Psicopedagoga Fabiane Favarelli Navega ressalta que escolas devem ofertar recursos que facilitem a realização das atividades a estudantes com dislexia
Boa leitura!
O Dia Nacional de Atenção à Dislexia é celebrado anualmente em 16 de novembro, data instituída pela Lei Nº 13.085/2015 ↗. O objetivo é dar visibilidade ao distúrbio, difundir informações e conscientizar a sociedade sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoces.
Antes de iniciarmos o assunto, vale lembrar que o contexto da sala de aula é bastante diverso e há a necessidade de uma equipe pedagógica bem preparada e atuante para atender à essa diversidade.
Os estudantes ingressam o sistema educacional oriundos de famílias, contextos sociais, culturas bem distintas, portanto, cada um traz consigo uma demanda singular.
Estudantes com dislexia ainda não são público-alvo da educação especial, mas necessitam de estratégias adequadas para que possam se desenvolver pedagógica e socialmente.
Atenção à Dislexia
A dislexia é um distúrbio da linguagem que afeta habilidades de escrita, leitura e soletração. Desta forma, dificulta o processo de aprendizagem de crianças e jovens. Isso exigirá de toda a equipe pedagógica conhecimento e busca por estratégias efetivas de atendimento a esses estudantes.
Um bom trabalho pedagógico se inicia pela anamnese desse aluno, buscar informações junto às famílias e profissionais que atendam ao estudante disléxico, é fundamental. Conhecer a rotina em casa, estratégias que já são desenvolvidas em outros ambientes, podem contribuir para o trabalho em sala de aula.
Papel dos educadores
O aluno com dislexia deve se sentar próximo ao educador, pois assim, ele pode contribuir de maneira mais eficaz nas orientações e dicas ao estudante.
Respeitar e estar atento ao ritmo de realização da tarefa, principalmente se for uma escrita, pois ela pode ocorrer de forma mais lenta devido a dificuldade quanto à orientação espacial e mapeamento.
O educador deve estar atento às copias de lousa e sempre disposto a auxiliá-lo nessa organização.
Durante a explicação de uma atividade, o educador deve ser bem claro e objetivo. Ele deve verificar se o estudante compreendeu o que deve ser feito.
É muito importante ressaltar que esses estudantes precisam fazer uso de instrumentos que facilitem a realização das atividades, como por exemplo: gravador, tabuadas, fórmulas, calculadoras, entre outros recursos.
Recursos para avaliação
Quanto a realização de avaliações para verificação do rendimento escolar a escola deve ofertar:
> Provas escritas em grupo ou individual, sem ou com consulta a outras fontes de informação.
> Para esses estudantes provas com textos mais curtos e objetivos são mais fáceis de compreensão.
> Amplie o tempo para a realização dos exercícios e avaliações para estudantes disléxicos.
> Faça a leitura oral para a turma, isso facilita a compreensão do que esta sendo solicitado.
> Utilize desenhos, símbolos, sinais, esquemas, que possam auxiliar na compreensão dos conceitos trabalhados.
> Tente não privilegiar provas que exijam memorização de datas, nomes, fórmulas ou definições, disléxicos tem dificuldade de memória visual e auditiva. Caso essas informações sejam extremamente necessárias, forneça instrumentos para que ele possa pesquisar as informações.
> Provas orais em grupo ou individualmente, com ou sem consulta.
> Atividades práticas envolvendo estudos, pesquisa, criatividade e experiências, realizadas dentro e fora da sala de aula.
> Avaliação pela observação do comportamento e rendimento pedagógico do estudante.
Lembre-se que o estudante com dislexia é uma pessoa como outra qualquer, ele só necessita de uma estratégia diversa para aprender. Certifique-se que após cada explicação ou comando do professor, o estudante compreendeu e tem consciência do que deve fazer.
Observe também seu relacionamento com os colegas, muitas vezes, devido a sua dificuldade, alguns estudantes rejeitam disléxicos em trabalhos em grupos, fique atento a essas situações. Ajude a turma a compreender e ajudar tal situação.
Lembre sempre de valorizar as suas conquistas, elogie e incentive sempre o disléxico a acreditar em seu potencial.

Da Equipe de Redação