“Futuro do trabalho da pessoa com deficiência: da Lei de Cotas à Agenda 2030”, por Patrick Schneider; um análise dos desafios e caminhos para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável propostos pela ONU
Apaixonado em inclusão social por meio da função trabalho, o pesquisador e executivo de Recursos Humanos Patrick Schneider “decidiu investigar a evolução da pessoa com deficiência (PcD) no mundo do trabalho para identificar seu alinhamento aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) ↗”, propostos pela Organização das Nações Unidos (ONU) com a Agenda 2030 ↗.
Para abordar um tema presente na vida de tantas pessoas, o autor fez uma retrospectiva da busca deste profissional pelo espaço na sociedade; sua entrada e desenvolvimento no mercado de trabalho; os efeitos da Lei 8.213/1991 ↗ que destacou o Brasil no mundo; os fundamentos do trabalho decente; além de entrevistar diferentes atores desse ecossistema para delinear visões, desafios e necessidades para avançar na criação de um ambiente laboral mais inclusivo para essa parcela da população.
Como resultado de sua imersão, Patrick Schneider lançou, em julho de 2021, o livro “Futuro do trabalho da pessoa com deficiência: da Lei de Cotas à Agenda 2030”, que pode ser encontrado no site da Editora Letramento. Em breve, segundo assessoria de imprensa, a publicação estará disponibilizada em livrarias de todo país e na versão digital.
Por entender o trabalho decente como dimensão fundamental ao desenvolvimento sustentável da raça humana, a ONU incluiu na Agenda 2030 o ODS número 08 – “trabalho decente e crescimento econômico” ↗ – que visa propiciar a cada pessoa em idade ativa para exercer a função laboral, independentemente do gênero, condição econômica ou deficiência, recursos para que tenha uma jornada compatível e equilibrada com a sua condição individual. Definiu também outras metas, como a 8.5: “até 2030 alcançar o emprego pleno e produtivo, trabalho decente e remuneração igual para trabalho de mesmo valor a todos, incluindo pessoas com deficiência”.
No Brasil, 23,9% da população declarou ter algum tipo de deficiência no último Censo 2010 ↗, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia), o que significa aproximadamente 45 milhões de pessoas. “Infelizmente é assim que a pessoa com deficiência ainda é vista pela sociedade de modo geral, (…) com severas restrições de capacidade, e para alcançamos a meta proposta precisamos entender que a inclusão dessas pessoas não é favor ou compensação, mas uma necessidade, uma urgência, onde todas as partes ganham”.
Um dos destaques do livro é o “hexágono do trabalho decente da pessoa com deficiência”. Criado a partir das entrevistas com profissionais de empresas tidas como referências no tratamento da diversidade e inclusão no país, mostra os seis principais desafios e entraves à inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho:
- Seleção: privilegiar as capacidades das pessoas com deficiência em detrimento de suas limitações; abrir vagas que não sejam apenas para cumprir a Lei de Cotas;
- Desenvolvimento: investir em treinamentos, sensibilizações e vivências para as pessoas com deficiências e seu entorno – gestores e times;
- Inclusão: adaptar o ecossistema para possibilitar a todos, com ou sem deficiência, o desenvolvimento da cidadania;
- Equidade: propiciar oportunidades iguais de ascensão de carreira aos colaboradores com ou sem deficiência, de acordo com suas qualificações e habilidades;
- Acessibilidade: adaptar a estrutura física para dar oportunidade de acesso a postos de trabalho com condições dignas para execução das tarefas;
- Cultura: mudar o entendimento de que a PCD quer ganhar sem trabalhar e só ocupa uma posição na empresa por conta da questão assistencialista e não da própria capacidade.
O estudo conduzido por Schneider lança não somente um olhar abrangente sobre o futuro do trabalho de pessoas com deficiência, com as visões de gestores, profissionais com deficiência, executivas de RH, consultorias especializadas na inclusão dessas pessoas no mercado laboral, e da fiscal do trabalho mais longeva dedicada a averiguar a ação das empresas frente a essa questão, mas aponta caminhos para a construção de entendimentos sobre o que é ter uma deficiência no ambiente empresarial e na sociedade brasileira.
Além de apontar caminhos, o autor destaca a importância da Lei de Cotas, a partir da qual a PcD teve acesso digno a uma função laboral, mas salienta que muitos dos esforços pela sua inclusão social por meio do mercado de trabalho se dão por parte das empresas, já que o poder público se limitou à edição de medidas jurídicas para que o acesso seja garantido. Mostra que há espaço para o tratamento igualitário e oportunidades para essa parcela da população que é negligenciada, o que lhe permitiria alcançar ascensão profissional e crescimento econômico. Conclui que para alcançarmos o ODS 8 e as metas propostas na Agenda 2030 “é necessário entender que a inclusão das PcDs traz ganhos reais a todos, governos, sociedade e às empresas em que ela for a regra e não a exceção”.
SERVIÇO:
“Futuro do trabalho da pessoa com deficiência”
- Autor: Patrick Schneider
- Formato: 218 pg. | 8 capítulos | 15,5cm x 22,5cm
- Editora: Grupo Editorial Letramento/2021
- ISBN: 978-65-5932-084-4
- Valor: R$ 69,90
- Site: https://www.editoraletramento.com.br/ ↗