Diante de outras opções, Rio de Janeiro é sede do Campeonato Mundial de Bocha Paralímpica em 2022
Coluna Sem Barreiras traz um bate-papo com o Jornalista Inclusivo Murilo Pereira e Artur Cruz, Presidente da ANDE, sobre os preparativos para o BISFed 2022 Rio de Janeiro Boccia World Championships
Com tantas outras novas realidades tangíveis através das telas, a cultura do esporte brasileiro vem ganhando proporções inimagináveis. Contudo, é somente por meio do contato físico com alguma modalidade que se criam laços afetivos com tal forma de disputa. Nessa corrida, a Bocha Paralímpica saiu um pouco à frente pois, com alegria, foi anunciado ↗ que o próximo Mundial dessa prática esportiva será no Rio de Janeiro, em 2022.
Embora a notícia tenha abalado, positivamente, o cenário do Paradesporto Brasileiro, essa não será a primeira vez que a Associação de Desportos para Deficientes (ANDE) organizará um evento internacional. Em 2006, a entidade já foi responsável pelo Campeonato Mundial de Bocha, assim como no Mundial de Futebol para Paralisados Cerebrais, em 2007. Recentemente, a equipe da Organização fez a gestão da Bocha Paralímpica nos Jogos Rio-2016 e na Copa América 2019, em São Paulo.
Logo que foi publicada a confirmação do BISFED 2022 Boccia Rio de Janeiro World Championships, o Jornalista Inclusivo fez contato com alguns personagens envolvidos na conquista da sede e, então, traz o depoimento do Presidente da ANDE: Artur Cruz. Ele começou a entrevista dividindo a expectativa de crescimento da Bocha após a competição no Rio: “A luta é árdua, mas com resiliência e muito trabalho vamos conseguindo avançar. Acredito firmemente que deixaremos um legado na questão de visibilidade para a modalidade após a realização do BISFED 2022 RIO DE JANEIRO BOCCIA WORLD CHAMPIONSHIPS”.
Representar seu país em uma competição de proporções tão amplas já significa uma conquista profissional inigualável. Quando puxamos tal cenário para nossa Terra Natal, o enredo fica ainda mais especial. No contexto o Brasil, que já carrega certa tradição na Bocha, ganha um combustível eficaz para alcançar resultados expressivos em todas as categorias, seja no individual ou por equipes. Em colocação, Artur até frisa que melhora o nível dos campeonatos nacionais, pois todos vão querer estar no Mundial do Rio de Janeiro.
O veredito da BISFed (Boccia International Federation), que foi externado por meio de uma transmissão via internet, foi a recompensa por um trabalho complexo de estruturação e familiarização com a modalidade, visto que esse esporte específico tem um público-alvo, em termos de disputa, bem mais específico do que outros paradesportos. “Já aguardávamos uma competição internacional deste porte há muito tempo e nos empenhamos e trabalhamos muito na confecção do BID (Documento de Candidatura), para oferecer ao mundo o nosso melhor”, afirmou o Presidente da ANDE.
Nos bastidores, as movimentações já começaram bem antes da escolha da cidade brasileira. Um Campeonato Mundial exige, da Organização anfitriã um preparo de alto rendimento tão elevado quanto o patamar esportivo. Particularmente, a Bocha Paralímpica envolve muita exatidão, tanto no que acontece dentro de quadra quanto nas decisões operacionais. “Grande parte da experiência que adquirimos na realização dos eventos anteriores, somado a um planejamento estratégico bem fundamentado nas melhores ferramentas de gestão, organização e transparência que existem hoje no mercado”, concluiu Artur Cruz.
Sediar uma competição que engloba centenas de Para Atletas de dezenas de países é, acima de tudo, uma responsabilidade gigantesca. Mas, ao mesmo tempo, é um espelho para que mais cidadãos se identifiquem com as realidades dos participantes e, quem sabe, encorajem-se para adentrar em um mundo repleto de novidades e desafios, mas que é capaz de construir um complemento individual em seus amantes.
O Jornalista Murilo Pereira dos Santos é Paratleta pela categoria BC1 de Bocha Paralímpica Ituana. Ele é editor do "Prosa de Gol" (@prosadegol), nas redes sociais, e da página "Sem Barreiras" (@_sem_barreiras), esta última oriunda do seu blog, que também dá nome a sua coluna aqui no site Jornalista Inclusivo, sobre paradesporto e outras questões relacionadas a paralisia cerebral, acessibilidade e inclusão.