Acessa BH 2023: O festival multicultural e acessível de Minas

Festival Acessa BH 2023, 3ª edição, em português e Braille. Foto em preto e branco da Cia Ananda. Círculos coloridos com três fotos complementam o design com as informações: 14 a 30 de setembro. Presencial, gratuito, acessível.
Multicultural e acessível, o Festival Acessa BH 2023 chega em sua 3ª edição com diversas novidades e uma extensa programação presencial na capital mineira. (Foto: Gilberto Goulart/Edição de arte)

O Acessa BH começa no dia 14 de setembro, com programação gratuita e acessível, presencial e também online; confira.

Um festival cultural que valoriza a acessibilidade, o Acessa BH é um evento de arte e cultura que se destaca por promover a diversidade e inclusão. Sua essência reside em dar destaque a produções artísticas lideradas por artistas com deficiência, ao mesmo tempo em que torna toda a programação inclusiva ao público, com recursos de acessibilidade como Libras, legendas, audiodescrição e facilidades para pessoas com mobilidade reduzida.

A programação, inteiramente gratuita, abraça uma ampla gama de expressões culturais, incluindo espetáculos de teatro, dança, performances, contação de histórias, exibição de filmes, lançamentos de livros, discussões em grupo, debates e oficinas criativas. Neste ano, o evento se destaca por trazer, pela primeira vez, artistas de três estados brasileiros distintos para se juntarem à cena cultural de Belo Horizonte.

Neste artigo

Boa leitura!

Acessa BH 2023: Celebrando a Diversidade Cultural

O Festival Acessa BH está marcado para acontecer entre os dias 14 e 30 de setembro, em seis locais culturais da capital. A cerimônia de abertura oficial terá lugar no dia 14, às 19h, na Funarte-BH, com a presença de convidados dos setores público federal, estadual de Minas Gerais e municipal de Belo Horizonte, juntamente com os idealizadores e representantes dos patrocinadores e apoiadores. Logo após, o público terá a oportunidade de apreciar a estreia em Belo Horizonte do espetáculo “Canto dos Malditos”, uma obra do artista paulistano Marcos Abranches.

Nesta terceira edição, o festival se diferencia ao ser realizado inteiramente de forma presencial na cidade, incluindo debates e oficinas em sua programação. O evento contará com a participação de artistas e grupos de diferentes regiões do Brasil, incluindo Ceará, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, enriquecendo ainda mais essa celebração da acessibilidade e da diversidade cultural.

“Chegamos ao terceiro ano do Acessa BH muito felizes com o impacto que o festival gerou nas duas edições anteriores. Mesmo acontecendo em formato híbrido, tivemos uma grande participação do público e, agora, nossa expectativa é ainda maior com a realização do evento de forma presencial. Vamos fazer com que o Acessa BH seja um espaço potente de encontro, transformação, discussão e de troca de experiências, onde todos possam se divertir, refletir e aprender. Isso é muito importante reforçar: o Acessa BH é um Festival para todos!”, afirma Lais Vitral, idealizadora e curadora do evento. 

Segundo dados do IBGE (Censo 2022), o Brasil tem 18,6 milhões de pessoas com deficiência, o que representa cerca de 8,9% da população:

“Dar o protagonismo às pessoas com deficiência e garantir o direito à cultura e o acesso aos palcos, oficinas e debates são os objetivos do evento. O Acessa BH busca inserir o assunto da diversidade e da acessibilidade, proporcionando que a pauta esteja presente no cotidiano. Nesta terceira edição, ampliamos nossa equipe, contando agora com diversos consultores em acessibilidade que nos auxiliam e orientam em como promover um Festival cada vez mais acessível”, afirma Daniel Vitral, coordenador do Acessa BH.

Um Festival Multicultural e Acessível

A coordenação de acessibilidade do evento é mais uma vez da audiodescritora e mestre em comunicação Anita Rezende, e integram a equipe de consultores Bruno Grossi e Daniele Muffato – diretores da ASPAS – Associação Pró-autistas, Elizabet Dias de Sá – consultora em audiodescrição, Diego Figueiredo – surdo oralizado e membro do movimento Bilíngue (português/Libras), Flávio Maia – intérprete de Libras e Laura Martins – autora do Blog Cadeira Voadora. A curadoria ficou a cargo dos idealizadores Daniel Vitral e Lais Vitral e da multiartista e performer Brisa Marques.

