A trajetória da mesa-tenista Jennyfer Parinos: Da infância ao diagnóstico

Foto que traduz a trajetória da mesa-tenista Jennyfer Parinos, com logo dos Jogos Paralímpicos de Tokyo 2020 e a hashtag #RumoATóquio.
Descrição da imagem #PraCegoVer: Arte ilustrando o texto sobre “A trajetória da mesa-tenista Jennyfer Parinos”. Fotografia com sobreposição do logo, em inglês, Tokyo 2020 Paralympic Games, no canto esquerdo superior, e a hashtag #RumoATóquio, na parte inferior. Foto da atleta Jennyfer Parinos, exibindo algumas medalhas. Ela tem pele branca, cabelos castanhos e tatuagens nos braços. Está sorrindo e apontando para seu bíceps tatuado com o logo Rio 2016, paralimpiadas em que foi medalha de bronze. Créditos: Debora Bacheschi | Edição weare424.com | Edição JI

“Representar a seleção brasileira paralímpica é uma honra e a realização de um sonho”

A mesa-tenista Jennyfer Parinos, de 25 anos, diagnosticada com raquitismo hipofosfatêmico ligado ao cromossomo X (XLH), disputará os Jogos Paralímpicos de Tóquio

Com a proximidade dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, entre 24 de agosto e 5 de setembro, no Japão e, aproveitando o Dia da Conscientização sobre o Raquitismo Hipofosfatêmico Ligado ao X (XLH), celebrado em 23 de junhoo site JI apresenta um pouco da história da mesa-tenista Jennyfer Marques Parinos.

“Minha família sabia que tinha algo diferente quando completei 1 ano e meio de idade. Assim que aprendi a andar, comecei a sentir muitas dores e reclamava bastante levando as mãos aos joelhos.” Ainda muito criança para entender o que significava ter uma doença rara, Jennyfer Parinos, hoje com 25 anos, aprendeu a ignorar o bullying, superou-se física e mentalmente e, hoje, representa a Seleção Brasileira Paralímpica de tênis de mesa.

Nascida na baixada santista, a jovem paratleta conta como foi o processo de conhecimento da doença e como foi sua infância após o diagnóstico. “Assim que identificamos a dor, minha mãe iniciou a procura por uma explicação. Foram 19 ortopedistas, até ser diagnosticada com raquitismo hipofosfatêmico ligado ao cromossomo X (XLH), na Santa Casa de São Paulo. Minha infância, após o diagnóstico, foi normal. Sempre fui muito ativa, gostava de brincar, e nunca fui limitada de praticar atividades físicas. A única parte difícil de encarar, eram os olhares e o bullying”, declara Jennyfer.

Abaixo está a pequena Jennyfer, em post do Dia das Crianças (2019), no Instagram:

Descrição da imagem #PraCegoVer: Fotografia da Jennyfer, quando criança, publicada em seu Instagram, em homenagem ai Dia das Crianças (2019). Ela está sentada em um banco, com as pernas cruzadas e sorrindo. Usa tênis All Star Cano Alto preto, vestido macaquinho azul e camiseta manga longa branca. Créditos: Reprodução

O raquitismo hipofosfatêmico ligado ao cromossomo X é uma doença genética e hereditária que se manifesta com baixos níveis de fósforo mineral e vitamina D, necessários para a formação dos ossos e dentes, para a composição do DNA e produção de energia no organismo. Conhecida também como XLH – iniciais da enfermidade em inglês (X-linked hypophosphatemia), a condição tem como principais sintomas a deficiência do crescimento, alargamento dos punhos, joelhos e tornozelos, dor nos membros inferiores, fraqueza muscular e pernas arqueadas.

Minha vida mudou em 2009, aos 13 anos, enquanto eu brincava no salão de jogos do prédio onde morava. Uma vizinha, que também era mesa-tenista, me parou e disse que eu levava jeito para o esporte, me convidando para acompanhá-la em um treino. Desse dia em diante, me apaixonei pela modalidade e não parei mais. Comecei a ter muitos resultados nas competições pelo Brasil e em 2013 fui convocada para a Seleção Paralímpica Brasileira“, conta a atleta.

Fotografia das Paralimpiadas Rio 2016, no momento de entrega da medalha de bronze às paratletas brasileiras do tênis de mesa, com descrição na legenda.
Descrição da imagem #PraCegoVer: Fotografia da entrega de medalhas dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, com as paratletas do tênis de mesa, Bruna Alexandre Costa, a Jennyfer e Daniellen Rauen. Elas usam o uniforme da edição dos jogos, em 2016, com a medalha de bronze pendurada no pescoço e segurando o mascote. Atrás, em segundo plano, aparece a arquibancada com os torcedores. Créditos: Fernando Maia/CPB

No último dia 5 de junho, a mesa-tenista brasileira, medalhista paralímpica por equipes nos Jogos Rio 2016, conquistou uma vaga para as competições de tênis de mesa dos Jogos Paralímpicos de Tóquio e se tornou a 11ª atleta paralímpica brasileira a se classificar para a competição.

Na ocasião, segundo informações da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) , Jennyfer garantiu a vaga ao vencer na Seletiva Mundial de tênis de mesa, em Lasko, na Eslovênia. A vitória, na classe 9 feminina, foi em cima da ucraniana Iryna Shynkarova na decisão, por 3 a 0. Somente um atleta de cada classe conquistava a vaga direta nos Jogos.

“Treinei bastante para essa seletiva, tanto mentalmente, quanto tecnicamente, e dei o meu melhor. Fiquei muito feliz com essa vaga, será minha segunda Paralimpíadas e espero conseguir outra medalha em Tóquio!”, finaliza Jennyfer.

Foto da mesa-tenista segurando raquete e bolinha de tênis de mesa.
Descrição da imagem #PraCegoVer: Fotografia com sobreposição do logo, em inglês, Tokyo 2020 Paralympic Games, no canto esquerdo superior, e a hashtag #RumoATóquio, na parte inferior. Na foto está a atleta Jennyfer, com camiseta branca escrito Brasil, em azul. Está sorrindo e segurando uma raquete vermelha e uma bola laranja de tênis de mesa. Créditos: Debora Bacheschi | Edição weare424.com | Edição JI

Para os pacientes recém-diagnosticados e para os que, assim como ela, convivem com o XLH há bastante tempo, Jennyfer aconselha: “não se diminua ou delimite sua forma de viver. Podemos absolutamente tudo. Aprendi a ignorar o bullying, os olhares e os comentários e conquistei uma posição na Seleção Brasileira Paralímpica. É uma honra e a realização de um sonho, sou muito feliz e dou meu máximo todos os dias para continuar dando orgulho para meu país.”

Os planos para o futuro da jovem paratleta é continuar treinando e se dedicando ao tênis de mesa, se formar no curso de nutrição, que iniciou em 2020, além de, mais para frente, casar e ter filhos, seu grande sonho.

O XLH é uma condição crônica e não tem cura. Porém, o tratamento e o acompanhamento médico contínuo proporcionam uma melhor saúde e qualidade de vida para o paciente e seus familiares. Diante de qualquer suspeita, procure um especialista para a investigação adequada e o encaminhamento correto.

• Siga nas redes sociais:

Este post tem 2 comentários

Deixe um comentário