Criada por Emílio Figueira, produção em cinco episódios utiliza linguagem acessível para expor estereótipos e provocar reflexão sobre a exclusão.
Brasil, 20 de agosto de 2025 – Uma nova série no YouTube, intitulada “Capacitismo: O Preconceito Invisível”, foi lançada com o objetivo de expor e desconstruir o preconceito cotidiano contra pessoas com deficiência. Criada e escrita por Emílio Figueira, escritor, psicólogo, pesquisador e criador de conteúdo sobre inclusão, deficiência e diversidade humana, a produção utiliza cinco episódios de curta duração e linguagem acessível para mostrar onde o capacitismo mora: nas palavras, nos espaços, nos olhares e até na forma como a própria pessoa com deficiência se percebe.
A iniciativa surge em um contexto onde mais de 14,4 milhões de pessoas possuem alguma deficiência, segundo dados recentes do Censo 2022 do IBGE , e enfrentam barreiras diárias, muitas vezes sutis e normalizadas pelo capacitismo. A série busca nomear e combater essas microagressões, que vão desde elogios disfarçados de preconceito até a exclusão estrutural em ambientes de trabalho e estudo. Cada episódio termina com uma pergunta estratégica, incentivando o diálogo e o engajamento consciente do público.
Desconstruindo Estereótipos em Cinco Atos
A série propõe uma abordagem sensível e firme, com roteiros que combinam informação, emoção e provocação. Os episódios abordam o tema de forma progressiva:
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- Episódio 1: O Que É Capacitismo? – Apresenta o conceito de forma clara, destacando como atitudes aparentemente inofensivas — como elogiar alguém por “parecer normal” — podem reforçar estigmas.
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- Episódio 2: Heróis, Vítimas e Outros Estereótipos – Desmonta os rótulos comuns, como o do “exemplo de superação” ou do “coitadinho”, mostrando como eles desumanizam as pessoas com deficiência.
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- Episódio 3: Onde o Capacitismo Mora – Foca na exclusão estrutural, como escolas despreparadas, calçadas inacessíveis e ambientes de trabalho que contratam por obrigação, mas não integram de fato.
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- Episódio 4: Palavras Que Ferem – Discute a força da linguagem e como expressões utilizadas no dia a dia podem carregar séculos de exclusão.
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- Episódio 5: O Capacitismo Dentro de Nós – Aborda o preconceito internalizado e a dor silenciosa de quem cresce acreditando que precisa esconder ou compensar sua deficiência para ser aceito.
Uma Ferramenta para a Educação Inclusiva
Ao longo dos episódios, o projeto reafirma que a deficiência não é sinônimo de limitação e que a verdadeira barreira está no olhar social que transforma o diferente em erro. Com narração envolvente e edição dinâmica, a série se propõe a transformar não apenas o vocabulário das pessoas, mas também sua percepção sobre o que significa incluir de verdade. A série está disponível gratuitamente no YouTube e pode ser utilizada como material educativo por escolas, universidades, empresas e instituições que desejam promover a inclusão com profundidade e sensibilidade.
O Acervo do Memorial Emílio Figueira: Um pedaço de seu gigante legado
Além dessa nova série, Emílio mantém o Memorial Emílio Figueira (MEF) – um ambiente digital que preserva e celebra sua produção literária, jornalística, científica e artística. Desde fotografias e obras plásticas até documentários, monografias, colunas e notas históricas, o MEF acolhe centenas de registros que traçam sua trajetória multifacetada. Com cerca de 700 textos, materiais audiovisuais, 20 livros gratuitos para download e um acervo interativo, o site oferece acesso direto à transição de uma sociedade excludente para uma que se constrói por meio da inclusão.
Atualmente, o MEF incorpora o Acervo Inclusivo Emílio Figueira, uma plataforma que documenta com rigor e sensibilidade as lutas históricas pelas pessoas com deficiência. Com colunas, entrevistas, teorias pedagógicas, material acadêmico e registros originais – inclusive mantendo grafias históricas como “pessoas portadoras de deficiência”, em sic erat scriptum – o memorial torna-se não apenas um repositório, mas um memorial vivo que narra essa jornada pela educação e direitos inclusivos.
Sobre o Autor
Emílio Figueira é jornalista, psicólogo, psicanalista, teólogo, escritor, dramaturgo, poeta, pesquisador e uma voz ativa na luta anticapacitista. Ele vive com paralisia cerebral, resultado de uma asfixia durante o parto em 1969, e transformou sua vivência em uma vasta produção acadêmica e literária que ultrapassa 90 títulos. Com cinco graduações e dois doutorados, Figueira atuou por vinte e sete anos como pesquisador científico e conferencista de pós-graduações em universidades como a USP, de São Paulo, e atualmente se dedica à criação de roteiros e projetos audiovisuais que promovem a inclusão e a diversidade humana.
Com pelo menos vinte e dois prêmios na literatura, jornalismo e teatro, Emílio Carlos Figueira da Silva trilha essa trajetória como ativista e intelectual desde muito cedo. Aos 13 anos, já escrevia para jornais no interior de São Paulo, dando início a uma militância que se estenderia por quatro décadas. Sua vasta produção, que inclui a obra pioneira “As Pessoas Com Deficiência Na História do Brasil” — única no gênero por mais de uma década —, reflete um compromisso contínuo em usar a ciência, a literatura, a tecnologia e o jornalismo como ferramentas para a transformação social e acessível. Essa jornada é retratada no documentário “Digitando Com Um Dedo” (2022), que reconstrói como ele fez de sua produção intelectual uma arma na busca por uma sociedade mais inclusiva. Para conhecer um pouco do seu trabalho, acesse www.emiliofigueira.com.br .
Acesse a playlist completa da série ‘Capacitismo: O Preconceito Invisível’ no link .