A tradição do galope e uma petecada de novidades nos Jogos Paralímpicos de Tóquio
Encerrando a explicação sobre Paradesportos individuais, Murilo Pereira aproxima o Hipismo Paralímpico e o Parabadminton do torcedor brasileiro, entre a raquete e o galope no Equestrian Park
Os Jogos Paralímpicos já estão acontecendo lá em Tóquio, no Japão, mas a informação não para aqui na coluna Sem Barreiras. Hoje é dia de falarmos sobre duas modalidades. Uma delas carrega o título de um dos esportes mais tradicionais do planeta e a outra está apenas estreando na vitrine do Paradesporto mundial.
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Por elegância, começaremos pela debutante na capital japonesa: o Parabadminton, que começou a ganhar vida no Brasil em 2009. É o famoso “jogo da peteca ↗“, uma disputa bem dinâmica na qual o tamanho da quadra varia de acordo com as características dos jogadores. O único elemento que possui medida fixa é a rede: 1,55 metros. Visando diminuir o impacto das condições climáticas nas partidas, elas sempre são realizadas em ambientes fechados, divididas em três sets de 20 pontos cada. Se empatar, vence o confronto aquele que abrir uma diferença de dois pontos.
Podem jogar o Parabadminton os cadeirantes e pessoas andantes, que fazem o uso ou não de prótese. O primeiro grupo, dos que utilizam cadeiras de rodas, é separado em duas classes: WH1 e WH2, dependendo do comprometimento motor. A letra “W” simboliza o nome em inglês wheelchair, que significa cadeira de rodas. Já os Paratletas que são capazes de andar são agrupados nas classes funcionais sinalizada por “S”, do inglês standing (em pé). Os duelos acontecem de maneira individual, em duplas femininas e masculinas ou mistas. Vitor Tavares é o representante brasileiro na modalidade.
Se alguns esportes estão iniciando suas trajetórias no evento que fecha o ciclo do Paradesporto Mundial, outros já carregam tanta identidade Paralímpica que podemos chamá-los de sinônimos dos Jogos. É o caso do Hipismo Paralímpico. Essa tarefa exige uma fina sintonia entre homem e animal, para assim atingir o maior percentual de acertos no percurso estabelecido no local das disputas. Dessa forma, o placar no Hipismo é calculado em porcentagem e cada erro do competidor é subtraído de um total de cem por cento.
Nas competições, mulheres e homens com deficiência físico-motoras nos membros inferiores, paralisia, baixa estatura ou deficiência visual podem montar. Na divisão funcional, os participantes são distribuídos em quatro classes decrescentes, baseadas no comprometimento e na habilidade demonstrada em prova. Um nome que sempre está vinculado ao pódio é o do cavaleiro brasileiro Rodolpho Riskalla.
Em Tóquio, o Hipismo Paralímpico Brasileiro já encerrou sua participação nas competições, com uma evolução técnica ↗ muito grande em comparação com edições anteriores. Já o Parabadminton iniciou sua caminhada somente na última quinta-feira (02). Vale lembrar que o Brasil tem boas chances de medalhas na modalidade, já que Vitor está bem colocado no ranking mundial e em pleno desenvolvimento esportivo.
O Jornalista Murilo Pereira dos Santos é Paratleta pela categoria BC1 de Bocha Paralímpica Ituana. Ele é editor do "Prosa de Gol" (@prosadegol), nas redes sociais, e da página "Sem Barreiras" (@_sem_barreiras), esta última oriunda do seu blog, que também dá nome a sua coluna aqui no site Jornalista Inclusivo, sobre paradesporto e outras questões relacionadas a paralisia cerebral, acessibilidade e inclusão.