Em "Corpo Intruso", Billy Saga reflete sobre processos de inclusão na sociedade
O rapper cadeirante aproveita o embalo dos jogos Paralímpicos de Tóquio e através da sua música faz uma provocação pela falta de equidade nos mecanismos sociais
“E do fundo do abismo os normais me olharam confusos / Eu que estava no topo logo eu, um corpo intruso” são alguns dos versos que transmitem a mensagem de “Corpo Intruso” (escute aqui ↗), novo single do rapper Billy Saga, que já soma uma trajetória de duas décadas de dedicação ao rap e ao ativismo social. O músico cadeirante é considerado, atualmente, um dos mais autênticos e combativos rappers a abordar, nas entrelinhas de suas músicas com temas diversos, os direitos das pessoas com deficiência.
Inspirada em um conceito de mesmo nome, criado em 2019 pela coreógrafa Estela Lapponi, “corpo intruso” é um termo que se auto explica, ou seja, tudo aquilo que é visto como diferente e causa a resistência da sociedade.
De alguém que viveu na pele o veneno de uma lesão medular, devido a um acidente de moto, o rap de Billy Saga, que além de rapper, é também o responsável pela área de diversidade e inclusão da Claro e presidente da ONG Movimento e SuperAção, é uma verdadeira bandeira hasteada à resistência, capaz de sensibilizar e provocar uma espécie de consciência coletiva acerca da fundamental reflexão sobre o dever de combate à exclusão social, historicamente ressaltada pelo racismo, preconceito e violência com aqueles colocados à margem da sociedade.
A música chega acompanhada de um videoclipe (assista abaixo) que reflete cenas do rapper rimando na quadra de basquete e em uma mini rampa, enquanto um paratleta joga basquete e um skatista com deficiência pratica o esporte.
“Com minha música tenho a possibilidade de conquistar mais espaços, pois vou conseguir alcançar não só as pessoas com deficiência e simpatizantes do segmento, mas também todos os outros atores responsáveis pela construção da inclusão. Precisamos tirar o rótulo radical sobre pessoas com deficiência, de super-herói, como nossos medalhistas paralímpicos, ou no outro extremo, de coitadinho, com todos os seus direitos negados. Somos pessoas e ponto”, finaliza Billy Saga.
“Corpo Intruso” é, enfim, uma ode moderna à resiliência, capaz de sensibilizar e provocar a reflexão sobre a riqueza das diferenças, a urgência da acessibilidade e os deveres (de cada um e de todos) em relação às práticas e políticas inclusivas, para todos.
Ficha Técnica:
Clipe “Corpo Intruso”
- Direção: Marina Amano e Murilo Amancio
- Câmera: João Bonafé e Murilo Amancio
- Assistente: Vitor Peracetta e Tuti Camargo
- Consultoria sobre Inclusão: Billy Saga
- Ator Basquete: Tite
- Ator Skate: H. “John” (Atleta gentilmente cedido pela @jumperequipamentos)
Single “Corpo Intruso”
- Beatmaker: Skeeter
- Mix e Master: Luís Lopes (C4 Estudio)
- Composição: Billy Saga
Capa “Corpo Intruso”
- Direção de Arte: Lambuja
- Agradecimentos:
- Estela Lapponi (Corpo Intruso foi um conceito criado por essa artista em 2009)
- Realização: Listo Music
LINKS ÚTEIS:
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