Pessoas idosas com deficiência: Falta de acessibilidade e preconceito aumentam isolamento social

Um grupo de pessoas idosas com deficiência, incluindo homens e mulheres, posando ao ar livre.

Descrição da imagem: Grupo de pessoas idosas com deficiência, incluindo homens e mulheres, posando ao ar livre. Duas mulheres e um homem na frente estão em cadeiras de rodas, e outro homem à esquerda segura uma bengala branca. (Imagem gerada por IA)

Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de São Paulo alerta para os desafios adicionais do envelhecimento, especialmente na socialização.

Neste artigo

Boa leitura!

Contexto atual

O Brasil tem visto um crescimento significativo na sua população idosa, que atualmente representa 14,7% da população total, com 31,2 milhões de pessoas, de acordo com o Censo Demográfico de 2022 . Esse número mostra um aumento significativo de 39,8% no período de 2012 a 2021, que reflete não apenas a melhoria nas condições de vida e saúde, mas também traz à tona novos desafios, especialmente para as pessoas que enfrentam deficiências.

O envelhecimento traz consigo uma série de desafios para qualquer pessoa, mas para as pessoas idosas com deficiência, essas dificuldades podem ser ainda mais pronunciadas. Entre as diversas barreiras enfrentadas, a socialização se destaca como uma das mais significativas, impactando diretamente na sua qualidade de vida e no bem-estar.

Pessoas idosas com deficiência

De acordo com Diego Felix, presidente do Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de São Paulo (SBGG-SP) , “A socialização é um componente essencial para a saúde mental e emocional das pessoas idosas, mas para aqueles com deficiência, existem obstáculos adicionais que podem levar ao isolamento social. É fundamental que desenvolvamos estratégias e políticas públicas que promovam a inclusão social e o apoio necessário para essa população.”

Pessoas idosas com deficiência enfrentam desafios como a acessibilidade física, falta de transporte adequado e preconceito, que dificultam sua participação em atividades sociais e comunitárias. Esses obstáculos não apenas limitam suas interações sociais, mas também podem levar a sentimentos de solidão e depressão, agravando a saúde mental e física.

“Precisamos olhar para a questão da socialização de maneira ampla, garantindo que as cidades sejam projetadas e adaptadas para atender às necessidades dos idosos com deficiência. Isso inclui desde rampas de acesso até programas de inclusão social que incentivem a participação ativa em comunidades”, destaca Diego.

Falta de acessibilidade

Entre as principais formas de falta de acessibilidade enfrentadas por pessoas idosas com deficiência, destacam-se:

  • Infraestrutura inadequada: Ausência de rampas, elevadores e banheiros adaptados em espaços públicos e privados.
  • Transporte público: Falta de veículos acessíveis e de infraestrutura adequada nas paradas e estações.
  • Tecnologia: Dispositivos e serviços digitais que não consideram as necessidades de acessibilidade.
  • Serviços de saúde: Dificuldade de acesso a instalações médicas adaptadas e a profissionais capacitados para atender pessoas com deficiência.

Principais tipos de preconceito

Além disso, os tipos de preconceito que essas pessoas enfrentam incluem:

  • Idadismo: Discriminação baseada na idade, que pode levar à exclusão social e à desvalorização das capacidades dos idosos.
  • Capacitismo: Preconceito contra pessoas com deficiência, resultando em atitudes e comportamentos que subestimam suas habilidades.
  • Estereótipos negativos: Crenças errôneas sobre a incapacidade dos idosos de contribuir para a sociedade ou de se adaptar a novas tecnologias.
  • Isolamento social: Exclusão de atividades sociais e comunitárias devido a preconceitos e falta de compreensão das necessidades específicas dos idosos com deficiência.

Esses desafios e preconceitos aumentam o isolamento social das pessoas idosas com deficiência, impactando negativamente sua qualidade de vida e bem-estar. É essencial que a sociedade trabalhe para remover essas barreiras e promover a inclusão plena dessa população.

Dignidade e participação plena

A SBGG-SP tem se dedicado a promover a conscientização sobre essas questões, incentivando o desenvolvimento de ambientes mais inclusivos e acessíveis. Iniciativas como grupos de apoio, programas de voluntariado e eventos comunitários adaptados são algumas das maneiras pelas quais a sociedade pode ajudar a integrar melhor as pessoas idosas com deficiência.

“A inclusão social dos idosos com deficiência é uma responsabilidade coletiva. Governos, organizações e indivíduos devem trabalhar juntos para remover barreiras e criar um ambiente onde todos possam envelhecer com dignidade e participação plena”, conclui Diego Felix.

Com o aumento da expectativa de vida, é crucial que a sociedade adote uma abordagem inclusiva e solidária com as pessoas idosas, especialmente aquelas com deficiência. Promover a socialização e a inclusão social não é apenas uma questão de justiça social, mas um passo vital para garantir uma vida plena e significativa na terceira idade. 

Ademais, a colaboração entre governos, organizações e a comunidade é essencial para construir um futuro onde toda pessoa idosa seja valorizada e incluída, independentemente de suas capacidades físicas, sensoriais e intelectuais.

Sobre a SBGG-SP

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de São Paulo (SBGG-SP) é uma organização dedicada à promoção da saúde e bem-estar dos idosos. Fundada com o objetivo de fomentar a pesquisa, a educação e a prática na área de geriatria e gerontologia, a SBGG-SP atua como uma referência em questões relacionadas ao envelhecimento. 

Através de eventos, cursos, publicações e iniciativas comunitárias, a entidade busca capacitar profissionais, influenciar políticas públicas e sensibilizar a sociedade sobre a importância de um envelhecimento saudável e ativo. A SBGG-SP se empenha em criar um ambiente mais inclusivo e solidário para os idosos, promovendo a dignidade e a qualidade de vida na terceira idade.

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Rafael F. Carpi

Editor na Jornalista Inclusivo e na PCD Dataverso. Formado em Comunicação Social (2006), foi repórter, assessor de imprensa, executivo de contas e fotógrafo. É consultor em inclusão, ativista dedicado aos direitos da pessoa com deficiência, e redator na equipe Dando Flor e na Pachamen Editoria.

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