Como a Central de Formações da Fundação Dorina Nowill está Moldando o Futuro

Pessoa usando laptop promovendo a central de formações da Fundação Dorina Nowill, com cursos gratuitos para pessoas com deficiência visual.
Conheça a Central de Formações EAD da Fundação Dorina Nowill para Cegos, que está transformando vidas e gerando impacto em toda a sociedade. (Foto: Reprodução)

Celebrando 78 anos de dedicação à inclusão, a Fundação Dorina, lar de um dos maiores parques gráficos em braille da América Latina, continua a iluminar o caminho para pessoas com deficiência visual e baixa visão.

Neste artigo

Boa leitura!

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Introdução: Abraçando a Diversidade

Ao abrir as portas da Fundação Dorina Nowill para Cegos, encontramos um universo dedicado a luta contra preconceitos enraizados na sociedade. Em um mundo onde ser diferente muitas vezes significa ser excluído, a Central de Formações da instituição emerge como um farol de esperança. Celebrando 78 anos no dia 11 de março de 2024, a Fundação Dorina não só abraça a diversidade, mas também a cultiva, abrindo novas portas para igualdade de oportunidades.

Nesta entrevista, apresentamos a plataforma de ensino a distância (EAD) da Fundação Dorina, dedicada a promover a inclusão e acessibilidade para pessoas com deficiência visual. Conheça os bastidores, desafios e conquistas desta organização que ilumina o caminho para uma sociedade mais inclusiva.

Capacitação e Empoderamento: O Papel da Central de Formações

A Central de Formações, acessível gratuitamente para pessoas cegas e com baixa visão, oferece uma variedade de cursos e programas de treinamento. O seu conteúdo é dedicado a capacitar tanto as pessoas com deficiência visual a alcançarem seu pleno potencial, quanto profissionais de áreas diversas e o público geral.

Com vasta experiência no campo da deficiência visual, a Fundação Dorina tem uma compreensão aprofundada da realidade de quem não enxerga ou tem baixa visão. Esta experiência é refletida em cada aspecto da Central de Formações.

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Acessibilidade: A Chave-Mestra para a Inclusão

De acordo com Cláudia Scheer, Coordenadora Audiovisual da Fundação Dorina, a Central de Formações oferece cursos acessíveis, preparando a sociedade para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Os desafios, no entanto, residem na aplicação de acessibilidade nos materiais, em diversos formatos, mas a oportunidade de crescimento é imensa, tornando a Fundação uma disseminadora de conhecimentos.

No palco da educação, Scheer expressa com paixão: a acessibilidade é a chave-mestra que abre todas as portas. Os cursos da Central são desenhados não somente para informar, mas para transformar. Cada material didático transcende o obrigatório, mirando a excelência em inclusão de públicos diversificados. Enquanto a tarefa não é pequena – pois a acessibilidade deve alcançar todas as formas de deficiências – é no desafio que a Fundação vê a sua maior oportunidade: ser o estandarte de um conhecimento que enriquece toda a comunidade.

Cláudia Scheer, Coordenadora Audiovisual da Fundação Dorina Nowill para Cegos.
Descrição da imagem: Imagem de Cláudia Scheer, Coordenadora Audiovisual da Fundação Dorina Nowill para Cegos, em frente a um pano de fundo com o logotipo da organização. Cláudia veste uma camisa preta e sorri. (Foto: Fundação Dorina)

Trajetória de Conhecimento: Democratizando o Saber

“A Fundação Dorina sempre buscou estar à frente do desenvolvimento e ampliação de conhecimentos na área da inclusão de pessoas com deficiência visual. A Central de Formações vem para disseminar todo esse conhecimento adquirido nos mais de 70 anos de atuação, pois sabemos que a inclusão depende de vários setores da sociedade”, aponta Cláudia Scheer.

Assíncrono, síncrono, híbrido; a língua da inclusão não tem sotaque. Curso a curso, o EAD da Fundação se molda à realidade de seus alunos, fazendo da Internet um vasto território de ensino. ‘Cegueira e Baixa Visão’ até ‘Editoração Braille’, todos são minuciosamente estruturados por um coletivo de profissionais cujo objetivo é democratizar o saber.

Cláudia Scheer detalha que a plataforma oferece cursos em diversas modalidades para um público diversificado:

“A maioria dos nossos cursos é on-line e assíncrono, o que já permite uma disseminação de conhecimento que pode atingir todo o Brasil e o exterior, possibilitando que o aluno tenha tempo e possa se dedicar ao estudo”.

Cada formação da Central tem um público-alvo específico em diversas áreas, como educadores, profissionais de RH, produtores de materiais acessíveis e o público geral. Todos são elaborados por equipe multidisciplinar, incluindo professores e especialistas externos, sempre com a preocupação de verificar o público-alvo para tornar o material acessível a ele.

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Cultura Organizacional Inclusiva: Parceria com Empresas

E quando as empresas batem à porta da Central de Formações, elas encontram mais do que cursos: encontram um novo horizonte de cultura organizacional. Segundo Cláudia, a Central pavimenta a estrada da sensibilização e capacitação corporativa, ajudando as organizações a se pintarem com as cores vivas da diversidade e inclusão.

“As empresas, hoje, estão sempre em busca de aperfeiçoar seus colaboradores, por meio do uso da educação corporativa. Além disso, o ESG tem crescido cada vez mais dentro das instituições”, comenta Cláudia.

