Apraxia de Fala na Infância: 5 fatos para você se inteirar sobre esse distúrbio neurológico

Imagem com letras coloridas de encaixar e sobreposição de título, com fonte roxa e fundo amarelo: “Apraxia de Fala na Infância: Você sabe o que é?”
Descrição da imagem #PraCegoVer: Imagem com letras coloridas de encaixar e sobreposição de título, com fonte roxa e fundo amarelo: “Apraxia de Fala na Infância: Você sabe o que é?”. No canto esquerdo aparece uma parte do tabularei para encaixe das letras coloridas. (Imagem: Edição de arte. Créditos: Divulgação)

Transtorno neurológico motor pouco debatido no Brasil, a Apraxia de Fala na Infância afeta 2 a cada 1.000 crianças

Imagina a angústia de querer dizer uma palavra ou frase, ter a mensagem na cabeça, mas não conseguir falar? É justamente isso que acontece com uma criança diagnosticada com Apraxia de Fala na Infância (AFI). Meninos e meninas com aptidões e talentos diversos não conseguem se expressar através das palavras devido a uma condição neurológica que afeta sua habilidade em produzir e sequencializar os sons da fala. A criança sabe o que dizer, mas o seu cérebro falha ao planejar os comandos para os articuladores produzirem os sons que formam as sílabas das palavras e frases.

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    Boa leitura!

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    Apraxia de Fala na Infância

    Segundo a Associação Brasileira de Apraxia de Fala na Infância (Abrapraxia ), uma característica observada nas crianças pequenas, por exemplo, é que sua fala é muito limitada, com pobre repertório de palavras e/ou apresentam fala de difícil compreensão (a fala não é clara). Quanto mais extensa a palavra, maior a dificuldade.

    Já a Associação Americana de Fonoaudiologia recomenda o termo Apraxia de Fala na Infância para “Distúrbio neurológico motor da fala na infância, resultante de um déficit na consistência e precisão dos movimentos necessários a fala, na ausência de déficits neuromusculares (por exemplo, reflexos normais, tônus alterado).

    Mas o que precisamos saber sobre essa condição, pouco debatida no Brasil, que afeta 2 a cada mil crianças? Confira 5 fatos para você se inteirar sobre esse tema.

    1. É preciso estar atento ao comportamento do seu bebê

    Balbuciar e emitir sons são características que fazem parte do desenvolvimento do bebê. De acordo com a Dra. Elisabete Giusti, fonoaudióloga e conselheira técnica da Abrapraxia (Associação Brasileira de Apraxia de Fala na Infância), os pais devem prestar atenção se a criança é muito quietinha ou silenciosa. Ela também pode ter dificuldades em mastigar, soprar, sensibilidade para escovar os dentinhos e até mesmo seletividade alimentar.

    2. O diagnóstico precoce faz toda diferença

    A percepção dos pais é muito importante e fundamental durante todo o processo de descoberta, mas o diagnóstico deve ser realizado por um fonoaudiólogo com formação e experiência em transtornos de fala e de linguagem, incluindo os transtornos motores de fala. Segundo Dra. Elisabete Giusti, a suspeita ou o diagnóstico precoce é muito importante para o que o tratamento seja adequadamente direcionado. “A avaliação com outros profissionais, como terapeutas ocupacionais, médicos, dentre outros, pode ser necessária”, explica.

    3. Cada caso é um caso

    Fonoaudiólogos são os profissionais indicados para tratar a Apraxia de Fala na Infância. A intervenção deve contemplar estratégias direcionadas aos aspectos do controle motor da fala. Existem algumas abordagens disponíveis, como o PROMPT, DTTC e ReST. O tratamento selecionado depende da idade do paciente, da gravidade do quadro e quais as metas do tratamento. Um ambiente familiar acolhedor, em que não ocorra pressão para a criança falar adequadamente, é fundamental para que ela possa se desenvolver. Determinar regras em casa e criar uma rotina de atividades complementares, ajuda muito a estimular a criança. Já insistir para que ela fale ou brigar por não conseguir se expressar, são atitudes que não devem ser consideradas.

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    Imagem com plano de fundo verde claro, logotipo da Associação Brasileira de Apraxia de Fala na Infância – ABRAPRAXIA e texto. Vamos dar voz às nossas crianças.
    Descrição da imagem #PraCegoVer: Imagem retangular com plano de fundo verde claro e sobreposição de logo e texto. À esquerda, o título: “Vamos dar voz às nossas crianças”. À direita, logotipo e nome: “Associação Brasileira de Apraxia de Fala na Infância – Abrapraxia”. (Imagem: Reprodução. Créditos: Facebook)

    4. O preconceito existe

    “Eu sei mais do que digo. Eu penso mais do que falo. Eu entendo mais do que você imagina”. O slogan da Abrapraxia explica bem a forma como as crianças com AFI se sentem. Apesar de não conseguirem expressar com palavras o que estão sentindo, os seus pensamentos, vontades e frustrações estão presentes. Diante disso, é muito importante a mediação de um adulto para que a comunicação com outras crianças não seja um empecilho.

    No ambiente escolar é comum uma criança com Apraxia de Fala na Infância se sentir excluída. Isso acontece porque os colegas, muitas vezes, não entendem o que é dito. De acordo com Dra. Elisabete é fundamental orientar professores e coordenadores para que haja compreensão e acolhimento. O professor deve ser o intermediador da criança com os colegas, deve estar atento para que ela não seja excluída do grupo de amigos”, explica.

    5. Uma Associação foi criada por pais de crianças com AFI

    Em 2016, Fabiana Collavini, Juliane Tosin, Mariana Chuy, mães de crianças diagnosticadas com AFI, criaram a Abrapraxia – Associação Brasileira de Apraxia de Fala na Infância. Devido à falta de informações sobre a condição, elas se uniram atrás de informações e deram início a esse trabalho – tendo a Dra. Elisabete Giusti como conselheira técnica.

    A Associação já capacitou mais de 15 mil pessoas, entre fonoaudiólogos, pais e familiares, além de oferecer cursos regulares para esses públicos e profissionais do SUS. Nas redes sociais, a ABRAPRAXIA possui mais de 88 mil de seguidores, entre Instagram, YouTube, Facebook e LinkedIn.

    De acordo com Fabiana Collavini, fundadora e presidente da Associação é importante promover informações sobre AFI para que os pais possam oferecer aos seus filhos um tratamento correto e de qualidade. “Precisamos alertar os pais e profissionais de saúde sobre a existência desse distúrbio. O quanto antes as crianças recebem o tratamento adequado, maiores as chances de elas atingirem seu melhor potencial de desenvolvimento”, conclui.

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    Jornalista Inclusivo

    Da Equipe de Redação

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