Saiba o impacto da audição no aprendizado infantil: Vídeo tem quase 1M de views no TikTok

Três fotos em sequência, da bebê Gigi ouvindo com clareza pela primeira vez, ilustrando o impacto da audição no aprendizado infantil.
Descrição da imagem #PraCegoVer: Arte com três fotos, ilustrando o impacto da audição no aprendizado infantil. A sequência de imagens mostra a bebê Gigi, em vídeo que viralizou na web, ao ouvir as vozes de seus pais claramente pela primeira vez. Na primeira imagem ela está chorando; na segunda está com olhar de surpresa; e na terceira imagem está sorrindo. Ela tem a pele branca e olhos claros. Sobre seu abdômen tem a mão de uma pessoa adulta. Fotos: Reprodução/Instagram | Créditos: Edição JI

Reação de bebê ao ouvir os pais pela primeira vez mostra importância do som para conectar pessoas e alerta para o impacto da audição no aprendizado infantil; assista

Em um vídeo que viralizou nas redes sociais , a reação de Gigi, bebê com deficiência auditiva, ao ouvir a voz dos pais com clareza pela primeira vez com o auxílio de um aparelho auditivo emocionou milhares de pessoas ao redor do mundo. O compartilhamento foi feito em novembro, pelo pai da menina, Levi Lindsay.

Gigi nasceu com surdez completa no ouvido esquerdo e com audição parcial no ouvido direito e, mesmo não tendo perda absoluta, a falta da audição completa prejudicava a interação com outras crianças e até mesmo com os pais.

A fonoaudióloga Márcia Bonetti, da Audiba Aparelhos Auditivos , aponta que a audição é essencial para o desenvolvimento da linguagem em crianças:

“O não ouvir priva o nosso córtex auditivo de receber estímulo sonoro e identificar sons. Assim, a reprodução dos pequenos é impactada”, aponta a especialista. “A perda auditiva na infância pode ter várias causas, como a rubéola gestacional, surdez congênita, entre outras enfermidades”, completa.

@levilindz Reply to @lachicageminis10 ♬ original sound - Levi

Pelas redes sociais, o Levi Lindsay comenta que o futuro é incerto, mas que a adaptação de Gigi com o aparelho auditivo foi bem positiva. A família mora nos Estados Unidos. Sobre o assunto, Márcia destaca que o tratamento para a deficiência auditiva em crianças tem início após exames e indicações médicas, podendo ser cirúrgico, medicamentoso ou, como foi o caso da Gigi, com uso de prótese auditiva.

“A surdez acaba deixando essas pessoas afastadas do resto da sociedade. Seja em uma conversa informal ou na fila do banco, a audição sempre está presente. Quando essa perda acompanha o indivíduo desde o nascimento, a conexão com os outros demora para ter a profundidade que existe quando a audição não é um empecilho”, aponta a fonoaudióloga. “É natural que a família encare, no primeiro momento, o diagnóstico como um luto, mas sempre há recursos para desenvolver essa afinidade”.

Terapias fonoaudiológicas e até a Língua Brasileira de Sinais (Libras) podem ser adotadas, caso outras formas de tratamento não sejam indicadas.

Fonoaudióloga Marcia Bonetti, mulher branca com cabelos longos castanhos claros.
Descrição da imagem #PraCegoVer: Foto colorida, em área externa, da fonoaudióloga Marcia Bonetti. Ela é uma mulher branca, com cabelos longos castanhos claros. Está em pé, com os braços cruzados e sorri. Na lateral esquerda da imagem está o nome da Audiba, quando inaugurou em fevereiro uma nova unidade em Araucária, região metropolitana de Curitiba. Foto: Marcelo Elias | Créditos: Diário de Curitiba/Editada

O som e a repetição

Márcia destaca que, quando não tratada, a deficiência auditiva pode prejudicar permanentemente a capacidade de fala, visto que a criança não recebe a quantidade necessária de estímulos auditivos ou não é capaz de compreender determinadas frequências de som.

“Sem a audição ou com uma audição parcial, a criança não consegue ouvir sua própria voz, o que vai impedi-la de entender o que fala e se adaptar com as pessoas ao redor”, acrescenta a fonoaudióloga, apontando para a atenção em pequenos sinais. “Como é uma parte muito importante para a aprendizagem da criança, identificar desde cedo a deficiência é fundamental para o tratamento precoce”.

Até os cinco meses, o bebê reage a sons altos, além da vocalização de risos, choros, entre outros sons. A partir dos seis meses, é possível o reconhecimento de vozes familiares e a tentativa de repetição dos sons.

“Caso a criança não demonstre interação com sons, não atenda ao próprio nome e esteja com atraso de fala, é recomendado que os pais façam uma visita a especialistas, para que seja analisado o caso com maior cuidado”, finaliza a fonoaudióloga.

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Rafael F. Carpi

Editor na Jornalista Inclusivo e na PCD Dataverso. Formado em Comunicação Social (2006), foi repórter, assessor de imprensa, executivo de contas e fotógrafo. É consultor em inclusão, ativista dedicado aos direitos da pessoa com deficiência, e redator na equipe Dando Flor e na Pachamen Editoria.

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