Legenda descritiva: Profissional ajustando um aparelho auditivo atrás da orelha de um paciente adulto com cabelos grisalhos. Texto sobreposto: ‘Os 4 tipos de surdez’. (Foto: AdobeStock)
Setembro Azul: Compreender os tipos de surdez vai além da língua de sinais; há tratamentos para casos reversíveis que melhoram a audição e qualidade de vida.
A surdez é uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, mas nem todos sabem que existem diferentes tipos e tratamentos disponíveis. Muitas pessoas acreditam que a surdez é uma condição congênita, sem possibilidade de cura, e que o único caminho para superar as limitações comunicativas é aprendendo a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Embora existam casos congênitos de surdez que são irreversíveis ou de difícil recuperação, a Libras desempenha um papel crucial na comunicação.
No entanto, a surdez abrange uma variedade de tipos de perda auditiva, alguns dos quais podem surgir ao longo da vida e, em certos casos, ser reversíveis. O Dr. José Ricardo Gurgel Testa, otorrinolaringologista do Hospital Paulista e professor da Unifesp, explica essa diversidade e as possibilidades de tratamento.
“Tudo depende da localização da lesão no sistema auditivo. O grande desafio para os médicos é diagnosticar corretamente para buscar tratamentos que possam restaurar a audição ou, ao menos, melhorar a qualidade de vida do paciente”, esclarece o médico.
Os 4 tipos de surdez
O médico enfatiza que o ouvido é composto por três partes: externa, média e interna. Dependendo da área afetada, os problemas auditivos e os tratamentos podem variar. Assim, os especialistas avaliam se:
1. Surdez de Condução ou Transmissão: A perda auditiva é condutiva quando o problema ocorre no ouvido externo e/ou médio, que são responsáveis por conduzir o som ao ouvido interno.
2. Surdez Neurossensorial ou de Percepção: A perda auditiva é neurossensorial, resultante de lesão no ouvido interno, impedindo que o som seja transmitido ao cérebro.
3. Surdez Mista: A perda auditiva é mista, envolvendo tanto o ouvido externo e/ou médio quanto o ouvido interno.
4. Perda auditiva central: A perda auditiva é central, causada por dificuldades no processamento e compreensão do som no cérebro.
Esse último tipo, segundo o especialista, é o mais complexo. “A perda auditiva central envolve todo o processamento e interpretação dos sons, o que pode não estar relacionado diretamente com o ouvido, mas com o sistema nervoso.” Nos demais casos, porém, há boas chances de recuperação, especialmente com o uso de aparelhos auditivos.
Conscientização é fundamental
Neste mês, o tema é o foco da campanha “Setembro Azul” ou “Setembro Surdo”, que desde 2011 mobiliza a comunidade médica no Brasil. A campanha visa destacar as lutas e conquistas da comunidade surda e aumentar a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado.
“Manter as pessoas com surdez ou dificuldades auditivas integradas à sociedade é essencial. O isolamento, especialmente em idosos, pode levar ao desenvolvimento de condições como depressão, demência e Alzheimer. Buscar atendimento médico é fundamental nesses casos”, afirma o Dr. José Ricardo.
Prevenção é possível?
Além da conscientização, o médico ressalta que medidas preventivas podem ser adotadas para evitar a perda auditiva.
“Embora fatores genéticos possam influenciar, hábitos saudáveis podem reduzir os riscos. Evitar exposição prolongada a ruídos intensos e controlar doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, são medidas eficazes.”
O especialista também recomenda visitas regulares ao otorrinolaringologista para manter uma audição saudável.
Tratamentos para Surdez
Conforme exposto pelo especialista, existem diversos tratamentos para a surdez, dependendo do tipo e da causa da perda auditiva. Aqui estão alguns dos principais tratamentos e casos em que a surdez pode ser reversível:
1. Aparelhos Auditivos: Dispositivos que amplificam o som, ajudando pessoas com perda auditiva leve a severa a ouvir melhor.
2. Implantes Cocleares: Dispositivos eletrônicos que estimulam diretamente o nervo auditivo, usados em casos de surdez neurossensorial severa a profunda.
3. Cirurgias:
- Timpanoplastia: Correção de perfurações no tímpano.
- Estapedectomia: Substituição de um osso do ouvido médio por uma prótese, comum em casos de otosclerose.
- Remoção de Cerúmen: Limpeza do canal auditivo para remover acúmulo de cera.
4. Medicamentos: Tratamento de infecções ou inflamações que causam perda auditiva temporár.
5. Terapias Auditivas: Programas de reabilitação auditiva que ajudam a melhorar a compreensão do som e a comunicação.
Casos Reversíveis
Alguns tipos de perda auditiva podem ser reversíveis, especialmente quando causados por fatores temporários ou tratáveis, como:
- Infecções do Ouvido: Podem ser tratadas com antibióticos ou outros medicamentos.
- Acúmulo de Cerúmen: A remoção do excesso de cera pode restaurar a audição.
- Perfurações no Tímpano: Podem ser corrigidas cirurgicamente.
- Otosclerose: Uma condição em que os ossos do ouvido médio se tornam rígidos, pode ser tratada com cirurgia.
Referência em Otorrinolaringologia
Fundado em 1974, o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia possui cinco décadas de tradição no atendimento especializado em ouvido, nariz e garganta e durante sua trajetória, ampliou sua competência para outros segmentos, com destaque para Fonoaudiologia, Alergia Respiratória e Imunologia, Distúrbios do Sono, procedimentos para Cirurgia Cérvico-Facial, bem como Buco Maxilo Facial.
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