Projeto estreia para homenagear as mães através do debate social, conscientização e sororidade
“A mãe cuidadora peregrina no sistema burocrático em busca do tratamento adequado para seu filho”, diz Daniela Rorato, criadora do Mãelitante: Mães em luta pela transformação social
O projeto Mãelitante – neologismo que se refere a mãe que luta em busca da transformação da sociedade, pelos direitos dos filhos – surgiu para conectar as mães de crianças com deficiências e transtornos para a troca de experiências e informações. O movimento estreia em homenagem ao Dia das Mães, neste domingo (9), criando uma rede de sororidade onde essa mulher possa se sentir acolhida, principalmente agora, diante da reclusão forçada pela pandemia.
O movimento conta com um canal no YouTube, que será divulgado nos próximos dias, na página do Instagram @maelitante ↗ (www.instagram.com/maelitante/ ↗), onde semanalmente será realizada uma live com palestras e debates sobre temas de interesse das mães. Participação de médicos especialistas, advogados especializados na LBI – Lei Brasileira de Inclusão (Lei Nº 13.146/2015) e na judicialização para tratamentos de saúde, membros de instituições como Defensores Públicos e outras mães, para troca de informações e conscientização de empoderamento dessas mulheres.
A idealização é da empreendedora social Daniela Rorato, especializada em políticas de atenção para pessoas com deficiências, e mãe do Guto, um jovem de 24 anos com Síndrome de Down e Transtorno do Espectro Autista (TEA), nível III.
Daniela explica que a realidade da mãe da criança com deficiência no Brasil é bem dura: 70% delas são abandonadas pelo pai e são, portanto, mães solo. Muitas vezes, tem outros filhos e para ela não existem políticas públicas. A maioria se torna uma mãe cuidadora, numa equação bem simples: se o filho precisa de terapias e cuidados específicos, ou ela tem condições de pagar alguém para cuidar, e assim poder trabalhar, ou é ela quem cuida por 24h.
“Quem é cuidadora em 24h sabe o que é isolamento, distanciamento social e passa por muitas quarentenas na vida. Creche, na pandemia? Escola para um filho com deficiência múltipla e profunda?”, questiona Daniela.
Em razão do nascimento de um filho com deficiência, muitas mães deixam de trabalhar e não têm vida social. O impacto da luta diária de criar um filho com deficiência no Brasil e depender das ínfimas políticas públicas é uma peregrinação. “Mas como anda a saúde mental dessa mulher?”, reforça a criadora do Mãelitante.
“A mãe cuidadora peregrina no sistema burocrático, seja em busca do tratamento adequado para seu filho, ou até judicialização para o cumprimento dos direitos até mais básicos. Além disso, o grupo de mães reunidas proporciona pertencimento através da sororidade. Uma sensação de não ser a única e de também não estar mais sozinha”, comenta Daniela.
- Leia também: Pandemia e a Invisibilidade PcD | Dani Rorato
Ativista especializada na defesa dos direitos das pessoas com deficiência e da mãe cuidadora, Daniela foi vice-presidente fundadora da ONG AMAR, de Recife (PE), e é especializada em políticas públicas para pessoas com deficiências, empreendedora social e gestora da Soluções Inclusivas.
“Durante muitos anos eu coordenei reuniões de acolhimento e conscientização para mães cuidadoras. Agora, com a pandemia, não podemos fazer presencial. Então a intenção é levar a informação até elas. E informação pode mitigar as dúvidas e decisões, além de trazer empoderamento”, completa Daniela.
As lives serão realizadas sempre às quartas-feiras, no perfil no Instagram, onde você confere a programação inicial, e será informado o link para quem quiser participar e interagir. Acesse: @maelitante ↗ (www.instagram.com/maelitante/ ↗).
LINKS ÚTEIS:
Mãelitante – Mães em Luta pela Transformação Social
- Instagram @maelitante: www.instagram.com/maelitante ↗
Soluções Inclusivas – Agência de Inteligência Inclusiva
- Instagram @sejainclusivo: www.instagram.com/sejainclusivo ↗
- Facebook @sejainclusivo: www.facebook.com/sejainclusivo ↗
Editor na Jornalista Inclusivo e na PCD Dataverso. Consultor em Estratégias Inclusivas e Gestor de Mídias Digitais. Formado em Comunicação Social (2006). Atuou como repórter, assessor de imprensa, executivo de contas e fotógrafo. Ativista dedicado aos direitos da pessoa com deficiência, redator na equipe Dando Flor e na Pachamen Editoria.