“Acredito no enorme potencial do Acessa BH para impulsionar transformações no panorama da arte e da cultura nos próximos anos, trazendo visibilidade às pessoas com deficiência e acessibilidade aos locais. Como consultora, ao visitar os espaços que abrigarão os eventos, observo, por exemplo, o quanto nossa presença e demandas têm provocado abertura das instituições no sentido de proporcionar ambientes mais adequados para acolher todos os públicos. Somente isso já apontaria para um futuro mais acessível, mas o impacto é bem maior, porque estamos falando de representatividade e de pertencimento”, explica a consultora Laura Martins.

Novidades na Inclusão de Pessoas com Deficiência

No contexto do Acessa BH, a inclusão de pessoas com deficiência em eventos culturais representa uma chance de integrá-las plenamente na comunidade cultural, reconhecendo e valorizando suas contribuições artísticas.

“A importância do Acessa BH reside em, pelo menos, quatro pontos: dar espaço para artistas e coletivos muito talentosos que nem sempre tem a visibilidade que merecem; facilitar a interação destes artistas com outros, com e sem deficiência; oferecer uma programação de qualidade e acessível para um público diverso e estimular todo mundo a refletir e aprender sobre acessibilidade”, explica Anita Menezes, coordenadora de acessibilidade do Festival.

A coordenadora de acessibilidade do Festival ainda revela duas novidades:

“Uma é a ênfase nos eventos presenciais que privilegiam o encontro entre espectadores e artistas; a outra é o nosso time de consultores que trazem questões amplas e específicas de várias deficiências. A partir dessa diversidade de vivências e pontos de vista, a gente espera atender a todos de forma cada vez melhor, mais embasada e mais acolhedora”, completa Anita Menezes.

Estreia nos palcos do Acessa BH 2023

Outro destaque da 3ª edição do Festival Acessa BH são os nove espetáculos inéditos em Belo Horizonte:

Mosaico de fotos de algumas das atrações, artistas e das produções audiovisuais, todas em preto e branco. Nome do festival multicultural Acessa BH 2023
Descrição Alternativa #PraGeralVer: Mosaico de fotos de algumas das atrações, artistas e das produções audiovisuais, todas em preto e branco. No centro da imagem há quatro círculos nas cores azul, amarela, pink e verde, junto do nome “Festival Acessa BH 2023, 3ª edição”, escrito em português e em Braille. (Fotos: Divulgação/Edição de arte)
  • “Canto dos Malditos”, de Marcos Abranches (SP);
  • “O Subnormal – uma história de baixa visão”, de Cleber Tolini (SP);
  • “Corpo Celeste”, de Giovanni Venturini (SP);
  • “Adaptat”, de Lívea Castro | Nó Movimento em Rede (PR), e as produções mineiras “Terra Raiz”, de Sara Marchezini e Renata Mara;
  • “O Menino do olho que vê”, de Dudu Melo;
  • “A óperária” de Brisa Marques e Samuel Samways;
  • “Migrantes de si” de Renata Mara e Samuel Samways, e
  • “Lunáticas”, do grupo Sapos e Afogados.

Destes, dois espetáculos possuem dramaturgia audiodescritiva “O Subnormal – uma história de baixa visão” e “O menino do olho que vê”.

Audiovisual Estreia nas Telonas

Pela primeira vez, o Acessa BH traz em sua programação produções audiovisuais. Serão exibidos quatro curtas-metragens e um longa-metragem. Os curtas “O que pode um corpo?” e “Possa Poder”, dirigidos por Victor di Marco e Márcio Picoli (RS); “Partindo do princípio que a Terra é plana, sou toda curva e desvio”, de Jéssica Teixeira (CE); e “Big Bang”, de Carlos Segundo (MG), serão apresentados em sessões comentadas pelos diretores Jéssica Teixeira e Victor di Marco, juntamente com o ator Giovanni Venturini.

Além disso, o Acessa BH também exibirá o longa-metragem intitulado “O artista e a força do pensamento”, um filme dirigido por Elder Fraga sobre o artista Marcos Abranches, que participará do festival com sua performance solo “Canto dos Malditos” e conduzirá a oficina “Dança para todos os corpos”.

