Belém recebe ‘Festival FALA ! 2024’ na Universidade da Amazônia

Três fotos distintas com Zélia Amador, Erisvan Guajajara e Nay Jinkss, participantes do Festival FALA 2024.

Descrição da imagem: Colagem de três fotos distintas. Da esquerda para direita, Zélia Amador, Erisvan Guajajara e Nay Jinkss, participantes do Festival FALA ! 2024. (Créditos: Divulgação)

Promovido pelo Instituto Fala, o Festival de Comunicação, Culturas e Jornalismo de Causas chega na sua quinta edição e é gratuito.

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    Boa leitura!

    Festival FALA ! 2024 no Pará

    De 22 a 24 de agosto, a Universidade da Amazônia (Unama), com sede na cidade de Belém, no estado do Pará, recebe a quinta edição do FALA ! – Festival de Comunicação, Culturas e Jornalismo de Causas. Antecedendo o calendário da Conferência das Partes (COP) de 2025, o festival leva uma proposta inovadora de debate sobre o futuro do jornalismo e seu impacto na sociedade brasileira, abordando a importância da comunicação e da cultura na defesa dos territórios e, em última instância, na defesa da vida, explorando a interseção entre comunicação, arte e cultura numa perspectiva popular, utilizando linguagens artísticas. Realizado no campus Alcindo Cacela, conhecido por reunir os principais cursos de comunicação do estado, o evento é gratuito, mas é necessário retirar os ingressos no site Sympla .

    Organização, objetivo e relevância

    Organizado pelo Instituto Fala, o Festival tem como objetivo criar um ambiente para refletir sobre o jornalismo independente e a comunicação popular como ferramentas em prol de uma democracia plena. O evento também debate sobre a importância da cultura, da identidade e das variadas formas de expressão artística no fazer jornalístico, estimulando o desenvolvimento de uma rede de mídias alternativas que favoreça discussões amplas e contínuas sobre os principais temas do país e do continente, colaborando na proteção dos profissionais da imprensa independentes.

    “O Festival FALA ! é um momento muito relevante para o jornalismo brasileiro, com um maior debate sobre jornalismo e cultura. O encontro também aborda a diversidade da maneira como deve ser abordada, como central. É um encontro de gente preta debatendo os temas centrais do país e da comunicação”, diz Pedro Borges, cofundador da Alma Preta Jornalismo e diretor do Instituto FALA !

    5ª edição do FALA !

    A edição em terras amazônicas será palco para reflexões e apresentações artísticas sobre comunicação, ancestralidade e tradição, incluindo novidades como sessões de exibição audiovisual da Negritar Produções & Pulitzer Center, e oficinas técnicas, além das tradicionais performances artísticas, mesas de debate e rodas de conversa analisando temas como: a tradição oral e a importância do rádio na comunicação dos povos da floresta, como acessar a grana?, a imprensa negra – ética e técnicas de reportagem, além do jornalismo de causas e o diálogo com tecnologias ancestrais. Todas as mesas serão gravadas e disponibilizadas posteriormente no canal do Instituto Fala no YouTube .

    Haverá também o relançamento do livro “Griots e Tecnologias Digitais”, dos autores Thiane Neves Barros e Tarcízio Silva e apresentação ao público dos trabalhos de reportagem e produção audiovisual dos coletivos de comunicação de Pernambuco – Redes do BeberibePortal AfoitasFórum de Juventudes do Cabo e Eficientes – escolhidos através do edital lançado no final da última edição, realizada em 2023, no Recife.

    “O Festival chega à quinta edição cercado de expectativas positivas. Afinal, assim como Salvador e Recife, Belém é uma cidade pujante no campo socioeconômico e conhecida por sua riquíssima cena cultural. Esperamos que o Festival FALA! seja um espaço de trocas e aprendizados entre todos os participantes”, diz Rosenildo Ferreira, fundador e editor-chefe do site 1 Papo Reto e diretor do Instituto FALA ! 

    Programação do festival

    Primeiro dia do encontro

    O Festival FALA ! começa nesta quinta-feira (22), com intervenção artística da Banda Afro Axé Dudu, seguida pela abertura oficial do festival às 16h45. Às 17h00, acontece a mesa de abertura com o tema “Histórias Cruzadas: as Intersecções Entre Jornalismo, Cultura e a Arte na Defesa da Vida”, que homenageará o Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa), e sua fundadora, a professora universitária, atriz, diretora de teatro e ativista do movimento negro, Zélia Amador. Haverá participação da doutora em ciência da comunicação pela ECA-USP Rosane Borges e moderação de Antonio Junião, cartunista, artista visual, cofundador e diretor de projetos da Ponte Jornalismo. Esse dia será concluído com intervenção artística da banda Tambores do Pacoval, às 18h30.

