Nova exposição da Escola de Fotógrafos Cegos começa hoje (23) em Vila Velha (ES)

Criança brinca com os braços abertos em frente a um navio no Parque da Prainha, Vila Velha. Foto por Jarlison Gardiman, da nova exposição da Escola de Fotógrafos Cegos.

Legenda descritiva: Criança brincando com os braços abertos em frente a um navio no Parque da Prainha, em Vila Velha. Registro feito por Jarlison Gardiman, faz parte da exposição da Escola de Fotógrafos Cegos. (Foto: Reprodução)

Aberta ao público até dezembro, a exposição “Aqui Eu Habitei” começa nesta quarta-feira, no Parque da Prainha, com recursos de acessibilidade.

A Cidade de Vila Velha recebe a nova exposição da Escola de Fotógrafos Cegos (EFC) a partir de 23 de outubro, que será instalada simultaneamente em cinco pontos do município. Com 80 imagens de autoria de 12 profissionais da fotografia com deficiência visual, que compõem o coletivo capixaba, a exposição “Aqui Eu Habitei” ficará aberta ao público até 26 de dezembro. O evento que marca a abertura será realizado no Parque da Prainha, nesta quarta-feira (23), às 19h30.

A abertura terá a participação do coletivo de profissionais da fotografia, da equipe de professores e também do grupo de mediadores que estará disponível nos locais para guiar as visitas durante os dois meses de funcionamento da exposição.

As fotografias ficarão dispostas em placas retroiluminadas de grande dimensão e as estruturas estarão instaladas na Prainha (Centro), em Coqueiral de Itaparica, no Aribiri, em Cobilândia e na Barra do Jucu.

A Escola de Fotógrafos Cegos começou as atividades em agosto de 2022 e o resultado dos oito meses de oficina, ensaios e saídas fotográficas com os 12 fotógrafos cegos foi produção de mais de 30 mil imagens. Com esse rico acervo, foi organizado o primeiro recorte curatorial para a exposição “Quando Fecho Os Olhos Vejo Mais Perto”, inaugurada em maio de 2023 no Parque Moscoso, em Vitória, com 32 fotografias que também foram expostas em outras quatro cidades do interior capixaba este ano.

O coletivo retornou às atividades no início de 2024 com o objetivo de consolidar as identidades autorais de cada fotógrafa e fotógrafo cego. O resultado é a exposição “Aqui Eu Habitei”, estruturada a partir de uma nova curadoria de imagens feita pela diretora do projeto, a artista Rejane Arruda.

“Este segundo trabalho da Escola de Fotógrafos Cegos é um passo importantíssimo para a identidade do fotógrafo cego estar sendo construída. É um passo em direção ao reconhecimento deles como autores, com uma temática específica, com um objeto específico privilegiado na fotografia deles, com um jeito inerente de cada um na relação com o ato fotográfico”, ressalta Arruda.

A iniciativa é desenvolvida pela Associação Sociedade Cultura e Arte (SOCA Brasil) com a metodologia que foi trabalhada pela Cia Poéticas da Cena Contemporânea com os participantes. Neste segundo processo formativo, cada fotógrafo aprofundou a relação com a própria obra e construiu narrativas sobre a própria produção.

A exposição “Aqui Eu Habitei” faz parte do projeto “Escola de Fotógrafos Cegos, Novos Olhares: Territórios” e conta com patrocínio da ES Gás e da Perfil Alumínio do Brasil, por meio do incentivo da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), operacionalizada pelo Governo Federal, e da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (LICC), viabilizada pelo Governo do Espírito Santo, por meio da Secretaria de Estado da Cultura. O projeto também conta com o apoio do Instituto Energisa e da Prefeitura de Vila Velha, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.

“A ES Gás acredita na importância de investir na cultura local para fortalecer os laços com a comunidade e contribuir na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. Esse projeto pioneiro é a representação disso, potencializando a inclusão por meio da arte da fotografia. E falar de fotógrafos cegos pode parecer inacreditável, mas as obras são lindas e com uma imprevisibilidade no olhar que todos precisam conhecer”, disse Fabio Bertollo, diretor-presidente da ES Gás.

Aqui Eu Habitei: Nova Exposição da Escola de Fotógrafos Cegos

Neste segundo projeto denominado “Escola de Fotógrafos Cegos, Novos Olhares: Territórios”, as atividades foram desenvolvidas com o objetivo de consolidar as identidades autorais de cada fotógrafo cego. “Desde o início, eles levavam a câmera para fotografar as suas vidas cotidianas, construindo narrativas sobre formas de viver e espaços diversos”, diz Rejane Arruda, curadora e diretora do projeto.

A exposição “Aqui Eu Habitei” conta com 80 imagens de autoria de 12 pessoas com deficiência visual, profissionais da fotografia, que serão distribuídas por cinco pontos da Cidade de Vila Velha, permanecendo aberta ao público até o dia 26 de dezembro.