Lançamentos Literários

Em celebração aos 20 anos do Núcleo de Criação e Pesquisa Sapos e Afogados, dois emocionantes livros estão chegando ao público:

Submersa: Vinte Anos entre Sapos e Afogados

Celebrando 20 anos do Núcleo de Criação e Pesquisa Sapos e Afogados, Juliana Saúde Barreto lança “Submersa: vinte anos entre Sapos e Afogados.” O livro desvenda a trajetória do grupo teatral composto por pessoas com vivências de sofrimento mental, sob a direção da atriz Juliana Saúde Barreto, em Belo Horizonte desde 2003. 

Explorando a conexão entre arte e saúde mental, o grupo cria espetáculos que abordam variados temas, conectando-se com a loucura e sua capacidade inventiva. A obra inspiradora demonstra como a arte pode ser uma ferramenta poderosa para transformação pessoal e social, cativando aqueles interessados em teatro, psicologia e saúde mental. Este livro é uma leitura essencial para todos.

Casa Breve: Uma Atriz Louca em Três Tempos

Outro lançamento será de “Casa Breve, uma atriz louca em três tempos”. Primeiro livro da atriz e performer Viviane de Cassia Ferreira. Vivi, nesta estreia como escritora, anuncia e entrega ao mundo sua poética na criação de cenas na residência criativa “Casa Breve” realizada pelo Núcleo de Criação e Pesquisa Sapos e Afogados, grupo formado por cidadãos em sofrimento mental. 

Fruto do trabalho da atriz em diferentes momentos durante cada uma das três edições do projeto “Casa Breve”, também idealizado por ela, o livro aponta caminhos para uma construção dramatúrgica que transborda e constrói lugares para a criação a partir da experiência da loucura. Entendendo a força que podemos encontrar na loucura para além do que nela sabemos fazer sofrer.

Seminário com Debates e Oficinas

De 02 a 06 de outubro, acontece o Seminário Acessa BH, com quatro debates e uma oficina online e uma oficina presencial. Grandes nomes das artes e da acessibilidade estarão presentes: André Luis da Fonseca (SP), Daniel Moraes (SP), Desiree Helissa (SP), Desirée Nobre (RS), Diele Pedrozo Santo (PR), Estela Lapponi (SP), Flávia Neves (MG), Isa Meirelles (SP), Karen Montija (SP), Lígia Zamaro (SP), Mayra Saito (SP), Miriam Célia (MG), Robson Xavier (PB), Simone Freire (SP).

O Seminário Acessa BH é realizado por Lais Vitral e Vitral Bureau Cultural, com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

Quem patrocina o Acessa BH

O Festival Acessa BH é realizado por Lais Vitral e Vitral Bureau Cultural, com o patrocínio da Cemig por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais e patrocínio do Instituto Unimed-BH por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Apoio do Centro Cultural Unimed-BH Minas, do Circuito Liberdade, da Funarte-MG, da Fundação Clóvis Salgado, da Livraria do Belas, do Palácio da Liberdade e do Memorial Minas Gerais Vale. 

Serviço

Festival Acessa BH 2023

Data: De 14 a 30 de setembro – presencial

Seminário Acessa BH 2023

Data: De 02 a 06 de outubro – presencial e online

Acessibilidade

  • Espetáculos presenciais: Acessibilidade física, Audiodescrição e Libras
  • Filmes: Acessibilidade física, Audiodescrição, Libras, Legendas
  • Oficinas presenciais, debates, rodas de conversa: Acessibilidade física e Libras
  • Debates e oficinas online: Libras e Audiodescrição

Oficinas e debates gratuitos, com inscrições antecipadas pelo site: https://acessabh.com.br/inscricoes/

Ingressos gratuitos

  • Cine Humberto Mauro: Retirada de ingressos 1 hora antes de cada espetáculo, na bilheteria do cinema. 01  ingresso por pessoa. 
  • Funarte e Teatro João Ceschiatti: Retirada de ingressos 1 hora antes de cada espetáculo, na bilheteria dos teatros. 01  par por pessoa. 
  • Centro Cultural Unimed-BH Minas: Retirada de ingressos 2 horas antes de cada espetáculo, na bilheteria do teatro. 01 par por pessoa. 
  • Para os demais espaços, não é necessário retirar ingressos.

Links úteis

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Da Equipe de Redação

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