Tremores no corpo: Quando procurar o médico?

Foto de mãos jovens segurando as mãos de pessoa idosa, com sobreposição da frase: “Tremores no corpo”. Saiba quando procurar o médico.
Descrição da imagem #PraCegoVer: Foto com sobreposição da frase: “Tremores no corpo”, ilustrando quando procurar o médico. O texto contém efeito distorcendo as letras, em alusão a tremor. Acima do texto, a fotografia mostra as mãos de uma pessoa jovem segurando as mãos de uma pessoa idosa. (Foto: Freepik/editada. Créditos: Rawpixel)

Neurocirurgião da Unicamp explica as causas para tremores no corpo, reação que pode sinalizar doenças, e quando procurar o médico

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    Boa leitura!

    O que é um tremor?

    O tremor é um movimento involuntário, oscilatório e rítmico que costuma surgir em diferentes situações, podendo ser fisiológico, com uma reação ao frio, psicológico, como em situações de estresse e ansiedade, ou patológico, quando está associado a algumas enfermidades, como a doença de Parkinson, o diabetes, o AVC, o hipertireoidismo, entre outros casos.

    “Esse tipo de sintoma precisa ser investigado, principalmente quando passa a ocorrer com frequência, prejudicando a saúde e a qualidade de vida do paciente. Dependendo da análise clínica, podemos entender a gravidade do tremor e tratá-lo”, esclarece o neurocirurgião Marcelo Valadares, da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e do Hospital Albert Einstein.

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    Os diferentes tipos de tremores

    Ainda de acordo com o médico, existem tipos diferentes de tremores que podem acometer as pessoas em estado de repouso ou em movimento, sendo que a maioria envolve mãos, braços e, menos frequentemente, cabeça, face, tronco, pernas e cordas vocais. Para entender melhor quando o tremor é um sinal de alerta de algo mais complexo, o médico esclarece abaixo a origem deles.

    Médico avalia ressonância de cérebro com Alzheimer. Saiba quando procurar o médico.
    Descrição da imagem #PraCegoVer: Fotografia mostra a mão de uma pessoa branca, segurando uma caneta, enquanto avalia a ressonância magnética de um cérebro acometido pela doença de Alzheimer. (Créditos: iStock)

    Reação ao frio

    Está na lista dos tremores mais comuns e acontece porque a queda na temperatura faz com que os músculos se contraiam rapidamente. É uma forma que o corpo encontra para manter-se aquecido: com uma contração involuntária que garante a produção de calor. Para contornar a situação, basta proteger-se do frio. Em casos graves, pode ocorrer uma situação crítica, chamada de hipotermia (quando a temperatura do organismo cai para menos de 35°C). Além dos tremores, outros sintomas estão associados, como a redução no batimento cardíaco, comprometimento da função renal, entre outras consequências, que podem levar até mesmo à morte.

    Estresse, medo ou ansiedade

    O organismo encara esses momentos de tensão e se prepara para uma reação de ataque. Uma série de hormônios estimulantes são liberados para manter a pessoa em alerta, como a adrenalina. Tais substâncias também levam à contração muscular involuntária que causa tremores, espasmos ou dores. Uma forma de controlar o estresse é recorrer a atividades que ajudam a manter a calma e a concentração, como meditação, yoga, exercícios físicos, entre outras tarefas prazerosas.

    Doença neurodegenerativa

    Um dos principais sintomas da Doenças de Parkinson é o tremor, notado quando o paciente está em repouso. Neste caso, costuma acometer primeiramente as mãos e, normalmente, começa de um lado do corpo, afetando depois o outro. Grande parte desses tremores podem ser controlados com medicações. Porém, quando o tratamento com remédios não é eficaz, existem outras formas seguras de controle. Chamada de DBS (do inglês, deep brain stimulation), a estimulação profunda do cérebro consiste na implantação de um dispositivo médico cirurgicamente, semelhante a um marca-passo cardíaco, que leva ao controle desse tipo de movimento involuntário.

    Imagem de um cérebro ilustrando que Mal de Alzheimer também é PCD
    Descrição da Imagem #PraCegoVer: Imagem computadorizada do perfil de um cérebro, e com as extremidades se desfragmentando, em alusão às doenças que também causam alterações da memória. (Créditos: iStock)

    Tremores essenciais

    Confundido erroneamente com o Parkinson, o tremor essencial afeta 1 em cada 20 pessoas com mais de 40 anos, e uma em cada 5 com mais de 65 anos. Embora não seja um risco à saúde, a doença pode ser debilitante, impedindo que o paciente realize atividades básicas do dia a dia, como comer ou amarrar os sapatos, por exemplo. Muitas pessoas reclamam do incômodo causado pela constante observação por parte de outras, que sempre questionam por que o paciente está tremendo em situações normais do dia a dia, como o trabalho. As causas do tremor essencial ainda são desconhecidas, mas a desordem pode aparecer na juventude, agravando-se com a idade. A estimulação cerebral profunda costuma ser indicada para esses casos também.

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    Medicamentos e outras substâncias

    As medicações que interferem no sistema nervoso podem ter os tremores como efeito colateral, como alguns antidepressivos e ansiolíticos. Os broncodiladores, para controle da asma, também levam a tremores. A situação pode ser contornada com a substituição das terapias, sempre com indicação médica. Quem sofre de alcoolismo também costuma apresentar tremores em crises de abstinência. Em casos de overdose de determinadas drogas ilícitas e intoxicações, o tremor também pode ocorrer, como em situações de uso de cocaína e crack.

    Outras doenças

    O tremor também pode ser indício de doenças, como por exemplo, o hipertireoidismo, quando há excesso de hormônio da glândula tireoide no organismo, diabetes (queda na glicemia), esclerose múltipla, doenças hepáticas e consequência de AVC (Acidente Vascular Cerebral). Na dúvida, o ideal é procurar ajuda médica o quanto antes possível para que seja feito o diagnóstico e indicado o tratamento.

    SOBRE MARCELO VALADARES

    Dr. Marcelo Valadares é médico neurocirurgião da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e do Hospital Albert Einstein.

    A Neurocirurgia Funcional é a sua principal área de atuação, sendo que o neurocirurgião trabalha em São Paulo e em Campinas. Seu enfoque de trabalho é voltado às cirurgias de neuromodulação cerebral em distúrbios do movimento, cirurgias menos invasivas de coluna (cirurgia endoscópica da coluna), além de procedimentos que envolvem dor na coluna, dor neurológica cerebral e outros tipos de dor.

    O especialista também é fundador e diretor do Grupo de Tratamento de Dor de Campinas, que possui uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e educadores físicos.

    No setor público, recriou a divisão de Neurocirurgia Funcional da Unicamp, dando início à esperada cirurgia DBS (Deep Brain Stimulation – Estimulação Cerebral Profunda) naquela instituição. Estabeleceu linhas de pesquisa e abriu o Ambulatório de Atenção à Dor afiliado à Neurologia. 

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    Jornalista Inclusivo

    Da Equipe de Redação

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