Reportagem do Congresso em Foco mostra mapa de candidatos com deficiência auditiva em 2020
São 66 candidatos surdos nas Eleições 2020, que buscam vencer preconceito e exclusão, de acordo com texto de Leonardo Coelho, para o Congresso em Foco
Reportagem publicada nesta quinta-feira (12) pelo Congresso em Foco ↗ mostra o crescimento no número de candidaturas de surdos nas eleições 2020. Pelo menos 66 estão na disputa, segundo levantamento feito por lideranças da comunidade ao qual o site teve acesso.
Entre 2008 e 2016 o Brasil teve apenas 11 candidaturas, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ou seja, o número de candidaturas de pessoas com deficiência auditiva cresceu pelo menos 13 vezes nesse período.
Há uma prevalência de candidaturas fora dos grandes centros urbanos. Apenas 12 capitais aparecem na lista de municípios com candidatos surdos, o que representa 21,3% desse universo. Entre todas as candidaturas, apenas 15 são de mulheres (22%). Uma das principais causas apontadas para o crescimento é a Lei Brasileira de Inclusão, que favoreceu a inserção política de pessoas com deficiência.
Surdos nas Eleições 2020: LGPD barra informações
O Congresso em Foco pediu ao TSE o total de candidatos registrados que declararam deficiência auditiva. Mas o tribunal alegou que a comissão da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD ↗) concluiu que não cabe à corte divulgar esse tipo de informação sem a autorização do candidato. Por isso, afirmou, os dados eram de consumo interno e só estavam sendo compartilhados com tribunais regionais eleitorais. O TSE admitiu que ainda poderá divulgar dados consolidados de forma anônima para dar transparência ao processo.
Para o ex-ministro do TSE Joelson Dias, da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep ↗), a maior participação política de pessoas com deficiência é uma das consequências positivas da Lei Brasileira de Inclusão (LBI), em vigor desde 2015.
“Apesar de não termos dados científicos empíricos, a LBI alterou o Código Civil Brasileiro e acabou com a incapacidade civil de pessoas com deficiência”, explica o advogado. “A lei também define que a curatela, a interdição, é medida excepcional podendo restringir tão somente os atos negociais e patrimoniais das pessoas com deficiência, mas não afeta nem o direito delas ao voto e, também, o direito a que essas pessoas possam ser votadas”.
Descrição da imagem #PraCegoVer: Recurso de incorporação do Google My Maps, com o titulo Candidatos com deficiência auditiva em 2020. Mostrando o mapa do Brasil marcado com ícones nas localidades desses candidatos, o recurso permite navegar pelas regiões, com ferramentas de zoom e movimentação. Existe a informação de que localidades com cor roxa têm dois (02) candidatos ou mais. Imagem: Incorporação Google My Maps/ por Leonardo Coelho para o Congresso em Foco
Surdos se candidatam em número recorde
Perceba no mapa interativo acima, feito pelo Congresso em Foco, são 66 candidaturas surdas compartilhadas por membros da própria comunidade, que se espalham por todo o Brasil.
A matéria apresenta alguns desses candidatos, com destaque para Pietra Simon, mulher trans de 22 anos.
Segundo o texto, Pietra percebeu no dia a dia a falta crônica de intérpretes. Sem opções, alinhou sua atuação de intérprete voluntária pensando como poderia alterar essa situação e outras tão comuns aos surdos em seu município. Familiares já haviam pedido que ela se candidatasse para vereadora, mas a estudante não achava pertinente.
“Não achava que levava jeito e tinha muito medo de ser atacada por ser uma mulher trans e surda. Preferia ter uma vida normal de estudo”.
A opinião da jovem, porém, mudou. Filiada ao Psol há pouco mais de um ano, Pietra é candidata a vice-prefeita de Bagé (RS).
Veja a íntegra da reportagem, digitando este link: (https://congressoemfoco.uol.com.br/eleicoes/surdos-se-candidatam-em-numero-recorde-e-buscam-vencer-preconceito-e-exclusao/ ↗)
Com informações da assessoria de imprensa.