    Segundo dia de festival

    Na sexta-feira (23), o festival começa com intervenção artística de Mulambra por Maria Flor às 10h. Às 10h15, ocorre a primeira mesa do dia, com o tema “Povos Originários e Comunidades Tradicionais: O Papel da Comunicação na Defesa dos Territórios e na Luta por Justiça Climática”, com participação do jornalista e ativista do povo Guajajara e fundador do coletivo Mídia Indigena Erisvan Guajajara, a jornalista amazônida, cofundadora e editora-chefe do Tapajós de Fato Isabelle Maciel, e da liderança do Quilombo da Família Flores, atuante no projeto social e comunitário Geração Tigres FC, na Frente Quilombola do Rio Grande do Sul Geneci Flores

    Às 14h, haverá duas oficinas simultâneas: “Geojornalismo”, conduzida pelas facilitadoras Helena Bertho e Jullie Pereira, ambas da InfoAmazonia, e “Cobertura da COP-30: Passos, Protocolos & Compartilhamento de Experiências”, com a participação do ICFJ knight fellow Daniel Nardin, idealizador e editor geral do projeto Amazônia Vox e jornalista com mestrado em comunicação pela Universidade de Brasília (UnB), além da jornalista Cinthia Leone, especialista em relações internacionais e divulgação científica, mestre e doutora em ciência ambiental, e coordenadora da área internacional do ClimaInfo.

    Às 15h30, serão realizadas duas rodas de conversa. A primeira, sobre “Comunicação, Jornalismo de Causas e o Diálogo com Tecnologias Ancestrais”, conta com a participação de Zica Pires, ilustradora, pedagoga e membro do Coletivo Agentes Agroflorestais Quilombolas (AAQ) do Quilombo Santa Rosa dos Pretos (MA), Lenne Ferreira, jornalista e editora do site Afoitas, e Carlene Printes, quilombola, ativista dos direitos humanos e graduanda em serviço social. A mediação será feita por Sara Nortx, militante, compositora e produtora cultural da Cultura Hip-Hop em Belém do Pará e coordenadora do coletivo Nortx Ground, focado em questões de gênero e na capacitação de mulheres pretas, periféricas e da comunidade LGBTQIAPN+.

    A outra roda será sobre “Como Acessar a Grana?”, com a sócia diretora do Alma Preta Jornalismo e cofundadora da Black Adnetwork Elaine Silva, e o comunicador popular Marcos Wesley, pós-graduando em Gênero e Sexualidade, militante do movimento Tapajós Vivo e fundador do Tapajós de Fato. A mediação ficará a cargo de Anderson Meneses, cofundador e diretor de negócios e tecnologias da Agência Mural de Jornalismo das Periferias, seguindo-se exibição de filmes da Negritar Produções & Pulitzer Center. 

    Às 17h15, haverá a contação de histórias: ‘O fazer poético’ inspirado na vida e na obra do saudoso Mestre Zé Piranha, grande Pajé marajoara, por Ailton Favacho, o Poeta do Pacoval. Na sequencia haverá a mesa “Griots e Tecnologias Digitais” às 17h30, com a participação do tech policy fellow na Mozilla, mestre em comunicação e doutorando em ciências humanas e sociais, consultor em direitos digitais Tarcízio Silva, da pesquisadora e observadora participante da Comunicação na Amazônia, integrante da Rede Transfeminista de Cuidados Digitais, do Centro de Estudos e Defesa do Negro no Pará e da Coalizão Tecnopolíticas Pan-Amazônicas Thiane Neves e do professor e consultor em desenvolvimento e operações de software com ferramentas livres, graduado em Sistemas de Informação e especialista em Gestão Ágil de Projetos  Monteiro Luiz Sanches, com moderação da jornalista e apresentadora do Amazonas No Ar, Larissa Santiago. O dia será encerrado com a intervenção artística de MC Íra e Negrabi às 19h.

    Banner do Festival FALA! 2024 em Belém, Pará, destacando as datas 22, 23 e 24 de agosto.
    Descrição da Imagem: Banner promocional do Festival FALA! 2024, que será realizado em Belém, Pará, nos dias 22, 23 e 24 de agosto. O design do banner tem um fundo laranja e verde com ilustrações de folhas e plantas tropicais. No centro, os textos em preto e azul anunciam o nome do festival, as datas e o local do evento. Na parte inferior, aparecem os logotipos dos apoiadores e a organização do evento, destacando o Instituto FALA.

    Terceiro e último dia do FALA !

    No sábado (24), o último dia de festival começa com intervenção artística às 10h do rapper, poeta e ator Pelé do Manifesto, antecedendo a mesa “Narrativas de Cor e Som: Comunicação Documental Amazônica”, às 10h15. Essa mesa será com o comunicador social com habilitação em jornalismo, produtor cultural, cofundador e coordenador geral da Na Cuia – Agência de Comunicação & Produtora Cultural, além de jovem liderança pelo programa Embaixadores da Juventude do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes Matheus Botelho, a roteirista, cineasta e educadora audiovisual Mayara Coelho, a artista visual, educadora, ativista LGBTQIAPN+ e pesquisadora Nay Jinks, e a fotógrafa e idealizadora do projeto (Re)conhecendo a Amazônia Negra, Marcela Bonfim. A moderação será de Rosenildo Ferreira, fundador do site de notícias 1 Papo Reto e correalizador do Festival FALA !.

