Setembro Roxo 2021: Um alerta para os impactos do Alzheimer no cérebro

Mulher idosa com leve sorriso, cabelos grisalhos curtos, ilustrando a campanha Setembro Roxo 2021.
Descrição da imagem #PraCegoVer: Imagem de capa da matéria sobre a campanha “Setembro Roxo 2021”. Fotografia colorida de uma mulher idosa, de pele branca e cabelos grisalhos. Usa óculos de grau e blusa. Está com um leve sorriso, olhando para o lado, com o rosto apoiado sobre as mãos e sua bengala. Créditos: Divulgação/Supera

Em esforço global, o Dia Mundial da Doença de Alzheimer é celebrado no próximo 21 de Setembro

Com a data instituída pela Associação Internacional do Alzheimer, campanhas como Setembro Roxo 2021 ajudam conscientizar a sociedade sobre a doença que afeta o cérebro e suas funções cognitivas

O Dia Mundial da Doença de Alzheimer busca conscientizar a sociedade através de campanhas como Setembro Roxo ou Setembro Lilás. A data foi instituída pela Associação Internacional do Alzheimer (ADI), em 21 de setembro de 1994 e, em seguida, foi designado o “mês mundial” da doença, em 2012. A data é um esforço global para eliminar ainda o estigma que cerca a demência.

Apresentada em 1906 pelo psiquiatra alemão Aloysius Alzheimer (1864-1915), a doença do córtex cerebral é uma variação da demência que afeta as funções cognitivas (memória, linguagem, atenção e orientação) de pelo menos 1,2 milhões de brasileiros, segundo dados do Ministério da Saúde . Comum em pessoas idosas, a prevalência naqueles com 65 anos ou mais é de 11,5%.

Presente no processo de envelhecimento de muitas famílias brasileiras, as demências e especialmente a doença de Alzheimer ainda são desconhecidas do público em geral, em especial os fatores que levam ao desenvolvimento da doença.

Mais comuns entre as demências, a doença de Alzheimer é definida pela Associação Internacional da Doença de Alzheimer como uma auto degeneração neuronal, ocasionada pelo mal funcionamento das proteínas betamiloide e tau.

Quando essas proteínas não funcionam bem, as sinapses – que são a comunicação entre os neurônios –, deixam de funcionar e esses neurônios morrem, a partir desse mal funcionamento.

Essa é uma perda irreparável, como lembra Livia Ciacci, Mestre em Sistemas Neuronais do Supera – Ginástica para o cérebro . “Uma vez instalada não tem como fazer esse neurônio funcionar de novo. A localização e a intensidade que vão acontecendo essas perdas, vão definir os sintomas que o paciente vai perceber”, detalhou. 

Fotografia em preto e branco de mulher idosa.
Descrição da imagem #PraCegoVer: Fotografia em preto e branco mostra metade do rosto de uma mulher idosa. Em seu ombro direito aparece a mão de outra pessoa que está em pé, ao seu lado. Créditos: Divulgação/Supera

Contudo, é possível estimular o cérebro ao longo da vida para retardar o aparecimento dos sintomas. Entenda abaixo como isso acontece, além de conferir outras perguntas e respostas frequentes sobre o assunto:

Qual é a diferença entre as demências e o Alzheimer?

A doença de Alzheimer é caracterizada como um transtorno neurocognitivo maior. Isso porque, diferente de outros transtornos – classificado dentro das categorias leve e moderado –, a doença de Alzheimer causa prejuízo cognitivo maior na vida do paciente, fazendo com que ele tenha uma dependência maior de cuidados.

“A doença de Alzheimer é um dos transtornos neurocognitivos maiores. Ela pode levar a uma dependência, tem uma evolução lenta e progressiva, que causa perdas irreparáveis, inclusive essas perdas começam no hipocampo e nas áreas corticais que trazem os sintomas característicos de perda de memória, linguagem, desorientação espacial e dificuldade para resolver problemas”, explicou a especialista.

Qualquer pessoa pode ter Alzheimer?

Quando o assunto é a doença de Alzheimer, fatores genéticos tem um peso importante, mas especificamente mutações dos cromossomos 14 e 21.

Famílias que apresentam essa mutação, tem maior probabilidade de passar esse fator aos descendentes e eles desenvolverem a doença de Alzheimer, mas este, segundo a especialista, não é esse o único fator.

“É muito difícil falar em uma causa para a doença de Alzheimer. Ela é uma doença multifatorial, então todo estilo de vida, nível de educação, estilo de alimentação, atividade física, que a pessoa desenvolveu ao longo da vida, isso vai impactar no processo de envelhecimento dela e pode aumentar ou não a chance de ela desenvolver a doença de Alzheimer”, lembrou.

O que eu posso fazer hoje para não ter Alzheimer?

Como o Alzheimer é uma doença multifatorial, a prevenção também deve ser feita por vários fatores e o primeiro ponto é cuidar da saúde geral do organismo, observando o controle das doenças crônicas – como diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares, hipertensão, sem esquecer da atividade física e alimentação.

