Descrição da Imagem: #PraCegoVer – Imagem para o artigo Apresentando a Moda Inclusiva é formada por três fotografias mostra uma modelo em cadeira de rodas, calçando sandália Anabela, saia azul escuro e camiseta azul escuro com listras vermelhas, do lado esquerdo. No centro uma modelo usando prótese de perna, vestindo sandália de salto, calça jeans, bata e casaco. E do lado esquerdo um modelo masculino está sentado, vestindo tênis branco, calça jeans escura e camiseta polo cinza. Fim da descrição | Foto: Divulgação by Tommy Hilfiger
Você conhece a Moda Inclusiva? Então, bóra conversar sobre moda e inclusão!
Pode parecer engraçado, quanto mais estudamos e entendemos de um assunto, mais aumenta a nossa responsabilidade, orgulho e claro, o amor pelo tema abordado. Esse é o meu caso!
Em primeiro lugar, vou me apresentar: meu nome é Izabelle Marques, tenho 27 anos e atualmente sou Gestora da Moda Inclusiva, que é a protagonista desse artigo.
A moda inclusiva nada mais é do que a chance de uma pessoa com algum tipo de deficiência pertencer ao mundo da moda e do mundo em geral, pois muitas vezes a Pessoa com Deficiência (PcD) não é vista como consumidora economicamente ativa, o que é um grande engano.
Você sabia que cerca de 69% das PcD’s são capazes, no mais amplo sentido da palavra, e não só podem como desejam consumir moda – essa mesma moda tão divulgada –, porém com algumas adaptações que facilitem o seu dia a dia?
Conforto, independência, livre arbítrio e a tão falada e, extremamente necessária autoestima, são alguns dos inúmeros benefícios relacionados à possibilidade de podermos escolher uma simples peça de roupa.
As adaptações são sutis, mas necessárias para democratizar a moda, tornando-a viável para todas as pessoas. Tenho certeza de que enquanto estiver lendo este texto você irá pensar:
“Eu também gostaria dessas adaptações, pois tornariam minha vida mais fácil”.
Algumas das mudanças são:
- Ao invés de zíper, a calça pode ter um velcro.
- O cós da calça deve ser alto. (A cintura baixa incomoda bastante gente!)
- A barra da calça deve ter uma elasticidade maior, pois em alguns casos a pessoa pode ter uma sonda uretral com coletor de perna e precisa de espaço para acomodá-lo por debaixo da calça.
Já a parte de cima, como blusas, camisas, paletós femininos e masculinos, devem ser um pouco mais curtas para não sobrar tecido e atrapalhar na hora de tocar a cadeira de rodas, no caso de um cadeirante.
Se a pessoa tiver um membro amputado, seria interessante que se considere o local da amputação com o tamanho correto, para não sobrar ou faltar pano.
Por falar em tecidos, os melhores são aqueles que não fazem o corpo suar tanto, pois o calor excessivo pode causar feridas de atrito, as famosas e nada amigáveis escaras.
Em um próximo texto explicarei com mais detalhes as adaptações específicas para cada necessidade da pessoa com deficiência, afinal somos diferentes mesmo tendo aparentemente a mesma patologia.
O mais importante é o reconhecimento de que, antes de termos alguma deficiência, somos pessoas. E se isso ficar claro para todos, estaremos indo no caminho certo.
Logicamente existe uma cultura a ser construída, que tem por objetivo promover a moda inclusiva como direito e possibilidade de expressão da identidade das pessoas. Tenho sido defensora e conhecedora desses benefícios, visto que cadeirante que sou, defendo esses conceitos todos os dias.
Sabe por que tenho certeza absoluta que a moda inclusiva vai longe?
Porque ela surge da necessidade real de um determinado grupo de pessoas. Uma curiosidade sobre mim que ainda não contei é que sou apaixonada por moda, tanto quanto sou apaixonada por inclusão e, para mim o resultado da equação Inclusão + Necessidade é Moda inclusiva.
Talvez, com alguma outra variação, Coco Channel ↗ também tenha tido suas próprias necessidades quando começou a desenhar suas roupas para poder trabalhar, encantando o mundo da moda com suas criações.
Termino esse pequeno texto deixando uma afirmação que precisa ser considerada para que possamos tornar a moda acessível e diversificada para todos: moda inclusiva é moda, nunca em hipótese nenhuma se esqueçam disso!
Belly Palma
Izabelle é formada em administração de empresas, ativista na causa da Pessoa com Deficiência, e Gestora do programa de Moda Inclusiva da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo (SEDPcd). Consultora de Negócios Inclusivos, é responsável pela coluna “Inclusão & Moda, um Match Perfeito!”, aqui no site Jornalista Inclusivo.