais modifico em todo esse conjunto que utilizo no meu dia a dia é a cobertura que protege meu corpo do contato com a prótese. Isso é necessário a cada dois meses, porque uso muito, e essa troca evita qualquer machucado no membro. Fora isso, não preciso de grandes manutenções”, explica.
Rodrigues está focado em especial em dois eventos no ano de 2023: o Campeonato Mundial de Atletismo, que será disputado em agosto na cidade de Budapeste, na Hungria, e os Jogos Parapan Americanos, que acontecem em novembro, em Santiago, capital do Chile. Nestas duas oportunidades, o atleta espera voltar com o ouro.
“Minha expectativa é grande e, por isso, tenho focado muito nesta pré-temporada. No mundial de Dubai, em 2019, eu acabei ficando com o bronze, depois de uma largada não muito boa. Vai ser meu segundo mundial e com certeza vai ser um bom momento para minha carreira”, finaliza.
O Joelho eletrônico C-LEG 4, o Pé Triton e a Lâmina Sprinter são produzidos pela empresa alemã Ottobock, referência mundial em próteses, órteses e mobility.
Sobre a Ottobock
A Ottobock, fundada em 1919 em Berlin, é líder mundial em reabilitação de pessoas amputadas ou com mobilidade reduzida, sendo conhecida por sua tecnologia e inovação na busca por retomar a qualidade de vida dos usuários.
Seu portfólio de produtos aprsenta próteses (para pessoas que passaram por amputação); órteses (para pacientes com mobilidade reduzida devido a traumas e doenças ou em processo de reabilitação); e mobility (cadeiras de rodas para locomoção, com tecnologia adequada a cada necessidade).