Uma vez que o corpo está saudável, segundo a especialista, é importante observar de perto a cognição, utilizando estratégias de treino cognitivo para um resultado positivo que podem retardar o aparecimento dos sintomas da doença.

“Uma vez que eu tenho metas em cima de um treino cognitivo, com atividades que envolvem novidade, variedade e grau de desafio crescente, essas atividades estimulam a neuroplasticidade, ou seja, a capacidade do sistema nervoso modificar sua estrutura e função em decorrência dos padrões de experiência. Com a neuroplasticidade sendo estimulada, eu consigo uma reserva cognitiva robusta. Essa reserva contribui para que o cérebro seja mais resistente aos danos de uma possível degeneração da idade ou uma doença”, disse.

Descrição da imagem #PraCegoVer: Fotografia com as mãos de uma pessoa negra, com as palmas viradas para cima, com um laço roxo, que é símbolo da campanha de conscientização do Alzheimer: O Setembro Roxo. Créditos: Divulgação/Supera

Meus pais têm Alzheimer, eu vou ter também?

Ter parentes de primeiro grau com a doença não é exatamente uma sentença. É possível fazer muito pelo cérebro, criando reserva cognitiva e se antecipando a qualquer sintoma que venha a aparecer no futuro. Confira dicas importantes que podem ajudar nesta compreensão:

Estimulação cognitiva e doença de Alzheimer

A estimulação cognitiva ou ginástica para o cérebro não cura ou impede o andamento da doença, mas são uma ferramenta a favor da reserva cognitiva que se forma a partir das vivências feitas ao longo de toda a vida, como por exemplo empregos desafiadores que movimentam dados e favorecem a plasticidade do cérebro.

Ter uma reserva cognitiva robusta favorece com que a plasticidade do cérebro se mantenha mesmo se a doença se manifestar, evitando assim que os sintomas se agravem rapidamente.

Como os estímulos cognitivos colaboram neste sentido?

A ginástica para o cérebro organiza os estímulos cognitivos. Essa organização de estímulos trás sempre novidade, variedade e grau de desafio crescente, porque não adianta nada quebrar a cabeça em problemas ou desafios, ou colocar o idoso e cobrar que ele seja super desempenhado em resolver problemas, se o estímulo não estiver no grau de dificuldade correto ou evoluindo.

Desafios fáceis demais não motivam e difíceis demais causam frustração e o objetivo da ginástica para o cérebro é justamente motivar em prol de uma neuroplasticidade que avança com a reserva cognitiva.

No caso dos idosos, o que é possível fazer para evitar o aparecimento de sintomas de Alzheimer?

Primeiramente: identificar se você tem na família algum caso ou já passou alguma dificuldade com um familiar com doença de Alzheimer. Se a resposta for sim, é preciso redobrar os cuidados com a saúde e os bons hábitos e nunca parar. Albert Einstein já nos ensinou que a vida se mantém em movimento e não significa que você aposentou e pode ficar a “à toa”. É muito importante nos mantermos ativos e principalmente envolvendo coisas que a gente gosta, mas além das leituras, da convivência social, ter em nossa rotina os treinos cognitivos de atenção, memória, coordenação motora. Tudo isso contribui muito para a agilidade mental, para que você mantenha uma independência, uma autonomia e consiga viver melhores momentos com a sua família até o final da vida.

Os idosos ficaram muito tempo isolados. Isso pode afetar o cérebro deles de alguma forma contribuindo para o Alzheimer?

Somos seres sociais e dependemos 100% de convivência e a faixa etária dos idosos foi a mais impactada no período de pandemia e isolamento que perdura até hoje.

“Imagine que este idoso já ficou longe da convivência familiar e sente essa falta. Ele ainda tem insegurança de retornar, porque a vacina não resolveu 100% dos problemas ainda, e todo esse período sozinho pode aumentar muito os casos de ansiedade, depressão e apatia. Isso favorece o quadro de doença de Alzheimer ainda mais se a pessoa já tiver pré-disposição”, concluiu a especialista.

Ilustração de divulgação de evento online, com descrição detalhada na legenda.
Descrição da imagem #PraCegoVer: Ilustração em fundo roxo com o texto: “Despertando a Sociedade para a Saúde do Cérebro – 3ª edição”. Acima do texto, centralizado, a ilustração de um coração branco e o perfil de um rosto. Imagens geométricas coloridas distribuídas pela ilustração e, no rodapé, a informação: “Supera – Ginástica para o cérebro”. Créditos: Divulgação/Supera

SERVIÇO:

“Despertando a Sociedade para a Saúde do cérebro”

No próximo dia 22 de setembro o Supera realiza ao vivo para todo Brasil a terceira edição do evento “Despertando a Sociedade para a Saúde do cérebro”. O evento acontece em alusão ao Setembro Roxo – mês de conscientização para o com palestras dedicadas à conscientização sobre o assunto e a presença de vários especialistas que serão transmitidas ao vivo pelo canal oficial do Supera no YouTube para todo Brasil.

Você pode conferir ao vivo, a partir das 14h30, pelo canal do Método Supera no YouTube .

Para se inscrever, acesse: https://bit.ly/3DzglUc

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