Primeira Orquestra Parassinfônica do Brasil, OPESP aquece motores para concerto em SP

Foto de mulher preta com má formação em membro superior direito tocando trompa, ilustrando a pauta "Opesp aquece motores para concerto em SP".
Descrição da imagem #PraCegoVer: Foto retangular colorida com o texto: “Opesp aquece motores para concerto em SP”. No canto inferior direito da fotografia, sobreposição do logo com o nome da Opesp – Orquestra Parassinfônica de São Paulo. À esquerda da imagem está a trompista Camila Moraes, jovem mulher preta de tranças no cabelo, com má formação em membro superior direito. Está sentada no palco, tocando trompa, em frente a estante de partituras. Usa calça jeans e blusa preta. (Imagem: Edição de arte. Foto: Assessoria de imprensa. Créditos: Divulgação)

Protagonizada por pessoas com deficiência, OPESP inicia ensaios e segue com vagas abertas para naipes de violinos, contrabaixo, viola e violoncelo; musicistas sem deficiência também podem participar dos testes para concerto em SP

O sonho de se apresentar numa das dez melhores salas de concerto do mundo parecia extremamente distante. Com todas as dificuldades sociais impostas sobre as pessoas com deficiência, chegava a ser difícil até mesmo encontrar escolas de música para estudar. Mas, apesar de tudo, eles insistiram e hoje são protagonistas da Orquestra Parassinfônica de São Paulo, a OPESP – e se preparam, desde segunda-feira, 11 de julho, para os primeiros cinco meses mais importantes das suas carreiras musicais.

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    Boa leitura!

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    OPESP aquece motores para concerto em SP

    Estamos falando de pelo menos dez músicos com deficiência que, sob a batuta do maestro Roberto Tibiriçá, terão, pela primeira vez na vida, a oportunidade de vivenciar a rotina de uma orquestra sinfônica. Com coordenação pedagógica de Aída Machado, Mestre em Música pelo Departamento de Música da Universidade de São Paulo, os 32 músicos da OPESP (pessoas com e sem deficiência) passarão por quatro meses intensos de ensaios.

    Por fim, para coroar este primeiro ano de vida da Orquestra Parassinfônica de São Paulo, eles sobem ao palco da Sala São Paulo – o mesmo pelo qual gigantes da música mundial também já pisaram – justamente no Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, 03 de dezembro.

    Ainda há vagas: inscreva-se

    Os interessados em integrar a OPESP ainda têm uma chance. O projeto ainda tem vagas para os naipes de violinos, contrabaixo, viola e violoncelo, além de registrar os interessados de outros naipes em seu cadastro de reserva. As inscrições podem ser feitas diretamente no site .

    Inclusão e Protagonismo

    “A missão da OPESP é empoderar musicistas com deficiência para que possam desempenhar seu efetivo protagonismo na sociedade”, explica Igor Cayres, mestre em atividades culturais e artísticas, idealizador e produtor da OPESP. “É preciso jogar luz sobre o capacitismo na música. Queremos garantir que as pessoas com deficiência estejam seguras, integradas e sejam valorizadas. Seja na OPESP ou em qualquer outra orquestra do mundo, nosso desejo é que estas pessoas não encontrem barreiras para revelar seus talentos ao mundo”, completa.

    Assista ao vídeo sobre as "audições para a OPESP"

    Humanização: Conheça a trompista Camila Moraes

    A estudante de Licenciatura em Música Camila Moraes, de 22 anos, percorreu uma longa jornada no Rio Grande do Sul, desde os 10 anos de idade até compor o naipe de trompa da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. Periodicamente viajando oito horas para ir e voltar de Santa Maria até Porto Alegre, para essa amante da música, percorrer longas distâncias está longe de ser um problema.

    “Quando eu vi as inscrições abertas para a OPESP inicialmente eu titubeei, mas decidi me inscrever porque eu decidi que é isso que eu quero fazer para o resto da minha vida”, comenta Camila. “Só de estar em São Paulo, participar da audição, conhecer músicos incríveis já tinha valido a pena, mas ter sido selecionada é indescritível e maravilhoso. A expectativa está alta, sei que vai mudar a minha vida para melhor e, com toda a certeza, eu vou me dedicar muito e fazer valer a pena todo o meu esforço até aqui”, completa.

    Contexto PcD

    O levantamento mais recente do IBGE aponta que 8,4% da população brasileira acima de dois anos, o que representa 17,3 milhões de pessoas, tem algum tipo de deficiência. A pesquisa detalha que 7,8 milhões, ou 3,8% da população acima de dois anos, apresenta deficiência física nos membros inferiores, enquanto 2,7% das pessoas têm nos membros superiores. Além disso, 3,4% dos brasileiros possuem deficiência visual; 1,1%, deficiência auditiva.

    Foi contrapondo esses números com a representatividade dessa população na música brasileira que Igor Cayres construiu o projeto da OPESP – para criação, desenvolvimento e promoção da primeira orquestra do Brasil protagonizada por músicos com deficiência.

    Ao todo, 43 pessoas passaram pela fase de testes, sob avaliação de uma banca examinadora formada por professores e coordenação pedagógica educacional da OPESP.

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    Rafael F. Carpi

    Editor na Jornalista Inclusivo e na PCD Dataverso. Formado em Comunicação Social (2006), foi repórter, assessor de imprensa, executivo de contas e fotógrafo. É consultor em inclusão, ativista dedicado aos direitos da pessoa com deficiência, e redator na equipe Dando Flor e na Pachamen Editoria.

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    Este post tem 2 comentários

    1. Avatar de Márcio dos Santos
      Márcio dos Santos

      No Brasil, ocorrem ações maravilhosas, planejadas por indivíduos PATRIOTAS. O que não corresponde, entendo, é a não valorização cívica, pelos brasileiros, da terra PÁTRIA MÃE.
      PARABÉNS pela iniciativa!

      1. Avatar de Rafael Ferraz | Editor

        Realmente, Márcio. A iniciativa da OPESP é incrível.
        Obrigado por participar.
        😊♿👨‍🦯👩‍🦽

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