Curso de soroban adaptado para educação de pessoas cegas terá 20 vagas em maio

Imagem com texto: Curso de Soroban adaptado. Mãos de pessoa cega tateando o Soroban, e mão de outra pessoa dando assistência. Logo da Laramara.
Promovido pela Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual, curso de soroban adaptado terá aulas presenciais de 3 a 31 de maio. (Foto: Reprodução/Laramara. Créditos: Edição de Arte)

Programa celebra o Dia do Reconhecimento do Soroban (11 de maio), recurso educativo para aprendizagem de cálculos matemáticos para esse público.

A Laramara, Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual, está com inscrições abertas para o Curso “Introdução ao Soroban adaptado no ensino e aprendizagem dos cálculos matemáticos”.

Soroban é o nome dado para o ábaco japonês cuja origem é chinesa. É um antigo instrumento de calcular, cuja palavra deriva do grego “Abai” que significa tábua de contar. O soroban é um recurso educativo específico para aprendizagem de cálculos matemáticos por estudantes com deficiência visual.

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    Boa leitura!

    O curso de soroban adaptado

    As aulas no modelo presencial serão ministradas por Maria da Graça F. Corsi, pedagoga especializada em deficiência visual e membro da equipe técnica de atendimento da Laramara. Os encontros acontecem de 03 a 31 de maio, sempre às quartas-feiras, das 8h30 às 16h. Pessoas interessadas devem se inscrever através do e-mail: eventos@laramara.org.br.

    O curso é indicado para professores do ensino regular e do apoio educacional especializado; professores e atuantes nos serviços especializados e instituições; e estudantes de pedagogia e matemática.

    “O soroban é uma excelente ferramenta para qualquer aluno, mas se torna imprescindível para a pessoa com deficiência visual. Sua estrutura e metodologia, favorece a formação do conceito e valor posicional do número, desenvolve o cálculo mental, a concentração e confere agilidade e autonomia, permitindo realizar os cálculos matemáticos com velocidade e precisão,” explica Graça Corsi.

    O valor da inscrição é de R$ 480, que inclui o curso, coffee-break e certificado. As vagas são limitadas a 20 pessoas.

    Como funciona o Soroban?

    O soroban é um instrumento de cálculo manual e retangular, composto pela parte externa, denominada moldura. Possui uma régua numérica, que o divide em duas partes, superior e inferior, transpassada por eixos ou hastes, onde se prendem as contas.

    Geralmente possui 21 eixos, divididos pela régua, com traços verticais e pontos em relevo representando as ordens e classes, unidade, dezena e centena. Em cada eixo, há cinco contas. Na parte superior e mais estreita, há uma conta, com valor cinco, e na parte inferior, a mais larga, quatro contas, cada uma representa o valor um. Os números são registrados quando as contas, tanto superiores quanto inferiores, estão próximas à régua.

    Dia do Reconhecimento do Soroban

    Desde 11 de maio de 2006, o soroban é reconhecido como recurso educativo específico para aprendizagem de cálculos matemáticos por estudantes com deficiência visual no Brasil. Instituições, como a Laramara, defendem a importância deste instrumento para vencer os obstáculos do ensino e dar acesso à educação inclusiva.

    Apesar do seu reconhecimento no país ter apenas 15 anos, o soroban teve sua origem no ábaco que é um instrumento de cálculo, característico dos povos orientais e utilizado bem antes da era cristã. Foi levado da China para o Japão por Kambei Moori, autor do primeiro livro sobre o assunto, denominado Embrião do Soroban, em 1662.

    Reconhecer e incentivar o uso do Soroban como principal instrumento de cálculo, fortalece a inclusão educacional e social, valoriza a diversidade e promove a equiparação de oportunidades para as pessoas com deficiência visual, nas diferentes Instituições de ensino.

    O soroban no Brasil

    No Brasil, o recurso foi introduzido pelos imigrantes japoneses no ano de 1908, que o consideravam indispensável para cálculos matemáticos do dia a dia. Nessa época, o soroban ainda não havia sofrido as adaptações necessárias para o uso das pessoas com deficiência visual e possuía cinco contas na parte inferior do eixo ou haste e uma conta na parte superior.

    O principal divulgador do soroban no país foi o professor Fukutaro Kato, natural de Tóquio, Japão, e conhecedor das diversas áreas das ciências econômicas e contábeis a partir de 1958, data da publicação de seu primeiro livro em português sobre soroban.

    Joaquim Lima de Moraes, que tinha miopia progressiva, teve acesso ao instrumento e verificou a necessidade de adaptação. Em 1949, introduziu um tecido emborrachado sob as contas para que não deslizassem facilmente. No ano seguinte, passou a divulgá-lo, por meio de apresentações e palestras, nos serviços especializados, escolas, universidades, no rádio e na televisão.

    A régua de numeração que divide o soroban em duas partes, recebeu em relevo, traços que indicam a separação de classes, vírgula decimal, barra de fração e sinal de índice de potência e pontos que representam as ordens de cada classe.

    Imagem com texto: Curso de Soroban adaptado. Garoto com deficiência visual utilizando o instrumento soroban.
    Descrição da imagem #PraGeralVer: Arte com foto e sobreposição de texto, à esquerda: Curso de Soroban adaptado. Foto de garoto com deficiência visual utilizando o instrumento soroban, sobre uma mesa. No canto direito inferior, logo da Laramara - Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual. (Foto: Reprodução/Laramara. Créditos: Edição de Arte)

    Serviço

    “Introdução ao Soroban adaptado no ensino e aprendizagem dos cálculos matemáticos para alunos com deficiência visual”

    Data: De 03 a 31 de maio de 2023 (presencial)

    Horário: Sempre às 8h30 às 16h | Às quartas-feiras

    Vagas limitadas: 20 pessoas

    Valor para inscrição: R$ 480,00 | Inclui o curso, coffee-break e certificado.

    Inscrições: Através do e-mail eventos@laramara.org.br

    Sobre o curso

    Público-alvo

    • Professores do Ensino Regular e do Apoio Educacional Especializado;
    • Professores atuantes nos Serviços Especializados e Instituições;
    • Estudantes de Pedagogia e Matemática.

    Pré-requisitos

    • Ter domínio das quatro operações fundamentais;
    • Ter disponibilidade para praticar os exercícios em casa.

    Comissão Científica: Maria da Graça F. Corsi e Cecilia Maria Oka

    Objetivos

    • Oportunizar os conhecimentos para uso do soroban aos professores do ensino regular e do Apoio Educacional Especializado;
    • Oferecer a professores e outros profissionais da Educação o conhecimento básico do Soroban adaptado para uso e ensino;
    • Contribuir com a formação continuada de professores;
    • Aprender a aplicação e uso das técnicas de operacionalização do método japonês, adotado pelo Estado de São Paulo;
    • Oferecer conhecimentos práticos e teóricos que favoreçam a práxis da inclusão do aluno com deficiência visual no ensino regular.

    Conteúdo

    • Histórico e apresentação do Soroban;
    • Importância do Soroban para o ensino da Matemática;
    • Nomenclatura;
    • Orientações para o ensino do soroban;
    • Leitura e escrita de numerais;
    • Operações fundamentais: adição, multiplicação, subtração e divisão – Exercícios Práticos.
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    Jornalista Inclusivo

    Da Equipe de Redação

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