Dessa forma, a Central auxilia as empresas na promoção de uma cultura inclusiva, desenvolvendo cursos sob medida e soluções para capacitar e sensibilizar seus colaboradores. Essas parcerias visam melhorar a reputação das empresas, agregar valor e promover a responsabilidade social.

Promovendo Equidade: O Impacto Social

Com a bandeira da inclusão hasteada, a Central EAD desfila pelas vias sociais provendo oportunidades equitativas a quem, por muito tempo, viu-se à margem. Nas Formações, a inclusão e a diversidade são mais do que tópicos; são o tecido de cada curso oferecido, entrelaçando-se com a consciência coletiva e incentivando o papel ativo de cada pessoa na advocacia social.

A Central promove a inclusão ao oferecer cursos acessíveis a todas as pessoas, sem discriminação, contribuindo para toda a sociedade. Além disso, com foco em temas relevantes, aumenta a conscientização e compreensão das questões enfrentadas por quem vive com uma deficiência visual.

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Ao oferecer essas oportunidades de aprendizado e desenvolvimento, a Fundação Dorina contribui para que as pessoas a se tornem defensoras ativas da inclusão e da diversidade em suas comunidades e ambientes de trabalho. “Isso pode levar a uma maior representação e participação desses grupos na sociedade”, conclui a Coordenadora Audiovisual.

Sinergia de Esforços: As Parcerias Público-Privadas

A Fundação Dorina também forma parcerias com prefeituras, governos e outras instituições para expandir o acesso aos cursos. Para Cláudia Scheer, “as parcerias proporcionam benefícios tanto para a organização quanto para o setor público, empresas e pessoas físicas, promovendo a inclusão e a diversidade”.

Marcelo Panico, cego, com seu cão-guia, atuando na área de advocacy da Fundação Dorina Nowill para Cegos.
Descrição da imagem: Imagem de Marcelo Panico, que atua na área de advocacy da Fundação Dorina Nowill para Cegos, sentado em uma cadeira, acompanhado por um cão-guia. Marcelo veste roupa social preta e sorri. (Foto: Fundação Dorina)

Marcelo Panico, que perdeu a visão quando tinha 33 anos e hoje atua na área de advocacy — cuidando do relacionamento institucional e da consultoria jurídica da Fundação –, lança luz sobre a sinergia de esforços entre setores público e privado. Essas parcerias são o combustível que potencializa alcance e eficácia. A Fundação Dorina, com a colaboração estatal e empresarial, amplifica sua missão, tecendo uma rede robusta de apoio e serviço à comunidade.

Liderança na Advocacia Atuando nas Políticas Públicas

Segundo Marcelo Panico, “A Fundação atua ativamente na melhoria das políticas públicas dos municípios, estados e federação, participando de diversos conselhos e fóruns em todo o Brasil”. Seu trabalho visa garantir e aprimorar os direitos das pessoas com deficiência visual, influenciando atitudes e políticas em âmbito nacional.

E na arena da advocacia, a Fundação não só participa, mas lidera. Marcelo Panico traça o panorama de uma instituição que se faz voz ativa nos conselhos e fóruns, transformando políticas e perspectivas sobre a deficiência visual. Sua presença é uma força motriz na reivindicação e na melhoria contínua dos direitos humanos.

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A Visão de Futuro da Central de Formações

Questionada sobre os planos futuros, Cláudia Scheer pinta a visão de um horizonte voltado sempre para o impacto positivo na sociedade. A Central de Formações busca ser reconhecida nacionalmente como referência em distribuição de cursos acessíveis, com planos de expansão geográfica, parcerias estratégicas e investimentos contínuos.

“Queremos continuar a oferecer uma ampla variedade de cursos relevantes no campo da inclusão e equidade, abrangendo não apenas questões relacionadas à deficiência visual, mas também outras deficiências. Queremos seguir investindo em tecnologias assistivas para garantir que nossos cursos sejam acessíveis a todos”, encerra a Coordenadora.

Iluminando o Futuro com a Chama da Inclusão

Esta entrevista destaca a dedicação incansável da Fundação Dorina Nowill para Cegos em promover uma sociedade mais inclusiva e equitativa. A Central de Formações está construindo um futuro em que a educação acessível é a norma, não a exceção. Nesse futuro, a inclusão não será apenas um ideal, mas uma realidade vivida.

A Fundação Dorina não apenas ilumina caminhos, mas também acende a chama da esperança, garantindo que cada passo dado seja um marco na construção de uma sociedade onde ver é apenas uma das maneiras de perceber o mundo.

Em seu centenário, Dorina de Gouvêa Nowill deixou um legado que está moldando um amanhã onde a deficiência visual não é uma barreira, mas apenas uma das muitas características que enriquecem nosso tecido social. E assim, com cada curso oferecido, com cada vida tocada, a Fundação Dorina Nowill para Cegos continua a acender a chama da inclusão, iluminando o caminho para um futuro mais brilhante, mais inclusivo e mais equitativo para todos nós.

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Rafael F. Carpi

Editor na Jornalista Inclusivo e na PCD Dataverso. Formado em Comunicação Social (2006), foi repórter, assessor de imprensa, executivo de contas e fotógrafo. É consultor em inclusão, ativista dedicado aos direitos da pessoa com deficiência, e redator na equipe Dando Flor e na Pachamen Editoria.

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