Evento gratuito promovido pelo Observatório de Favelas propõe reflexão sobre a acessibilidade em espaços culturais de áreas periféricas.
Com o propósito de discutir a importância da acessibilidade dos espaços culturais em periferias e favelas, o Observatório de Favelas ↗ promove a II Jornada de Acessibilidade Cultural. Na programação do evento, realizado no Galpão Bela Maré, rodas de conversas e encontros com profissionais do campo da arte, cultura e educação vão provocar reflexões e debates sobre estratégias que garantam a inclusão de pessoas com deficiência no circuito cultural, assegurando o livre acesso, a circulação e a permanência. O evento é gratuito e a classificação é livre.
II Jornada de Acessibilidade Cultural
Todas as atividades terão como centro a produção artística como instrumento de construção de redes de afeto, apoio e resistência. Essa proposta tem como base a compreensão de que os espaços de arte e cultura funcionam não só como lugares de fruição, mas também como territórios de interação, inclusão e de troca. Por isso, a importância de debate sobre como o setor das artes e os equipamentos culturais e sociais periféricos atuam na construção dessa rede de inclusão.
A segunda edição da Jornada de Acessibilidade, acontece em três dias e conta com uma programação com palestras e oficinas práticas voltadas à inclusão da pessoa com deficiência.
Na quarta-feira (12), acontece a primeira roda de conversa sobre plataformas digitais, em seguida a oficina de Poesia Surda. O dia seguinte (quinta, 13), começa com exibição de filmes com audiodescrição e em seguida o público poderá aprender a se comunicar com as mãos ao participar da oficina de introdução básica em Linguagem Brasileira de Sinais (Libras). E o encerramento, na sexta (14), o bate papo será sobre consumo e produção de artes e a tarde terá uma oficina sobre roteiro para audiodescrição.
PCDs e acessibilidade na periferia
A educadora responsável pelo eixo de mediação e acessibilidade do Galpão Bela Maré, Ana V Lopes, explica que a proposta da jornada é propor um diálogo entre moradores de áreas periféricas e a vivência de pessoas com deficiência.
“Durante os três dias teremos diferentes atividades que vão propor ideias sobre o fazer artístico, promovendo um debate sobre a inclusão social e também sobre as múltiplas realidades das pessoas com deficiência que moram na favela da Maré e periferias da cidade. A expectativa é que através desse diálogo a gente consiga criar um espaço de debates e provocar reflexões, tanto para o público com deficiência como para educadores, desenvolvedoras de atividades culturais e pessoas da nossa região. Mas também vamos abordar outros temas ligados à inclusão e acessibilidade, como tecnologias e outras pautas de interesse das pessoas com deficiências”, anuncia Ana V.
Todas as atividades contam com interpretação em Libras, realizada por alunos e alunas da TradInterLab da UFRJ ↗.
Saiba mais sobre a Jornada
A Jornada de Acessibilidade Cultura acontece no Galpão Bela Maré que é apresentado pelo Ministério do Turismo, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura e Observatório de Favelas. Tem patrocínio do Instituto Cultural Vale, Itaú Unibanco e White Martins, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Fomento: Foca, Prefeitura do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, Apoio Institucional: Itaú Cultural e Instituto JCA. Parceria: Produtora Automatica Realização: Observatório de Favelas e Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal – União e Reconstrução.
Serviço e programação
II Jornada de Acessibilidade Cultural
Local: Galpão Bela Maré
Data: 12,13 e 14 de abril
Horário: De 11 às 17 horas.
Classificação Indicativa: Livre
Endereço: Rua Bittencourt Sampaio nº169, Maré, Rio de Janeiro – RJ.
Programação
- 12 de Abril (Quarta-feira):
10:30h – Credenciamento
11h – 13h – Fala de abertura – Coordenação Geral Galpão Bela Maré / Coordenação educativo Galpão Bela Maré / TradInter Lab / Marjory Léo
Roda de conversa – As plataformas digitais como ferramenta de visibilidade
Convidades: Eduardo Vitor e Jhonny Surdinho
Mediação: Marjory Léo
13h -14h – Almoço
15h – 17h – Oficina de poesia surda + Sinal do Bela
Convidado: Paulo Andrade
- 13 de Abril (Quinta-feira):
11h – 13h – Cine Bela – Sessão Especial e debate (AnaV Lopes)
O Filho eterno
Catadora de Gente (com audiodescrição disponível no YouTube)
Dela (com audiodescrição disponível no YouTube)
13h – 15h – Almoço
15h – 17h – Oficina de introdução básica em LIBRAS – TradInterLab
- 14 de Abril (Sexta-feira):
11h – 13h – Roda de conversa: Consumo e produção de arte.
Convidadas: Roberta Holiday (artista com deficiência) / Juliana Grupo Especiais da Maré (ativista)
Mediação: Stéphane Marçal
13h – 15h – Almoço
15h – 17h – Oficina – Roteiro para audiodescrição com Jéssica Valente
Sobre o Galpão Bela Maré
O Galpão Bela Maré, projeto do Observatório de Favelas realizado em parceria com a Automatica, é um espaço voltado à difusão, produção, mobilização, formação e fruição das artes e das expressões culturais através de suas mais variadas manifestações, visando, sobretudo, a articular a produção artística periférica com o circuito da arte contemporânea no Rio de Janeiro. Inaugurado em 2011, consolidou-se como um espaço de referência na cidade para o debate do papel político da arte, especialmente no contexto das periferias.
Sobre o Observatório de Favelas
O Observatório de Favelas, criado em 2001, é uma organização da sociedade civil sediada no Conjunto de Favelas da Maré, com atuação nacional. Dedica-se à produção de conhecimento e metodologias visando incidir em políticas públicas sobre as favelas e promover o direito à cidade. Fundado por pesquisadores e profissionais oriundos de espaços populares, tem como missão construir experiências que contribuam para a superação das desigualdades e o fortalecimento da democracia a partir da afirmação das favelas e periferias como territórios de potências e direitos. Atualmente, desenvolve programas e projetos em cinco áreas: Arte e Território, Comunicação, Direito à Vida e Segurança Pública, Educação e Políticas Urbanas.
Da Equipe de Redação