Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla 2021

Pessoa em cadeira de rodas, o texto "Agosto Laranja", com descrição na legenda, ilustrando o Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla 2021.
Descrição da imagem #PraCegoVer: Arte para o texto sobre a ‘Conscientização da Esclerose Múltipla 2021’, com fotografia e sobreposição do texto “Agosto Laranja”, e o laço que simboliza as campanhas de conscientização, na lateral esquerda. Fotografia de uma pessoa branca, sentada em cadeira de rodas. Usa camisa xadrez e camiseta também laranja. Seu rosto não aparece. Créditos: Freepik (foto)/Edição JI

Especialistas em doenças degenerativas apresentam informações sobre os estágios da doença e o papel da família no tratamento, pelo Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla 2021

O fim do Agosto Laranja está chegando e, com ele, o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, celebrado em 30 de agosto. A data, instituída pela Lei nº 11.303/2.006 , é dedicada a esclarecer sobre a doença rara e autoimune que afeta cerca de 2,3 milhões de pessoas no mundo, segundo a Federação Internacional de Esclerose Múltipla. Já no Brasil, são pelo menos 40 mil pessoas com a doença, segundo a Biblioteca Virtual em Saúde , do Ministério da Saúde.

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    Boa leitura!

    Conheça os sinais de alerta para diagnóstico

    A EM (Esclerose Múltipla) é uma “doença neurológica inflamatória e degenerativa que produz inflamação cerebral com formação de placas presentes tanto no cérebro, na região cortical e subcortical, como na medula”, conforme explica o neurologista, especialista em doenças degenerativas e membro da Doctoralia, Flávio Sallem.

    Foi pensando nesta data de conscientização, que a Doctoralia , empresa do Grupo Docplanner , em conjunto com o especialista, reuniu algumas informações para desmistificar a doença, além de promover o diagnóstico e o tratamento precoce.

    Ilustração sobre os Sintomas da Esclerose Múltipla (EM), com descrição detalhada na legenda, abaixo.
    Descrição da imagem #PraCegoVer: Ilustração com o título: “Sintomas da Esclerose Múltipla (EM). No centro da imagem, a ilustração de um homem, de pele branca, cabelos e bigode pretos. Ao redor dele, dentro de círculos, aparecem imagens e os nomes: Visão, medula espinhal, sensibilidade, músculos, sistemas urinário e digestivo, boca e cérebro. Na lateral esquerda, a representação de neurônio saudável e, na direita, de “neurônio danificado”. Créditos: Freepik/editado

    Entendendo as formas e sintomas

    Por se tratar de uma patologia com manifestações distintas, são as diversas formas da EM que facilitam a identificação do diagnóstico e tratamento, visto que não há cura.

    “A forma Remitente-Recorrente (EMRR), geralmente responde por 85% dos eventos em geral. Nela, ocorrem surtos que podem se resolver completamente ou podem deixar sequelas, com frequência variada. Já a forma Secundariamente Progressiva (EMSP) é sempre derivada da remitente recorrente, em que o paciente começa a ter uma neurodegeneração pior da marcha, ou seja, o deslocamento de um ponto para o outro e dos movimentos em geral”, comenta o neurologista.

    Na EMSP, ela é definida quando o paciente apresenta inicialmente surtos e remissões e, após algum tempo, a doença se torna progressiva e o paciente piora de forma lenta, sem que obrigatoriamente tenha novos surtos.

    Homem grisalho, em cadeira de rodas, com outro mais jovem, auxiliando a posicionar o pé.
    Descrição da imagem #PraCegoVer: Fotografia em área interna, com duas pessoas. Um homem branco, de cabelos grisalhos, sentado em cadeira de rodas. Ele usa camisa branca, calça escura e tênis branco. Ao seu lado, abaixado, está outro homem, mais jovem auxiliando o cadeirante a posicionar seu pé no apoio da cadeira. Ele tem pele branca e cabelos pretos. Usa camiseta cinza, calça e tênis pretos. Créditos: AdobeStock/editado

    Ainda segundo o especialista, outro estágio da doença é a EM Primária Progressiva (EMPP), no qual o paciente tem uma alteração de marcha sem muitos surtos, mas com sequelas e sintomas progressivos da doença medular em geral.

    Apesar de variáveis, os sintomas da Esclerose Múltipla mais comuns entre brasileiros são: neurite óptica, ou seja, perda visual; fraqueza muscular dos membros inferiores e membros superiores; alterações cognitivas, de memória, espaciais ou frontais e de linguagem; e, por fim, surtos simulando o AVC.

    Da mesma forma, o neurologista e especialista em doenças desmielinizantes e neuroftalmologia, Alessandro Finkelsztejn, reforça a importância da conscientização da EM de maneira ampla. “A palavra conscientização é um termo abrangente, que vai desde a conscientização do paciente – no sentido de aceitação da doença, por exemplo – até a conscientização da sociedade como um todo”, explica Finkelsztejn.

    m cadeira de rodas, o texto "Agosto Laranja", com descrição na legenda, ilustrando o Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla 2021.
    Descrição da imagem #PraCegoVer: Fotografia com sobreposição do texto “Agosto Laranja”, e o laço que simboliza as campanhas de conscientização da esclerose, na lateral esquerda. Fotografia de uma mulher branca, sentada em cadeira de rodas. Tem cabelos castanhos claros longos. Usa casaco xadrez, camiseta marrom clara e calça marrom. Está sorrindo. Créditos: Freepik (foto)/editado

    De acordo com o especialista Alessandro, apesar de muitos aspectos da EM serem bastante debatidos, ainda existem desafios, como a necessidade do paciente fazer acompanhamento oftalmológico. “O acesso ao oftalmologista e neuroftalmologista deveria ser mais fácil. Quem tem esclerose múltipla, precisa ter acompanhamento dessa especialidade – uma vez que a EM também pode trazer complicações na visão.

    O papel da família

    Para Sallem, um dos principais papeis da família do paciente é a compreensão. “É preciso entender que não se trata de frescura ou fraqueza, mas de uma doença neurológica que pode evoluir para um quadro de deficiência“, reforça.

    Além da vulnerabilidade para a violência doméstica, historicamente, as pessoas com deficiência lidam com baixo acesso ao mercado de trabalho, à mobilidade urbana e à educação. De acordo com o relatório mais atual do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFD), de 2020, foram registradas 12.868 denúncias de violências praticadas contra Pessoas com Deficiência.

    Descrição da imagem #PraCegoVer: Fotografia com duas pessoas, abraçadas. À esquerda, uma mulher de cabelos castanhos longos e pele branca. Está sorrindo e abraçando a outra mulher, de cabelos grisalhos. Ela também tem a pele branca e está sorrindo. As duas estão se olhando. Créditos: AdobeStock/editado

    “Orientar o paciente, ser seu porto seguro, auxiliá-lo nas tarefas do dia a dia ou em demandas mais difíceis, fornecer as medicações e acompanhamento também são cuidados extremamente necessários para que o paciente possa ter uma vida mais tranquila e positiva”, conclui Sallem.

    Por sua vez, o neurologista Alessandro Finkelsztejn ressalta que é senso comum entre os especialistas a necessidade do paciente ter acesso rápido a terapia mais adequada. “Nos casos de esclerose múltipla altamente ativa, existe uma tendência que sugere que quanto mais precocemente o paciente for diagnosticado e, tratado com medicações de alta eficácia, melhor será o controle da EM e estabilidade da doença. O atraso em atingir as medicações mais apropriadas pode facilitar a presença de surtos e de sequelas”, conclui.

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    Jornalista Inclusivo

    Da Equipe de Redação

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