Legenda descritiva: Close-up de um grupo de cantores cegos e atores no palco, com uma mulher em primeiro plano usando um véu, todos cantando. (Foto: Julio Gabriel/Cia Poéticas da Cena Contemporânea)
Com entrada gratuita e recursos de acessibilidade, espetáculo cênico-musical viaja pela tradição oral do país, do congo capixaba a cantos indígenas do Acre.
Vitória, ES, 27 de outubro de 2025 – O Teatro Universitário da Ufes, em Vitória, será palco de uma jornada pela cultura popular brasileira no dia 5 de novembro. A Orquestra Brasileira de Cantores Cegos, formada por 16 artistas com deficiência visual, estreia seu terceiro repertório em duas sessões gratuitas, às 15h e 20h. O espetáculo, que une música, performance e um design cênico onírico, é um convite para mergulhar na tradição oral do país, com canções que vão do Norte ao Sul, em um evento que tem a inclusão como pilar central e o protagonismo PCD como força motriz.
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Vozes da Inclusão: Uma Viagem Musical Gratuita pelo Brasil
Com este terceiro repertório, o grupo atinge a marca de 60 cantigas da cultura popular brasileira resgatadas e levadas ao palco. A seleção, realizada pela musicista e pesquisadora Renata Mattar, é um mosaico sonoro que representa a diversidade do país. O público poderá ouvir manifestações como o maracatu pernambucano, o catimbó do Rio Grande do Norte, o boi-de-mamão catarinense e o coco de roda alagoano.
O Espírito Santo é homenageado com o congo “Tira a Canga do Boi”, da Banda de Congo Panela de Barro de Goiabeiras. O grande destaque desta edição, no entanto, é o estado do Acre, com quatro canções que mesclam cantos indígenas dos povos Noke Koi, Shanenawa e Huni Kuin com as melodias dos bailes de seringueiros, como “Wacomayá” e “Xuc Xuc”.
Para Além da Música: Um Espetáculo Cênico e Onírico
A apresentação vai além de um concerto tradicional. Sob a direção de Rejane Arruda, da Cia Poéticas da Cena Contemporânea, o espetáculo se transforma em uma experiência cênico-musical. O palco é preenchido com plataformas aéreas, balanços, plantas e terra, criando uma atmosfera que evoca o realismo fantástico latino-americano. A iluminação de alto contraste e as ações performativas dos atores complementam o tom onírico da montagem.
A direção musical, assinada por Tarita de Souza, desdobra as vozes dos 16 cantores em cinco naipes, acompanhados pelo piano de Ewelyn Drummond. A regência do maestro Thomas Davison é um espetáculo à parte: para guiar os cantores que não o veem, ele utiliza uma percussão corporal e sonora, com palmas, estalos de dedos, batidas de pés e sons guturais, em uma demonstração de comunicação e sintonia.
Inclusão e Acessibilidade como Pilares do Evento
Realizado pela SOCA Brasil com recursos da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (LICC) e patrocínio da EDP, o evento tem a acessibilidade como um de seus pilares. A organização disponibiliza uma série de recursos para garantir que todos os públicos possam fruir da experiência. Haverá audiodescrição para pessoas cegas, tradução simultânea em Libras (acessível em Libras) e um espaço sensorial para pessoas no espectro autista.
O Teatro da Ufes é um local acessível, com rampas, elevador e banheiros adaptados. Pessoas com deficiência podem reservar ingressos e solicitar monitoria para acolhimento através do WhatsApp do projeto, garantindo uma recepção adequada e confortável.
Serviço: Como Assistir ao Grupo de Cantores Cegos
- O quê: Orquestra Brasileira de Cantores Cegos – 3º Repertório
- Data: 05 de novembro de 2025 (quarta-feira)
- Sessões: 15h e 20h
- Local: Teatro da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Vitória (ES)
- Entrada: Gratuita
- Ingressos: Retirada a partir de 1º de novembro no site Le Billet (link a ser divulgado no Instagram @osquestra.br.decantorescegos ).
- Agendamento para grupos e PCDs: Via WhatsApp (27) 99609-8181.