    Às 14h acontece a oficina técnica “Na Linha de Frente: Segurança Digital e Offline para Jornalistas e Comunicadores”, com a comunicadora popular e ativista racial, socioambiental e climática Waleska Queiroz, e a comunicadora e educadora popular, especialista em saúde e bem estar mental Paula Amaral.

    Uma roda de conversa com o tema “De Rádios a Podcasts: a Importância da Oralidade na Comunicação dos Povos da Floresta”, com a jornalista, mestre em ciências da comunicação e cofundadora da produtora de comunicação Maré Cheia Denise Salomão, o graduado em pedagogia com especialização em jornalismo científico, e coordenador de educação, cultura e comunicação do Centro de Estudos Avançados de Promoção Social e Ambiental e Projeto Saúde e Alegria Fábio Pena, a atuante na promoção e no desenvolvimento de rádios comunitárias na região Norte do Brasil, fundadora da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (ABRAÇO) Nagi Sanches, será moderadora a professora da Faculdade de Comunicação da UFPA, Rosane Steinbrenner.

    A ultima roda de conversa será sobre o “Manual de Redação Antirracista: Imprensa Negra, Ética e Técnicas de Reportagem”, com participação de Pedro Borges, jornalista e cofundador da Alma Preta Jornalismo, e Ana Flávia Magalhães Pinto, professora, historiadora com formação em jornalismo e letras, diretora geral do Arquivo Nacional, e secretária do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), também integrante da Rede de Historiadoras Negras e Historiadores Negros, que faz parte da Coalizão Negra por Direitos. A mediação será conduzida por Fernanda Rosálio, jornalista premiada na categoria “Jovens Jornalistas” no Prêmio 99 de Jornalismo em 2020 e 2021, com experiência em projetos voltados a direitos humanos, combate ao racismo, meio ambiente, educação midiática e diversidade, e que participou da equipe de elaboração do manual. Ainda no último dia, serão apresentados projetos de coletivos de comunicação de Pernambuco.

    A programação segue com intervenção artística às 16h45, e a mesa “Como Vamos Cobrir a Conferência do Clima 2025?” às 17h, com a bacharel em políticas públicas pela Universidade Federal do ABC, e coordenadora de Comunicação Institucional do Instituto de Referência Negra Peregum Alice de Carvalho, a indígena do povo Sateré Mawé, bióloga, ativista ambiental e comunicadora, componente da equipe de comunicação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga), além de embaixadora da WWF Brasil Samela Sateré Mawé, a jornalista e cofundadora da agência Amazônia Real, Elaíze Farias, e a jornalista especializada em mudança do clima e meio ambiente, Anna Beatriz dos Anjos da Agência Pública. A moderação será com a jornalista da Folha de S. Paulo, Ana Carolina Amaral, especializada em clima e veterana na cobertura de Conferências do Clima. No encerramento, às 18h30, a intervenção artística será com Layse e os Sinceros com Mestre Curica e Mestre Solano, às 18h45.

    “O Festival FALA ! nos dá a oportunidade de trocar experiências e conhecimentos com comunicadores periféricos, jornalistas e mídia-ativistas que realizam trabalhos fantásticos em seus territórios. Em Belém, não será diferente. Minha expectativa é aproveitar os dias de Festival para mergulhar na rica e singular cultura paraense”, conclui Rosenildo Ferreira.

    Serviço

    FALA ! – Festival de Comunicação, Culturas e Jornalismo e Causas

    Local: UNAMA – Alcindo Cacela
    Endereço: Av. Alcindo Cacela, 287 – Umarizal, Belém – PA, 66060-902
    Data: De 22 a 24 de agosto
    Inscrições gratuitas: Formulário no Link
    Informações: Site do FALA! no Link
    Programação: Programação completa no Link

    Instituto Fala !

    O Instituto Fala é uma organização sem fins lucrativos fundada por quatro mídias independentes referências no jornalismo de causas: Alma Preta (SP), Marco Zero Conteúdo (PE), 1 Papo Reto (SP) e Ponte Jornalismo (SP). 

    A diretoria do Instituto é composta por alguns dos fundadores  dessas organizações: 1 Papo Reto, Alma Preta, Marco Zero Conteúdo e Ponte Jornalismo. 

    Desde 2020, promove o Festival FALA!, editais de bolsas de reportagens e formações na área de comunicação e jornalismo de causas. 

    Esta edição do evento é apoiada pelo Google News Initiative, Ford Foundation, Fundação Tide Setubal, Reporters Without Borders, Pulitzer Center e organizações parceiras.

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    Rafael F. Carpi

    Editor na Jornalista Inclusivo e na PCD Dataverso. Consultor em Estratégias Inclusivas e Gestor de Mídias Digitais. Formado em Comunicação Social (2006). Atuou como repórter, assessor de imprensa, executivo de contas e fotógrafo. Ativista dedicado aos direitos da pessoa com deficiência, redator na equipe Dando Flor e na Pachamen Editoria.

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