“Se a primeira exposição foi organizada em módulos representativos das diferentes estéticas exercidas no projeto, a segunda foi organizada por autoria, com um certo número de imagens de cada fotógrafo, e caminha em direção à consolidação da identidade autoral”, explica Rejane.

O Parque da Prainha, no Centro, receberá as obras do fotógrafo cego Jarlison Gardimam. A Praça de Coqueiral de Itaparica terá obras de Manoel Peçanha e Sayonara Reis. A Praça José Vereza, no Aribiri, contará com as imagens produzidas por Geovana Santos e Kellezy Barbosa.

A Praça Vereador Sebastião Cibien, em Cobilândia, contará com as fotografias de Elias Barcellos e Maycon Machado. Finalmente, a Praça da Barra do Jucu receberá obras de Antonio Fadini e Jonatas Sobral. Depois de um mês, o primeiro bloco de obras dará lugar a um segundo, contemplando as autoras Alice Dordenoni, Cinthya de Oliveira, Maria Trancoso e Eusilane Lopes.

Neste segundo momento, a Escola de Fotógrafos Cegos se consolida no cenário da fotografia contemporânea e tem ganhado repercussão, inclusive com a presença de nomes importantes da fotografia capixaba reunidos com os autores do projeto. Os fotógrafos profissionais Tadeu Bianconi, Gabriel Lordêllo e Vitor Nogueira realizaram visitas ao coletivo e puderam conversar com os fotógrafos cegos, compartilhar experiências, conhecer o trabalho desenvolvido pela Escola e entender um pouco da relação dos artistas cegos com o ato de fotografar.

Mediação e acessibilidade

A exposição conta com uma equipe de fotógrafos mediadores, professores da Escola de Fotógrafos Cegos, que receberá o público para oficinas, rodas de conversa e visitas guiadas à exposição. O agendamento deve ser feito pelo WhatsApp: (27) 99609-8181.

As imagens estarão distribuídas em totens iluminados e cada fotografia conta com um QR code em uma plaqueta que direciona para as audiodescrições, recurso de acessibilidade para pessoas cegas, a partir do uso da câmera de telefone celular. Durante o funcionamento da exposição, também estará disponível o atendimento em Libras, a Língua Brasileira de Sinais, feito por intérpretes fluentes.

O local da abertura da exposição, o Parque da Prainha, também conta com recursos de acessibilidade, como banheiros adaptados, piso tátil, estacionamento acessível e circulação de transporte público.

A acessibilidade atitudinal também estará disponível com atendimento especializado, que deve ser solicitado anteriormente por Whatsapp, ao enviar mensagem para o número (27) 99609-8181. Uma equipe ficará responsável pelo acolhimento desse público durante a chegada e no acompanhamento durante o evento.

Primeira exposição

Trinta e duas fotografias fizeram parte da exposição “Quando Fecho os Olhos Vejo Mais Perto”, trabalho dos 12 fotógrafos cegos com curadoria da artista Bárbara Bragato que ficou aberto à visitação pública no Parque Moscoso, em Vitória, entre 27 de maio e 25 de junho. Essa mesma exposição percorreu outros municípios do Espírito Santo, chegando a Colatina, Linhares, São Mateus e Cachoeiro de Itapemirim entre os meses de abril a agosto deste ano.

Serviço

Escola de Fotógrafos Cegos – Novos Olhares: Territórios

Exposição “Aqui Eu Habitei”, de 23 de outubro a 26 de dezembro, em cinco pontos na Cidade de Vila Velha;

Evento de Inauguração

Data: Quarta-feira, 23 de outubro
Horário: Às 19h30
Local: Parque da Prainha, Vila Velha (ES)

Locais de Exposição

  • Parque da Prainha – Prainha, Centro
  • Praça de Coqueiral de Itaparica – Avenida Santa Leopoldina, 1110 – Coqueiral de Itaparica
  • Praça José Vereza – Avenida Jerônimo Monteiro, Aribiri
  • Praça do Cibien – Praça Vereador Sebastião Cibien, Cobilândia 
  • Praça da Barra do Jucu – Barra do Jucu

Oficinas de Fotografia acompanhadas de Visitas Guiadas

Datas: De 28 a 31 de outubro; de 11 a 14 de novembro; de 18 a 21 de novembro
Horário: Das 19h às 21h
Número de vagas: 40 pessoas por oficina ou visita
Inscrições: Enviar mensagem no WhatsApp (27) 99609-8181

A equipe formada pela Escola de Fotógrafos Cegos

Jarlison Gardiman, Manoel Peçanha, Sayonara Reis, Antonio Fadini, Jonatas Sobral, Elias Barcellos, Kellezy Barbosa, Geovana Santos, Maria Trancoso, Alice Dordenoni, Eusilane Lopes e Cinthya de Oliveira.

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