Crianças autistas no carnaval: Orientações para a folia de 2023

Foto colorida com duas crianças autistas no carnaval, usando fantasia de super-heróis. Uma com fantasia do Homem-Aranha e outra do Capitão América.
Profissional do Neuropsicocentro (NPC) explica como garantir uma experiência positiva para crianças autistas no carnaval. (Foto: Reprodução. Créditos: Unsplash)

A Neuropsicóloga Clarissa Leão destaca os principais desafios e estratégias para mães e pais de crianças com TEA

O carnaval é uma época de muita animação e diversão, mas pode ser um desafio para quem tem Transtorno do Espectro Austista (TEA), principalmente paras as crianças, suas mães e seus pais. As multidões, o barulho, as fantasias e as luzes brilhantes podem ocasionar episódios de sobrecarga sensorial, tornando a experiência estressante e assustadora.

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    Boa leitura!

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    Crianças autistas no carnaval: orientações

    A neuropsicóloga e diretora do Neuropsicocentro (NPC), Clarissa Leão, orienta sobre a importância do planejamento antecipado com explicações para preparar a criança autista na diversão. 

    A profissional explica que as mães e pais precisam conhecer bem a criança antes de a expor aos estímulos que essa época traz. “Se for inevitável, é necessário trabalhar com antecedência para que a criança sofra o mínimo possível”. Ela também sugere fazer um baile de carnaval em casa antes da festa oficial, tocando as músicas e experimentando como o filho reage aos itens. 

    Entre as sugestões ela lembra de “incluir informações sobre o que acontecerá durante o evento, as músicas que serão tocadas, as atividades. Falar se vai de carro, de ônibus ou de avião e apresentar por meio de imagens e de sons. Antecipar com tudo o que possa dar à criança um pouco mais de conforto e não haja nenhum impacto de última hora”, aponta.

    Recursos de suporte e planejamento

    Como a mudança de rotina pode acarretar situações de estresse e desestabilizar a pessoa autista, os pais também podem ficar atentos aos recursos de suporte como, por exemplo, fones abafadores de ruídos para conforto das pessoas que apresentam hipersensibilidade auditiva ou cartões explicativos para apresentar a outras pessoas. Além disso, a neuropsicóloga alerta ainda para um dos itens mais comuns na participação das crianças nos bailinhos da escola e nas brincadeiras de carnaval: a fantasia. 

    “Existem crianças que rejeitam absurdamente as fantasias, seja pelo tecido, formato, cor ou outra característica, então, tem que realmente ver com antecedência que tipo de tecido agrada ou acolhe melhor a criança e adaptar essa fantasia para algo que ela consiga usar com conforto. Ela pode ser exposta devagarzinho a esses elementos para que, futuramente, consiga dar conta do geral”, ressalta Clarissa Leão.

    Quando a família escolhe o local para onde vai aproveitar o feriado, consequentemente também é decidido qual meio de transporte será utilizado. Nesse caso, a neuropsicóloga lembra sobre o planejamento do tempo e as estratégias para organizar o percurso.

    “Verifique se a viagem é mais longa ou mais curta, o que vai ser feito nesse caminho, se tem alguma parada, por exemplo. Em viagens mais longas, é importante fazer paradas para dar uma equilibrada”.

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    Carnaval: Uma experiência positiva

    Em geral, conforme Clarissa Leão, é importante que os pais respeitem as necessidades e preferências da criança autista em relação ao carnaval. “É preciso saber se a criança está disposta, se responde bem a barulhos, a muita gente por perto, ao toque, etc”.

    Se a criança não se sentir confortável com a ideia de participar do evento, a dica da profissional para os pais é respeitar essa decisão e encontrar outras formas de celebrar juntos. A adaptação e a inclusão são fundamentais para tornar o carnaval uma experiência positiva e inesquecível para todos. 

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