"Paratletas mostram a força do esporte como ferramenta de inclusão que muda a forma como pessoas sem deficiência olham para pessoas com deficiência", diz apresentador do Fantástico no encerramento da Paralimpíada no Japão
Os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 se encerram com a melhor campanha do Brasil, de todos os tempos, com 72 pódios. Assim, com 22 medalhas de ouro, 20 de prata e 30 de bronze, o país iguala a posição de Londres 2012 e o número total de pódios da Rio 2016, com mais ouros do que em qualquer outra edição dos Jogos.
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Ficando na sétima colocação no quadro geral de medalhes, o Brasil se despede do maior medalhista paralímpico brasileiro, o nadador Daniel Dias. Com 27 medalhas em quatro edições dos jogos, três delas foram conquistadas agora, em Tóquio – onde Daniel deu adeus às competições com a honrosa tarefa de carregar a bandeira brasileira no evento de encerramento dos jogos.
E falando no multimedalhista, Daniel foi eleito membro do Conselho dos Atletas do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), segundo anúncio no sábado (4) da entidade máxima do esporte paralímpico. O paulista, de 33 anos – que já abrilhantou a coluna Sem Barreira, com Murilo Pereira, do Jornalista Inclusivo – representará os paratletas até a próxima edição dos Jogos, em Paris 2024.
Entre 24 de agosto e 5 de setembro de 2021, o Japão recebeu cerca de 4.400 atletas, de 22 modalidades em 540 eventos do paradesporto mundial. Com destaque para a Equipe Paralímpica de Refugiados e atletas do Afeganistão e outras nacionalidades, o mundo acompanhou a riqueza da diversidade e a certeza de que nem mesmo um país em guerra ou uma pandemia são impedimentos para a inclusão que o esporte é capaz de proporcionar.
“Há oito anos prometemos hospitalidade. Estou confiante de que cada atleta sentiu esse espírito aqui”, disse a presidente do Comitê Organizador dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, Seiko Hashimoto, ressaltando que os paratletas “inspiraram muitos de nós a começar nossas próprias jornadas” em busca de “um futuro mais inclusivo”.
Já o Presidente do Comitê Paralímpico Internacional, o brasileiro Andrew Parsons disse na cerimônia de encerramento, que os jogos não foram apenas históricos. “Atletas fantásticos abriram nossos corações e mentes, e mudaram vidas”, disse pouco antes de citar uma “filosofia japonesa” que defende não apenas a aceitação, mas “a celebração de todas as imperfeições que todos temos”.
“Hoje o que fazemos não é uma cerimônia de encerramento, mas a abertura de um futuro olhar para 1,2 bilhão de pessoas com deficiência, que querem ser cidadãos ativos em um mundo inclusivo”, finalizou ao declarar o encerramento dos jogos.
A cobertura dos Jogos de Tóquio 2020, pela mídia brasileira, desta vez deu maior destaque que em outras edições. Vale a pena conferir o encerramento do Fantástico, na Rede Globo, com o seu “Obrigado por tudo, Paralimpíadas de Tóquio”, na apresentação de Tadeu Schmidt:
“As Paralimpíadas vêm ajudando a mudar a forma como as pessoas sem deficiência olham para as pessoas com deficiência. Alguém descorda de que melhorou muito? Claro, ainda tem muito para melhorar. Vai melhorar. E o esporte vai ajudar”, disse o apresentador ao explicar como são divididas as categorias, de acordo com o nível da deficiência dos atletas, para uma disputa justa. “Pronto. A partir daí, você para de se importar com o que essa pessoa não pode fazer e apenas admira o que essa pessoa faz”, encerra Schmidt.
Assista mais no Globoplay, os melhores momentos da cerimônia de encerramento no link ↗. A cerimônia completa pode ser assistida abaixo, no canal da TV Brasil.