Entenda a importância da educação parental na criação de crianças atípicas, com transtornos como TEA, TDAH e TOD.
O Dia dos Pais é um momento especial que deve ir muito além de ressaltar a importância do papel paterno na vida de qualquer criança. Em famílias atípicas, aquelas com crianças com transtornos como o TEA – Transtorno do Espectro Autista, o TOD – Transtorno Opositivo Desafiador e o TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, essa celebração adquire uma dimensão ainda mais significativa. Nesse contexto, a relação familiar transcende o aspecto comemorativo, tornando-se uma jornada de aprendizado mútuo, paciência e dedicação.
Neste artigo, indicamos como a educação parental desempenha um papel crucial nessa jornada, promovendo o desenvolvimento socioemocional da criança, fortalecendo os laços familiares e proporcionando uma base sólida para o crescimento saudável da criança atípica.
A comunicação na educação parental de crianças atípicas
Em famílias atípicas, aquelas com crianças com algum tipo de transtorno, a relação entre mãe, pai e criança, muitas vezes é uma questão delicada que pede calma, experiência e muita dedicação. Tanto a mãe quanto o pai, além das pessoas cuidadoras e da rede de apoio precisam estar envolvidas na criação, nos cuidados e demandas da criança. Todas as relações são beneficiadas com o fortalecimento da parentalidade e evitam possíveis conflitos na relação com a criança ou adolescente.
Para Andreia Rossi, educadora parental e especialista em TOD, entender a melhor forma de se comunicar influencia diretamente no comportamento e atitudes da criança em relação à mãe, ao pai e ao mundo ao seu redor.
“A comunicação assertiva nos permite expressar sentimentos, pensamentos e necessidades de maneira clara, respeitosa e firme. Escutar com empatia, estabelecer conexões, evitar críticas, reforçar comportamentos positivos, fazer combinados, definir limites claros e os envolver nas decisões, fará com que os conflitos se reduzam”, explica a educadora.
Um sentimento de liberdade para as famílias
De acordo com Andreia, a educação parental se baseia em diversos fatores, entre eles, a disciplina positiva, que por meio de ações estratégicas, incentiva as famílias a viverem de uma forma mais saudável, fortalecendo a inteligência emocional tanto dos filhos quanto dos pais, além de incentivar a resolução pacífica de conflitos e a evolução socioemocional, contribuindo para uma melhora na autoestima e na regulação emocional da criança. Essas estratégias melhoram o estilo de vida de jovens típicos e atípicos, que entendem a lidar com suas emoções.
“A educação parental traz um sentimento de liberdade para as famílias, que não poderia acontecer de outra forma se não tivessem o conhecimento necessário. Além da sensação de segurança na relação entre pais e filhos, oferece também novas perspectivas para as crianças e adolescentes, sobre o mundo ao seu redor, proporcionando o fortalecimento da parentalidade”, explica Andreia.
Outro quesito importante da parentalidade é a forma que a família e todos envolvidos irão cuidar da criança ou adolescente em relação ao seu transtorno. Muitos jovens atípicos podem desenvolver comorbidades, quando não recebem o devido cuidado. Problemas, como ansiedade, depressão, agravamento de padrões de comportamento e desregulações emocionais exageradas podem surgir. É sempre muito importante a família estar presente e atenta, além de ter o apoio profissional de um psicólogo, preferencialmente que siga a linha comportamental, e que indicará as melhores condutas junto aos pais em cada caso.
5 dicas de Educação Parental para o Dia dos Pais
O Dia dos Pais é uma oportunidade valiosa para destacar a importância da educação parental em famílias atípicas, onde há crianças com algum transtorno do neurodesenvolvimento. Nesses contextos, a figura paterna desempenha papel crucial no desenvolvimento e bem-estar das crianças, necessitando de abordagens educacionais específicas e um entendimento das necessidades individuais da criança.
A educação parental em famílias com crianças atípicas ↗ exige uma abordagem sensível, empática e informada. Aqui estão algumas maneiras de relacionar o Dia dos Pais com a educação parental nesses cenários:
- Conscientização e Aceitação
O Dia dos Pais pode ser uma ocasião para aumentar a conscientização sobre os transtornos presentes na família, promovendo a aceitação e a compreensão das particularidades das crianças. Os pais podem compartilhar informações sobre os transtornos com familiares, amigos e comunidade, promovendo uma rede de apoio mais informada e solidária.
- Adaptação das Abordagens Parentais
Pais de crianças com TEA, TDAH e TOD precisam adotar abordagens parentais adaptadas às necessidades específicas de suas filhas ou filhos. O Dia dos Pais pode ser um momento para refletir sobre as estratégias utilizadas e explorar novas maneiras de se conectar e ensinar suas crianças. A comunicação clara, o estabelecimento de rotinas e o uso de reforços positivos são algumas abordagens que podem ser particularmente eficazes.
- Celebrando as Pequenas Conquistas
Em famílias com crianças que possuem desafios de desenvolvimento, as pequenas conquistas muitas vezes representam grandes avanços. No Dia dos Pais, é positivo celebrar as realizações únicas de suas crianças, independentemente do quão pequenas possam parecer para as outras pessoas. Essas celebrações reforçam a autoestima das crianças e incentivam seu progresso contínuo.
- Compartilhamento de Experiências e Apoio Mútuo
O Dia dos Pais pode ser uma oportunidade para pais de crianças com os mesmos transtornos se unirem, compartilharem experiências e oferecerem apoio mútuo. A troca de histórias, desafios superados e estratégias eficazes pode ser reconfortante e construir uma sensação de comunidade.
- Auto-Cuidado e Resiliência
Educar crianças com necessidades especiais pode ser desafiador e emocionalmente exigente. No Dia dos Pais, os pais podem refletir sobre a importância do auto-cuidado e da resiliência. Isso inclui reconhecer que eles também precisam de apoio e momentos de descanso para continuarem sendo pais eficazes.
Em resumo, o Dia dos Pais em famílias atípicas proporciona uma oportunidade para destacar a importância da educação parental sensível e adaptada às necessidades das crianças com transtornos. Isso envolve a conscientização, a celebração das conquistas, o apoio mútuo e a promoção de estratégias de criação saudáveis e eficazes para ajudar essas crianças a prosperarem e alcançarem seu potencial.
Entendendo a Educação Parental
A Educação Parental é o suporte dos pais ao desenvolvimento de seus filhos. Através dela, eles aprendem práticas eficazes, estabelecem vínculos positivos e fornecem suporte emocional para que a criança cresça cognitiva, física, social e emocionalmente saudável. Nos primeiros anos de vida, as relações e o ambiente moldam os alicerces do desenvolvimento físico, cognitivo e psicológico da criança, tornando a Educação Parental fundamental para proporcionar uma experiência enriquecedora. Ela capacita os pais a compreenderem o desenvolvimento infantil, guiando-os nas etapas e estimulando o bem-estar, evitando traumas e conflitos futuros.
Sobre a educadora parental
Andreia Rossi é Master em Comunicação Social, Psicopedagoga e atualmente Educadora Parental, auxiliando as relações entre pais e filhos. Aos 8 anos, sua filha recebeu o laudo de TOD – Transtorno Opositivo Desafiador, atraso global do desenvolvimento e rebaixamento cognitivo. Com isso, realizou diversos cursos e se tornou especialista no assunto.