Guia de tratamento de Parkinson: Diretrizes

Pessoa idosa sentada segura bola colorida na mão esquerda. Seu rosto não aparece. À esquerda, sobreposição da frase: Diretrizes para o tratamento de Parkinson.
Diretrizes são um guia para tratamento de Parkinson com as melhores evidências em cada estágio da doença. (Imagem: Edição de arte. Foto: Matthias Zomer/ Pexels)

Academia Brasileira de Neurologia lança nota à imprensa com novas diretrizes para tratamento de Parkinson; especial destaque a terapia ocupacional

Atualmente a doença de Parkinson atinge cerca de 200 mil pessoas no Brasil e aproximadamente 1% da população mundial com mais de 65 anos. Sem cura até o momento, é frequente motivo de estudos científicos e importante causa de preocupação de pacientes e familiares. As informações são da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) .

• Índice
    Add a header to begin generating the table of contents
    Scroll to Top

    Boa leitura!

    Diretrizes

    Apesar de ainda não existir uma solução efetivamente resolutiva para a doença, os avanços da medicina permitem tratamentos e intervenções cada vez mais eficazes para reduzir a progressão e os danos causados pelo Parkinson.

    A propósito, profissionais de 14 centros de diferentes universidades do Brasil uniram-se para organizar as melhores diretrizes para o tratamento dos sintomas motores do Parkinson. O trabalho culminou no lançamento das Diretrizes para o tratamento da Doença de Parkinson: consenso do Departamento Científico de Transtornos do Movimento da Academia Brasileira de Neurologia – sintomas motores .

    O neurologista Rubens Cury, especialista em Doença de Parkinson e Distúrbios do Movimento, um dos autores do artigo, relata que o principal objetivo foi reunir informações de base científica qualificada e padronizar condutas que auxiliem no raciocínio e na tomada de decisão:

    As diretrizes são um guia. Levamos em conta as melhores evidências em cada estágio da doença. É uma iniciativa conjunta visando à boa prática clínica”, complementa Rubens que, atualmente, também é médico assistente do Grupo de Distúrbios do Movimento e Coordenador do Ambulatório de Estimulação Cerebral Profunda do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

    Categorias

    As recomendações estão divididas em três principais categorias: tratamento medicamentoso, tratamento cirúrgico e reabilitação.

    No pilar do tratamento medicamentoso, há as classes de medicação comumente utilizadas no Brasil e no mundo, apresentando bons benefícios a longo prazo. As drogas dopaminérgicas incluem levodopa, agonistas dopaminérgicos (DA), inibidores da enzima monoamino oxidase-B (MAO-B) e inibidores da catecolorto-metiltransferase (COMT). Já as não-dopaminérgicas são a amantadina e os anticolinérgicos, pouco utilizados atualmente.

    “Buscamos individualizar o tratamento inicial da doença de Parkinson a depender da queixa da pessoa, das suas atividades quotidianas e da sua faixa etária. Para a fase inicial, em regra, o adequado é usar baixas doses de medicamentos dopaminérgicos. Já nas fases moderadas e avançadas, são apresentadas estratégias para melhorar as flutuações motoras e as discinesias, levando em consideração os níveis de evidência para cada medicação”, conta Rubens Cury.

    Cirurgia

    Quanto a indicação de cirurgia para o tratamento da doença de Parkinson, a diretriz compila atualizações sobre o momento mais propício para o procedimento.

    “Antigamente, a cirurgia era indicável em fases mais tardias. Hoje, sabemos que pode ser adotada aos pacientes em fase moderada, que tomam remédios de forma otimizada, mas permanecem com sintomas que atrapalham a qualidade de vida”, menciona Rubens.

    Estando na condição acima citada, outros critérios devem ser levados em consideração: tempo de diagnóstico da doença superior a 5 anos, ausência de demência ou alteração neuropsiquiátrica grave, e resposta à levodopa maior que 33%. Se atendida essas premissas, uma pessoa com Parkinson que sofra com flutuação motora ou de tremor refratário pode ser boa candidata à cirurgia.

    Pessoa idosa sentada segura bola colorida na mão direita. Outra pessoa mais jovem segura seu punho. Seus rostos não aparecem. À esquerda, sobreposição da frase: Reabilitação: Fisioterapia e Terapia Ocupacional, que fazem parte do Guia de tratamento de Parkinson.
    Descrição da imagem #PraGeralVer: Foto colorida mostra um homem idoso, sentado, segurando uma bola colorida na mão direita. Outra pessoa mais jovem segura seu punho. Seus rostos não aparecem. À esquerda, sobreposição da frase: Reabilitação: Fisioterapia e Terapia Ocupacional. (Imagem: Edição de arte. Foto: Matthias Zomer/ Pexels)

    Reabilitação

    A reabilitação é um pilar essencial no tratamento do Parkinson. Hoje, quanto mais precoce a intervenção na atividade física no paciente com a doença de Parkinson, melhor será a evolução. Partindo dessa máxima, o estudo destaca a importância do fisioterapeuta na reabilitação, pois exerce o papel de orientar e estimular treinos funcionais para o desenvolvimento da capacidade física.

    Nesta etapa, também pode ser necessário o acompanhamento fonoaudiólogo, visto que pacientes com a doença de Parkinson podem ter alteração da fala e da deglutição.

    Por fim, as diretrizes fazem especial destaque para a terapia ocupacional, conforme enfatiza Rubens Cury.

    “São os profissionais que trabalham a partir das dificuldades que o paciente já tem para melhorar a adaptabilidade dele ao cotidiano. É fundamental no processo”.

    Este post tem 2 comentários

    1. Daniely

      Adorei ler seu artigo! Muito bom mesmo, vou salvar em meus sites favoritos para ler todo final de semana.

      Lucky Patcher

    Deixe um comentário