Potência Paralímpica: Com 89 medalhas, Brasil é top 5 na Paralimpíada de Paris 2024

Carol Santiago e Fernando Rufino na cerimônia de encerramento dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, consagrando o Brasil como potência paralímpica. Carol segura a bandeira brasileira e sorri, enquanto Fernando está em cadeira de rodas usando um chapéu de cowboy.

Legenda descritiva: Carol Santiago e Fernando Rufino na cerimônia de encerramento da Paralimpíada de Paris 2024. Carol sorri enquanto segura a bandeira brasileira. Fernando está em uma cadeira de rodas e usa um chapéu de cowboy. (Foto: Wander Roberto/CPB)

Nova potência paralímpica, Time Brasil encerra a participação na Paralimpíada de Paris 2024 na quinta posição do quadro de medalhas.

O Brasil escreveu um novo capítulo glorioso para o esporte paralímpico nacional em Paris 2024. Com 89 medalhas, a delegação superou todas as expectativas e garantiu o quinto lugar no quadro geral. Com direito à quebra de recordes em série, essa foi a melhor campanha brasileira na história dos Jogos Paralímpicos.

Top 5 no quadro de medalhas: promessa cumprida

A delegação brasileira chegou a Paris carregando o favoritismo. A meta seria alcançar as cinco melhores posições da competição, superando o número de medalhas de Tóquio 2020 e Rio 2016. Com 89 medalhas, o Brasil bateu o recorde histórico de conquistas em Jogos Paralímpicos e chegou, pela primeira vez, ao top 5.

Já na cerimônia de abertura do evento, no dia 28 de agosto, os brasileiros marcaram presença esbanjando simpatia e alegria. Os 280 atletas foram liderados por Beth Gomes e Gabriel Araújo, recordistas mundiais de suas modalidades, como porta-bandeiras. Ao longo dos Jogos, muitos atletas estabeleceram novos recordes paralímpicos, mundiais, de pódios e de medalhas de ouro.

Brasil e a chuva de medalhas em Paris 2024

O Brasil dominou a competição desde o início. Conquistou no mínimo dez medalhas em cinco dias do evento. O ápice da participação brasileira ocorreu em um dia em que o país celebrou 16 medalhas, um feito inédito em sua história. Ao final, o Brasil encerrou sua participação com o recorde de 25 medalhas de ouro, além das 26 de prata e as 38 de bronze.

Os esportes que mais tocaram o hino brasileiro foram o atletismo, com 36 pódios, e a natação, com 26. Alguns atletas despontaram como destaques do Time Brasil, como Gabriel Araújo. Garantindo o bicampeonato, Gabrielzinho voltou para casa com três ouros na natação. Ainda nas águas, Carol Santiago atingiu um marco histórico ao se tornar a mulher brasileira com mais medalhas de ouro em Jogos Paralímpicos. Cinco vezes no pódio, ela levou três douradas, além de uma prata e um bronze.

Nas equipes, as medalhas brasileiras vieram do Goalball masculino e do futebol de cegos. No tênis de mesa, quatro conquistas espetaculares levaram o bronze. Além do terceiro lugar na categoria WS10, também subiram no pódio as duplas Bruna Alexandre e Dani Rauen (WD20), Luiz Manara/Claudio Massad (MD18) e Catia Oliveira/Joyce Oliveira (WD5).

Além disso, o Brasil garantiu espaço em novas modalidades com resultados inéditos. No Judô, por exemplo, as várias medalhas de ouro levaram o país à liderança do ranking desta modalidade. No badminton, o inédito pódio veio de Vitor Tavares com o bronze. Alexandre Galgani, no tiro esportivo, e Ronan Cordeiro, no triatlo, foram os primeiros brasileiros a conquistarem medalhas em seus esportes.

Brasil estabelece novos recordes Paralímpicos

Em vários dias de competição, a França presenciou a quebra de recordes por atletas brasileiros. Ao todo, foram seis novos recordes mundiais estabelecidos. Na natação, a nova marca referência no mundo nos 150m medley SM2  é de Gabrielzinho, que terminou a prova em 3m14s02. Os outros cinco vieram do atletismo:

  • Yeltsin Jacques nos 1500m T11 – 3min55s82;
  • Júlio César Agripino nos Santos nos 5000m T11 – 14min48s85;
  • Jerusa Geber nos 100m T11 – 11s80;
  • Rayane Soares da Silva nos 400m T13 – 53s55;
  • Beth Gomes no arremesso de peso F53 – 7,82m.

Oito recordes paralímpicos foram quebrados em Paris. No atletismo, Claudiney Batista dos Santos garantiu a melhor distância no lançamento de disco classe F56 cpm 46,86m. Na categoria F53 da mesma modalidade, Beth Gomes lançou a 17,37m.  Jerusa Geber dos Santos cravou 24s51 correndo os 200m da classe T11.

Na canoagem, Fernando Rufino finalizou os 200m VL2 em 50s47 e garantiu a nova marca mundial. No halterofilismo, os recordes mundiais são de Mariana D’Andrea, que levantou 148kg na categoria até 73kg, e de Tayana Medeiros que ergueu 156kg na categoria até 86kg. Na natação, Lídia Vieira da Cruz chegou com 38s61 na categoria S4 dos 50m livre. Carol Santiago fez os 50m livre S12 em 26s71, melhor marca da classe.

Os novos desafios do Brasil

Os atletas brasileiros voltam para casa com a sensação de dever cumprido e carregando a admiração da nação e do mundo. A chuva de medalhas e os recordes estabelecidos demonstram a determinação da delegação, o que levou à uma campanha inigualável. Os resultados impulsionam uma nova história de valorização do esporte paralímpico no Brasil para as novas gerações.

A cerimônia de encerramento no domingo, 8 de setembro, no Stade de France encerrou a 17ª edição dos Jogos Paralímpicos. A cidade da luz, em uma celebração colorida, animada e musical passou o bastão para a próxima sede do evento. O próximo desafio do Brasil será em Los Angeles em 2028, uma nova oportunidade de mais um desempenho histórico.

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Karina Almeida

Formada pela Faculdade Cásper Líbero em Jornalismo, atua como Redatora Jr. no Instituto Conhecimento Liberta. Também trabalha com Produção de Podcast e de Conteúdo Digital e Áudio. Siga no LinkedIn .

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