Academia Brasileira de Neurologia lança nota à imprensa com novas diretrizes para tratamento de Parkinson; especial destaque a terapia ocupacional
Atualmente a doença de Parkinson atinge cerca de 200 mil pessoas no Brasil e aproximadamente 1% da população mundial com mais de 65 anos. Sem cura até o momento, é frequente motivo de estudos científicos e importante causa de preocupação de pacientes e familiares. As informações são da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) ↗.
Boa leitura!
Diretrizes
Apesar de ainda não existir uma solução efetivamente resolutiva para a doença, os avanços da medicina permitem tratamentos e intervenções cada vez mais eficazes para reduzir a progressão e os danos causados pelo Parkinson.
A propósito, profissionais de 14 centros de diferentes universidades do Brasil uniram-se para organizar as melhores diretrizes para o tratamento dos sintomas motores do Parkinson. O trabalho culminou no lançamento das “Diretrizes para o tratamento da Doença de Parkinson: consenso do Departamento Científico de Transtornos do Movimento da Academia Brasileira de Neurologia – sintomas motores ↗”.
O neurologista Rubens Cury, especialista em Doença de Parkinson e Distúrbios do Movimento, um dos autores do artigo, relata que o principal objetivo foi reunir informações de base científica qualificada e padronizar condutas que auxiliem no raciocínio e na tomada de decisão:
“As diretrizes são um guia. Levamos em conta as melhores evidências em cada estágio da doença. É uma iniciativa conjunta visando à boa prática clínica”, complementa Rubens que, atualmente, também é médico assistente do Grupo de Distúrbios do Movimento e Coordenador do Ambulatório de Estimulação Cerebral Profunda do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Categorias
As recomendações estão divididas em três principais categorias: tratamento medicamentoso, tratamento cirúrgico e reabilitação.
No pilar do tratamento medicamentoso, há as classes de medicação comumente utilizadas no Brasil e no mundo, apresentando bons benefícios a longo prazo. As drogas dopaminérgicas incluem levodopa, agonistas dopaminérgicos (DA), inibidores da enzima monoamino oxidase-B (MAO-B) e inibidores da catecolorto-metiltransferase (COMT). Já as não-dopaminérgicas são a amantadina e os anticolinérgicos, pouco utilizados atualmente.
“Buscamos individualizar o tratamento inicial da doença de Parkinson a depender da queixa da pessoa, das suas atividades quotidianas e da sua faixa etária. Para a fase inicial, em regra, o adequado é usar baixas doses de medicamentos dopaminérgicos. Já nas fases moderadas e avançadas, são apresentadas estratégias para melhorar as flutuações motoras e as discinesias, levando em consideração os níveis de evidência para cada medicação”, conta Rubens Cury.
Cirurgia
Quanto a indicação de cirurgia para o tratamento da doença de Parkinson, a diretriz compila atualizações sobre o momento mais propício para o procedimento.
“Antigamente, a cirurgia era indicável em fases mais tardias. Hoje, sabemos que pode ser adotada aos pacientes em fase moderada, que tomam remédios de forma otimizada, mas permanecem com sintomas que atrapalham a qualidade de vida”, menciona Rubens.
Estando na condição acima citada, outros critérios devem ser levados em consideração: tempo de diagnóstico da doença superior a 5 anos, ausência de demência ou alteração neuropsiquiátrica grave, e resposta à levodopa maior que 33%. Se atendida essas premissas, uma pessoa com Parkinson que sofra com flutuação motora ou de tremor refratário pode ser boa candidata à cirurgia.
Reabilitação
A reabilitação é um pilar essencial no tratamento do Parkinson. Hoje, quanto mais precoce a intervenção na atividade física no paciente com a doença de Parkinson, melhor será a evolução. Partindo dessa máxima, o estudo destaca a importância do fisioterapeuta na reabilitação, pois exerce o papel de orientar e estimular treinos funcionais para o desenvolvimento da capacidade física.
Nesta etapa, também pode ser necessário o acompanhamento fonoaudiólogo, visto que pacientes com a doença de Parkinson podem ter alteração da fala e da deglutição.
Por fim, as diretrizes fazem especial destaque para a terapia ocupacional, conforme enfatiza Rubens Cury.
“São os profissionais que trabalham a partir das dificuldades que o paciente já tem para melhorar a adaptabilidade dele ao cotidiano. É fundamental no processo”.
Oi, Daniely. Muito obrigado pelo gentil comentário.
Adorei ler seu artigo! Muito bom mesmo, vou salvar em meus sites favoritos para ler todo final de semana.
Lucky Patcher